Tempo, arte e educação: suspensões e fraturas na linearidade temporal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734872111

Palavras-chave:

Tempo; Arte; Educação.

Resumo

O presente artigo apresenta algumas passagens pelos labirintos do tempo, da arte e da educação. De modo inicial, aborda as concepções que geriram a definição do tempo, desde o pensamento primitivo e seus desdobramentos no pensamento moderno. Assim como, procura ampliar a discussão com relação às demarcações temporais que organizam a vida, e consequentemente a educação e a arte, sendo relevante sua problematização visto que durante a pandemia da Covid-19 nossa percepção temporal sofreu alguns efeitos e modificações. Estas variações temporais tornam-se potentes ao introduzir no campo educativo um momento de suspensão, intervalo em que a cronologia não mais organiza a existência, ao menos em alguns momentos, para então fraturar sua linearidade, propiciando que a criação e a arte adentrem territórios outros. Embora tenhamos criado uma medida de tempo para tudo, que nos traz uma mínima organização social, quando nos desordenamos e raspamos qualquer número que meça a temporalidade, o tempo na sua nudez é um instante de vida, duração de um dia, afirmação singular, inscrevendo sulcos e rastros em superfícies.

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Biografia do Autor

Carin Cristina Dahmer, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Professora doutora da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

Angélica Neuscharank, Instituto Federal Sul-rio-grandense, Sapiranga, RS

Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria, Brasil (2019). Professora de Artes no Instituto Federal Sul-rio-grandense, Campus Sapiranga.

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Publicado

2022-11-18

Como Citar

Dahmer, C. C., & Neuscharank, A. (2022). Tempo, arte e educação: suspensões e fraturas na linearidade temporal. Revista Digital Do LAV, 15, e22/1–26. https://doi.org/10.5902/1983734872111

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