https://periodicos.ufsm.br/letras/issue/feedLetras2025-11-28T17:07:38-03:00Equipe Editorialrevista.letras@ufsm.brOpen Journal Systems<p>Letras é um periódico semestral, da área de Letras, publicado desde 1991 e editado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade Federal de Santa Maria. A partir do número 46, passou a integrar o Portal de Periódicos Eletrônicos da UFSM, por meio do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER). De periodicidade semestral, com um conselho editorial composto de acadêmicos brasileiros e estrangeiros, Letras tem priorizado a regularidade de sua publicação, a qualidade de seus textos e o apuro de sua edição, impressa e digital, sendo cada exemplar enviado para bibliotecas, programas de pós-graduação e universidades de todo o país.</p> <p><strong>eISSN 2176-1485 | Qualis/CAPES (2017-2020) = A3</strong></p>https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/94522Apresentação do Dossiê: Literatura, Memória e Discurso2025-11-24T14:09:16-03:00Andrea do Roccio Soutoandrea.roccio@ufsm.brEdgar Roberto Kirchoferkirchof@ucs.brTais da Silva Martinstais.martins@ufsm.br2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/89086Língua, história e memória em obras produzidas por mulheres encarceradas2024-11-27T10:24:59-03:00Luciana Iost Vinhaslucianavinhas@gmail.com<p>O artigo apresenta uma discussão sobre o funcionamento discursivo literário em obras produzidas por mulheres encarceradas, analisando, pela abordagem da Análise de Discurso Materialista, recortes da obra <em>Ela e a reclusão: o condenado poderia ser você, </em>de Vera Tereza de Jesus, e <em>Quem saberia perder, </em>de Gih Trajano. Embora com uma distância temporal significativa, as produções oportunizam um importante debate sobre a relação entre literatura, história e memória em relação com a narratividade. O impossível de “narrar-se a si mesmo” caracteriza a relação entre língua, história e memória.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/88818O discurso católico-cristão na conexão dos dizeres em As Doenças do Brasil, de Valter Hugo Mãe2025-02-13T08:51:48-03:00Elaine Pereira Darózelaine.daroz@unicap.brRomero Lopes da Silvaromero.00000008587@unicap.br<p>O presente artigo aborda como o discurso católico-cristão é presente na tessitura da construção narrativa do romance <em>As doenças do Brasil</em> (2022), de Valter Hugo Mãe. Para tal, utilizaremos as noções de formação ideológica, que, em nossa análise, entendemos como pertencente à colonizadora e de memória discursiva, com base em Pêcheux (2014) e Courtine (2022). Assim, ao se observar a relação do discurso colonizador com o enredo de Valter Hugo, foi possível perceber que a obra, desde os pré-escritos do texto fictício, aloca discursos tecidos sob a égide da colonização. Desse modo, foi-nos perceptível o modo como os dizeres animalizadores acerca da pessoa negra ressoam no grupo ficcionalizado – o povo abaeté – que, na narrativa, assim como personagem negro, opõe-se à colonização.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/90556Iracema: um dizer que produz/faz fronteiras2025-01-10T23:45:13-03:00Élcio Aloisio Fragosoelcioaf@terra.com.brCarlos Davis Barroso de Oliveira Júniorcarlos.junior@unir.br<p>Este texto analisa, sob a perspectiva da Análise de Discurso Materialista, como <em>Iracema</em> de José de Alencar articula literatura e língua (nacional) no Brasil do século XIX. Destaca ainda a (in) distinção entre literatura e ciência no discurso romântico que trabalha essa relação formalmente. A textualidade de <em>Iracema</em> é interpretada como um espaço de constituição de sentidos nacionalistas, onde o encontro entre indígenas e colonizadores é romantizado, atualizando a região da memória colonialista e apagando (deixando suspensa) a historicidade indígena. A análise explicita como este discurso determina o imaginário nacional, tensionando ficção, ciência e memória na produção de sentidos.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/88024Silêncio e memória na/pela formulação de Javier Marías em “Amanhã, na batalha, pensa em mim”2025-02-13T16:03:16-03:00Júlio César Martins Santosjulioc.martinssantos@gmail.comLuciana Nogueiraluciana.nogueira@ufscar.br<p>O presente artigo analisa o funcionamento do silêncio na/pela formulação de Javier Marías na obra literária <em>Amanhã, na batalha, pensa em mim</em>. Para tal, a Análise de Discurso, de Pêcheux e Orlandi, foi mobilizada como fundamentação teórica. Ao cabo do estudo, observamos que os sentidos produzidos pela díade <em>contar </em>e <em>silenciar </em>evocam a memória dos mortos na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e na ditadura do General Francisco Franco (1939-1975), memória esta que se atualiza no/pelo contraste com o período de desenvolvimento da trama, os anos finais do século XX.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/90181A circulação do discurso literário nas redes sociais: uma questão de autoria?2024-12-12T09:25:55-03:00Taís da Silva Martinstaissmartins1@gmail.comVerli Petri da Silveiraverli.petri72@gmail.comLarissa Montagner Cervolaricervo@gmail.com<p>O artigo volta-se à circulação do discurso literário nas condições de produção do digital, considerando-se arquivos que reúnem textualidades associadas ao nome de autores canônicos e que são disponibilizadas para circular como frases de efeito. A perspectiva teórica e metodológica de fundamentação do trabalho é a Análise de Discurso. O ponto fulcral é a discussão da atribuição de autoria na perspectiva da filiação ao histórico de significações que singularizam o nome de um dado autor, assim como os efeitos produzidos na construção de uma dada memória coletiva da atualidade.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/90136Entre sinais e letras: surdos, memória e literatura2025-02-13T11:22:53-03:00Tatiane Folchini dos Reistatiane.reis@ifsc.edu.brEdgar Roberto Kirchofekirchof@hotmail.com<p>Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de doutorado que investigou práticas e vivências relacionadas ao letramento literário em Libras (L1) e em português (L2), com base nas memórias de surdos sobre suas experiências de letramento literário na infância e na adolescência. O embasamento teórico está ancorado nos estudos surdos e no letramento literário. A pesquisa qualitativa, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas em Libras, envolveu nove participantes surdos sinalizantes, todos com experiência em práticas literárias. Atualmente, eles são agentes de letramento literário nas redes sociais e outros espaços. Os principais achados revelam que os espaços fundamentais de práticas literárias vivenciadas pelos surdos entrevistados foram o ambiente doméstico e a escola de surdos. Os participantes destacaram a relevância do apoio familiar, especialmente por meio de práticas como a mediação da leitura pelos pais e outros adultos e uso de materiais visuais como livros ilustrados e em quadrinhos. Nas escolas de surdos, a prioridade foi o contato com a Libras, com ênfase nas práticas de leituras e discussões mediadas nessa língua.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/88787Cartografia da memória: o tecido das reminiscências na construção de Becos da Memória, romance de Conceição Evaristo2025-04-05T16:34:00-03:00Mariana da Silva Santosmarianassantos687@gmail.comJuliano de Mesquita Pinheirojulianodemesquitapinheiro@gmail.comMarilda Aparecida Lachovski de Françalachovskimarilda@gmail.com<h3><span style="font-weight: 400;">Este artigo analisa aspectos como memória, identidade e pertencimento no romance de Conceição Evaristo, </span><em><span style="font-weight: 400;">Becos da Memória</span></em><span style="font-weight: 400;">. A autora utiliza a linguagem literária para entrelaçar memórias pessoais e coletivas, articulando-as com questões de pertencimento, identidade e espaço, especialmente no contexto de desfavelamento e marginalização urbana no Brasil dos anos 1980. Como embasamento teórico, são considerados os estudos, especialmente, de Gagnebin (2009), que discute a relação entre lembrar, escrever e esquecer; Martins (2021), que explora as "Afrografias da memória" e a importância das tradições culturais na preservação da memória; Monteiro (1988), que aborda as crises na geografia e suas implicações.</span></h3>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/87010Embate geracional e poder: sopros escuros no porão da memória em Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar2025-02-14T09:26:02-03:00Anderson Amaral de Oliveiraanderson.amaral@unijui.edu.brJoão Pedro Wizniewsky Amaraljpwamaral@gmail.com<p><em>Lavoura Arcaica</em>, de Raduan Nassar, é um romance rico em lirismo e simbolismo, explorando o conflito entre gerações através da memória. André representa a memória lírica, resistente aos valores familiares, enquanto seu pai encarna uma memória pragmática, propagando ideologias tradicionalistas. O romance apresenta memória como dual e antitética, investigando suas manifestações, embates e efeitos. Quatro categorias de análise são criadas: aspectos formais e linguísticos, configuração familiar, memória geracional e intertextualidade. Estudos de Paul Paul Ricoeur (2003), Jacques Le Goff (1991) e Jeanne Gagnebin (2002) fundamentam a conceituação e problematização da memória.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/88212Azul Corvo: metáforas de uma guerrilha2025-02-15T09:11:58-03:00Lilian Rodrigues de Souza Oliveiralilianrodrigues@discente.ufg.br<p>Diante da problemática que perpassa a compreensão sobre o governo autoritário no Brasil ocorrido entre os anos de 1964 e 1985, pautado no arcabouço teórico que norteia a relação entre Literatura, memória e história, exposto pelos estudiosos Walter Benjamin, Joël Candau, Eurídice Figueiredo, Seligman Silva e outros, o presente artigo tem o escopo de refletir sobre as estratégias narrativas do romance pós-moderno no trabalho contra o esquecimento da Ditadura Militar Brasileira, a partir da análise do romance <em>Azul Corvo</em>, de Adriana Lisboa. Além disso, também abordaremos a ideia do testemunho ante a mudez de quem experienciou uma guerrilha.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/87827Descaso e trauma: reflexos da violência e dos anos de ditadura militar na narrativa indígena de Davi Kopenawa2024-10-29T15:45:19-03:00Claudia Luiza Caimiclaudialuizacaimi@yahoo.com.brCamila Sauthiersauthiercamila@gmail.com<p>A violência contra os povos indígenas no Brasil começou antes do período de ditadura militar e está presente quase quatro décadas depois do seu fim. No entanto, esse padrão histórico não absolve os governos militares de terem intensificado as tensões entre brancos e indígenas. O testemunho de Davi Kopenawa, em <em>A queda do céu</em>, por exemplo, está permeado pelo trauma individual e coletivo, expressado mediante a representação do evento traumático, cuja função é o estabelecimento de significação para a vítima, e a manutenção da identidade do grupo. Com a análise desse testemunho, podemos mensurar seu caráter político e documental.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/88780Rizomas da ancestralidade: colonialidades em Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum2025-02-13T15:00:27-03:00Rayniere Sousarayniere.alvarenga@gmail.comDivanize Carbonieridivacarbo@hotmail.com<p>O presente artigo tem como objetivo analisar o romance Órfãos do Eldorado (2008), de Milton Hatoum, tomando como chave de leitura as colonialidades do poder, do ser e do saber. Essas categorias são investigadas, sobretudo, por Aníbal Quijano (2005) e Ramón Grosfoguel (2008). No romance, existe a presença de marcas dos aditamentos coloniais no tratamento de personagens indígenas, tornando passíveis de problematização as práticas autoritárias, genocidas e epistemicidas às quais os povos tradicionais são acometidos ainda na contemporaneidade. Assim, a presente análise se volta para a interrogação das estandardizações coloniais dos indígenas que figuram no capitalismo como sistema-mundo.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/86486Do corpo à casa: espaços de transformação em A Gorda2025-04-05T17:02:04-03:00Noah de Aguiar Pinhonoahdeaguiarpinho@gmail.comAltamir Botosoabotoso@uol.com.br<p>Este artigo tem como objetivo a análise da obra <em>A Gorda</em>, de Isabela Figueiredo (2016), focalizando a temática da memória. Examina-se a intrínseca relação entre a memória e o enredo narrativo, especialmente no que concerne à protagonista, que, em devaneios, permeados por agouros e prenúncios, revisita sua própria identidade, tanto corporal quanto íntima. Este estudo parte da interconexão entre a literatura e a memória, desvelando os percursos e as maneiras pelas quais essas áreas se entrelaçam para a análise da obra selecionada como <em>corpus</em> para esse artigo. Além disso, viabiliza a promoção do conhecimento interdisciplinar entre essas esferas.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/87401Variações de temas chineses e o arranjo do Livro de Jade de Judith Gautier2025-02-07T15:42:11-03:00Ana Beatriz Farias Costa de Britobrito.anab03@gmail.comFrancine Fernandes Weiss Ricieriweiss.francine@unifesp.br<h3><span style="font-weight: 400;">A analogia musical das primeiras versões do </span><em><span style="font-weight: 400;">Livro de Jade </span></em><span style="font-weight: 400;">(1867), </span><em><span style="font-weight: 400;">Variações de temas chineses, </span></em><span style="font-weight: 400;">serve de apoio no presente artigo para oferecermos hipóteses de leitura do livro. Percorrendo as reformulações operadas por Judith Gautier rumo à condensação, o objetivo seria flagrar não um processo de estabilização, mas a dinâmica de uma escrita constituída por modulações, sugestões e inconstância. Sob a influência de uma concepção do belo composto de um elemento eterno e outro transitório, esse primeiro é evocado a partir da memória ancestral da poesia chinesa e se concretiza na recuperação de motivos semelhantes a </span><em><span style="font-weight: 400;">leitmotive, </span></em><span style="font-weight: 400;">tornando seu livro um constante exercício de meditação e de memória.</span></h3>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/90200Distopias ressignificadas: uma leitura comparativa entre “Kallocaína”, de Karin Boye, e “1984”, de George Orwell2025-10-09T14:50:45-03:00Mônica Stefanimonica.stefani@ufsm.brAmanda da Silva Oliveiraamanda.oliveira@ufsm.br<p>Este artigo apresenta uma comparação de leituras de dois romances do gênero distopia/ficção científica, publicados na década de 1940: <em>Kallocaína</em>, de Karin Boye, e <em>1984</em>, de George Orwell, os quais apresentam personagens descrevendo suas reações e experiências em cenários totalitários. Com base no referencial teórico oferecido pelos trabalhos de Ricoeur (2007), Barthes (2013) e Chauvin (2024), desenvolvemos esta leitura seguindo o mote central nas duas narrativas: o papel da memória.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letrashttps://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/91477Epistemologia feminista: problematizar a memória da tradição na literatura, na crítica e na cultura2025-06-29T09:36:31-03:00Anselmo Peres Alósanselmoperesalos@gmail.comDileane Fagundes de Oliveiradileanefagundes@gmail.com<p>Para a epistemologia feminista, o sujeito do conhecimento deve ser considerado como efeito das determinações culturais, inserido em um campo complexo de relações sociais, sexuais e étnicas. Os critérios de objetividade e neutralidade que garantiram a veracidade do conhecimento caem por terra no momento em que se incorpora um modo feminista de pensar, assumindo as dimensões subjetiva, emotiva e intuitiva do conhecimento e dos respectivos processos de sua produção. Essa ruptura nos instiga a explorar outras trilhas conceituais e metodológicas, cujas reflexões possam contribuir para evidenciar o interesse e a eficácia de aportes pluridisciplinares que favoreçam novas condições equitativas de gênero à produção do conhecimento científico, integrando as diversas reflexões e experiências femininas com vistas a produzir um conhecimento mais compartilhado em relação às alteridades e a realidade social.</p>2025-11-28T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 Letras