Com que linhas traçamos a docência: experiências de estágio a partir da Arte Indígena Contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983734891177Palavras-chave:
Estágio Supervisionado, Arte Contemporânea Indígena, Ensino de Arte, EJAResumo
O presente texto busca analisar as possibilidades de mobilização de produções artísticas contemporâneas, mais especificamente da arte indígena contemporânea a partir de obras selecionadas de Gustavo Caboco, no contexto de experiências de formação docente vivenciadas em uma situação de Estágio Supervisionado em Artes Visuais na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sob o ponto de vista teórico e metodológico, o artigo conta com a contribuição de pesquisas desenvolvidas no bojo dos Estudos Culturais, com reflexões sobre o multiculturalismo e a importância de sua presença nos currículos educacionais, além das contribuições da cartografia como impulso para a constituição de uma prática de docência em Arte aberta à criação e à investigação contínuas. As vivências de estágio contribuíram para a construção de uma identidade docente em movimento. Durante o processo foi possível colocar em prática planejamentos e ações que contemplam a lei 11.645/2008 por meio de uma docência inventiva que, ao evitar o uso de imagens estereotipadas, investiu na expansão do repertório imagético dos/das alunos/as.
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Referências
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CABOCO, Gustavo. “Encontro di-fuso Wapinanbá (Wapichana e Tupinambá)”, 2022, fuso do Assojaba [manto] Tupinambá e bordado, 23 x 20 cm.
CABOCO, Gustavo. “Fiando o fio forte”, 2022, fuso, algodão Wapichana e bordados, 25 x 25 cm.
CABOCO, Gustavo. “Fios da infância Wapichana”, 2022, fotografia e algodão, 28 x 23 cm.
CABOCO, Gustavo. “Watuminpen waradam day: pedra do-céu”, 2021, 270 x 160cm.
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