Educação Especial e Inclusão Escolar: estudo comparado sobre Minas Gerais e Paraná

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X89151

Palavras-chave:

Políticas públicas em educação, Educação inclusiva, Escola de educação especial

Resumo

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) surgiu para promover a inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares. Nesse cenário, as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), que tiveram um papel fundamental na história da Educação Especial no Brasil, foram provocadas a rever seu papel frente ao cenário atual. Isso acarretou o fechamento ou reestruturação das escolas especiais existentes e fomentou debates acirrados sobre o papel das APAEs no atendimento aos alunos com deficiência. O objetivo deste artigo, portanto, é discutir a organização da Educação Especial Inclusiva em Minas Gerais e Paraná a partir da apropriação da PNEEPEI pelas APAEs em ambos estados, apontando a organização de suas escolas e evidenciando as semelhanças e diferenças encontradas. Os resultados indicam que a forma como cada estado se apropriou da PNEEPEI impactou diretamente na organização das escolas das APAEs e posicionou-as de maneira distinta frente à PNEEPEI. Conclui-se que as APAEs em Minas Gerais se reestruturaram a partir da implementação da PNEEPEI, ao passo que, no Paraná, as APAEs permaneceram distantes dos avanços propostos pela PNEEPEI.

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Biografia do Autor

Bruna Caroline Morato Israel, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista em Inspeção e Supervisão Escolar e em Educação Especial, graduada em Pedagogia. Atua como consultora técnica no Instituto de Ensino e Pesquisa Darci Barbosa (IEP-MG) e como Conselheira no Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE/MG), com participação ativa na Câmara de Ensino Fundamental e na Câmara de Planos e Legislações.

Adriana Araújo Pereira Borges, Universidade Federal de Minas Gerais

Pós doc no City College of New York. Professora de Políticas Públicas de Educação Especial e Inclusão na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. Membro do Comitê gestor do INCT Políticas Públicas e Profissão Docente. Professora da pós graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social, da FaE/UFMG. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1996) e Doutorado em Educação pela Faculdade de Educação (FaE) da UFMG (2014). Atuou como psicóloga em escolas da rede pública municipal de Arcos, MG e como técnico de nível superior da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, trabalhando na urgência psiquiátrica do CERSAM Barreiro. Foi coordenadora do curso de pós-graduação Educação Especial Na Escola Inclusiva. Foi Tesoureira da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (2021-2023). Membro do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff e Membro do GT 79 - Transtornos do Espectro Autista (TEA): pesquisas em saúde e educação, da ANPEPP. Vice-coordenadora do Gestrado. Líder do LaPPEEI (Laboratório de Políticas e Práticas em Educação Especial e Inclusão, vinculado ao CNPQ). O LaPPEEI integra a Rede Infinito - Inclusão, Inovação, Transformação. Tem experiência na área de Políticas de Educação Especial, atuando principalmente nos seguintes temas: educação especial, inclusão, transtorno do espectro do autismo, história da psicologia e da educação especial, Plano de desenvolvimento individual e Desenho Universal de Aprendizagem. Orienta projetos de mestrado e doutorado em História, Políticas e Práticas em Educação Especial e Inclusiva.

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Publicado

2025-07-21

Como Citar

Israel, B. C. M., & Borges, A. A. P. (2025). Educação Especial e Inclusão Escolar: estudo comparado sobre Minas Gerais e Paraná. Revista Educação Especial, 38(1), e47/1–27. https://doi.org/10.5902/1984686X89151

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