Com que linhas traçamos a docência: experiências de estágio a partir da Arte Indígena Contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734891177

Palavras-chave:

Estágio Supervisionado, Arte Contemporânea Indígena, Ensino de Arte, EJA

Resumo

O presente texto busca analisar as possibilidades de mobilização de produções artísticas contemporâneas, mais especificamente da arte indígena contemporânea a partir de obras selecionadas de Gustavo Caboco, no contexto de experiências de formação docente vivenciadas em uma situação de Estágio Supervisionado em Artes Visuais na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sob o ponto de vista teórico e metodológico, o artigo conta com a contribuição de pesquisas desenvolvidas no bojo dos Estudos Culturais, com reflexões sobre o multiculturalismo  e a importância de sua presença nos currículos educacionais, além das contribuições da cartografia como impulso para a constituição de uma prática de docência em Arte aberta à criação e à investigação contínuas. As vivências de estágio contribuíram para a construção de uma identidade docente em movimento. Durante o processo foi possível colocar em prática planejamentos e ações que contemplam a lei 11.645/2008 por meio de uma docência inventiva que, ao evitar o uso de imagens estereotipadas, investiu na expansão  do repertório imagético dos/das alunos/as.

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Biografia do Autor

Emanuelle Dalécio da Costa, Universidade Estadual de Maringá

Graduada em Artes Visuais - Licenciatura pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Possui interesse pelas áreas de Arte, educação, imagens e processos de criação. Participa ativamente do grupo de pesquisa Arte, Educação e imagens (ARTEI/UEM). Participou do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UEM). Integrou como bolsista o Projeto de Extensão "Construindo a Cidadania com Adolescentes e Jovens do Ensino Médio das Escolas Estaduais de Maringá-PR", vinculado ao grupo de pesquisa Núcleo de Pesquisa em Participação Política (NUPPOL/UEM),e atualmente participa da ação educativa enquanto voluntária.

Beatriz da Silva Pinto, Universidade Estudaul de Maringá

Universidade Estadual de Maringá

Adriana Pedrassa Prates, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Educação (2019) pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), na linha de pesquisa Filosofia da Educação. Mestra em Educação (2013) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na linha de pesquisa Filosofias da Diferença e Educação. Suas pesquisas articulam interfaces entre Arte e Educação, com incursão consistente nas áreas de Museologia, Arquitetura/Urbanismo e Filosofia. Realizou três especializações (lato sensu), com destaque para Estudos em Museus de Arte pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (FAU MACKENZIE), Licenciatura em Artes Visuais (FPA) e Licenciatura em Música (FMCG). Tem larga experiência no ensino de arte na Educação Básica, tendo atuado em instituições de renome, dentre as quais, a Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (EAFEUSP) e o Colégio São Domingos (São Paulo). Tem larga experiência no Ensino Superior, tendo exercido atividades de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de Licenciatura em Artes Visuais e Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). Atuou, nessa mesma instituição, como Supervisora do Núcleo de Teoria e História do curso de Arquitetura e Urbanismo, e como líder do GEPEX - Grupo de Pesquisa e Estudos Interdisciplinares Experimentais em Arte, Educação, Arquitetura e Urbanismo e Cultura. Atualmente, exerce atividades de docência, pesquisa e extensão no curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá (UEM). É Coordenadora do Estágio Supervisionado em Artes Visuais (UEM). Participa do Dobra - Grupo de Pesquisa em Arte, Subjetividade, Educação e Diferença (UEM).

Referências

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CABOCO, Gustavo. “Encontro di-fuso Wapinanbá (Wapichana e Tupinambá)”, 2022, fuso do Assojaba [manto] Tupinambá e bordado, 23 x 20 cm.

CABOCO, Gustavo. “Fiando o fio forte”, 2022, fuso, algodão Wapichana e bordados, 25 x 25 cm.

CABOCO, Gustavo. “Fios da infância Wapichana”, 2022, fotografia e algodão, 28 x 23 cm.

CABOCO, Gustavo. “Watuminpen waradam day: pedra do-céu”, 2021, 270 x 160cm.

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Publicado

2025-08-07

Como Citar

Costa, E. D. da, Pinto, B. da S., & Prates, A. P. (2025). Com que linhas traçamos a docência: experiências de estágio a partir da Arte Indígena Contemporânea. Revista Digital Do LAV, 18(1), e18/1–21. https://doi.org/10.5902/1983734891177

Edição

Seção

Dossiê – Artes e literaturas indígenas contemporâneas: forças que movimentam modos de pensar, sentir e fazer pesquisas

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