No 58: (Jun. 2019) - Gêneros textuais / discursivos: ensino, aprendizagem e avaliação na educação básica
Os anos 80 do século XX marcaram fortemente a discussão sobre o ensino de língua materna, com vários questionamentos sobre as unidades básicas do ensino e o papel do ensino da gramática. A obra O texto na sala de aula, organizada por João Wanderley Geraldi, demonstrou como uma proposta interacionista de língua(gem), de forte base sociolinguística e enunciativa, implicou repensar, no contexto brasileiro, uma lógica escolar centrada no paradigma estrutural e formal. Estudos sobre a produção textual e sobre a redação escolar surgiram de vários Estudos da Linguagem impactando a produção de propostas curriculares estaduais e municipais. Na década de 1990, contexto que remonta à publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais - (BRASIL, 1998) - há uma crescente preocupação com a relação entre os Estudos da Linguagem e os contextos pedagógicos, articulados, es-pecialmente, em torno de questões de ensino de língua materna baseadas no trabalho com gêneros discursivos/textuais. Nesse sentido, parece haver consenso a respeito do termo “linguagem” como sinônimo de interação, cujo uso reflete as condições específicas e as finalidades de cada campo de atividade (BAKHTIN, 2011), e da necessidade de se focalizar, quando neces-sário em cada contexto, o ensino reflexivo, crítico e com mais sistematici-dade dos diversos textos em uso.