Percepção de estudantes com altas habilidades/superdotação nas graduações em saúde
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X68321Palavras-chave:
Altas Habilidades/Superdotação, Estudantes, Ensino Superior.Resumo
Estudo sobre a percepção de estudantes superdotados, que busca apreender as ansiedades e expectativas dos mesmos a partir do seu ingresso nas universidades, onde passam a vivenciar um universo diferente de aprendizagem. Objetivou-se apreender a experiência desses estudantes nas graduações em saúde e compreender como percebem o processo de ensino e aprendizagem neste contexto. Pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, por meio de entrevista semiestruturada com nove estudantes de cursos de graduação na área da saúde. As categorias encontradas foram: vivência na universidade, o desconhecimento sobre a superdotação, a interação social e sobre a autopercepção. Os resultados revelam que o ingresso dos superdotados na universidade suscitou sentimentos de angústia e surpresa. Evidenciou-se o desconhecimento de muitos docentes sobre a superdotação, o que indica que para eles, ser superdotado é ter a obrigação de saber todas as matérias e tirar ótimas notas. Notou-se que a percepção sobre a temática de superdotação se encontra na invisibilidade, e, embora a inclusão seja discutida, a superdotação nem sempre é incluída no debate. Isso ocorre porque o imaginário sobre a superdotação que advém do senso comum acaba corroborando com a ideia de gênio, o que interfere na construção de um olhar crítico sobre a questão. Conclui-se que são necessários mais estudos, com ofertas de formação para todos os colaboradores que compõem o quadro funcional das instituições de ensino, especialmente os docentes. A formação para atender as especificidades da superdotação requer o desenvolvimento de estratégias de ensino ativo que possam estimular suas habilidades.
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