Violência Sexual e deficiência: a vulnerabilidade de jovens com deficiência intelectual às situações de violência sexual
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X71581Palavras-chave:
Pessoa com deficiência intelectual, Violência sexual, SexualidadeResumo
A violência sexual direcionada às pessoas com deficiência tem demandado de ações epidemiológicase educativas. Trabalhar este tema envolve atender vítimas, desenvolver ações protetivas e preventivas e abordar a temática no cotidiano da educação especial. O objetivo geral desta pesquisa foi identificar a vulnerabilidade de jovens com deficiência intelectual às situações de violência sexual. Como procedimento de coleta de dados foi aplicado o inventário comportamental “What If – Situations Test” com nove jovens diagnosticadas/os com deficiência intelectual. Os dados foram analisados quanti-qualitativamente a partir da estatística descritiva. Os resultados mostraram que a maioria dos jovens, sete dos nove, não possuem conhecimentos claros sobre violência sexual, possuem dificuldades em diferenciar situações que não apresentam risco de violência das que apresentam e em agir defensivamente frente a estas situações. O repertorio comportamental dos jovens é permeado por dinâmicas de gênero, enquanto jovens do gênero masculino são mais assertivos, as do gênero feminino demonstram mais facilidade em comunicação e pedir ajuda de pessoas adultas. São necessários programas educativos voltados à prevenção da violência sexual que busquem desconstruir dinâmicas rígidas de gênero e ensinar comportamentos protetivos, contribuindo para o combate e para a prevenção da violência.
Downloads
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA AÇÃO POR DIREITOS DAS PESSOAS COM AU-TISMO (ABRAÇA). Manifesto: Sou autista, tenho direito ao meu próprio corpo.Fortaleza: ABRAÇA, 2016.
BAÍA, P. A. D. O processo de descoberta e revelação do abuso sexual de crianças e adolescentes. 2013. 87 f. Dissertação (Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comporta-mento) - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém, 2013.
BARROS, R. D.; WILLIAMS, L. C. A.; BRINO, R. F. Habilidades de auto proteção acerca
do abuso sexual em mulheres com deficiência mental. Revista Brasileira de Educação
Especial, [s. l.], v. 14, n. 1, p. 93-110, 2008.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília-DF, 1988
CARVALHO, F. A. Homem não chora: o abuso sexual contra meninos. 2015. 169 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Pau-lo, 2015.
ESTEBAN, M. L. Crítica delPensamiento Amoroso. [S.l.]: EdicionsBellaterra, 2011.
FREITAS, M. C.; SANTOS, L. X. Interseccionalidades e a educação especial na perspec-tiva da educação inclusiva. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 51, p. e07896, 2021.
KHALI, A, I.; ARISHI, S.; HUSSAIN, N.; ALMOHAMMED, O. Physically and intellectually disabled children safety: impact of sexual abuse prevention program. IOSR Journal of Nursing and Health Science,[s. l.],v. 8, p 34-49, mar./abr. 2019.
MACHADO, C. L.; FERNANDES, A. M. D. S.; OSIS, M. J. D.; MAKUCH, M. Y. Gravidez após violência sexual: vivências de mulheres em busca da interrupção legal. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 2,p. 345-353. 2015.
MENDES, M. J. G. Deficiência intelectual e sexualidade: a violência sexual em foco. 2022. 193 f. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2022.
MENDES, M. J. G. DENARI, F. E. Sexo e deficiência: Discursos de jovens diagnosticados com deficiência intelectual e de seus familiares. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0263-0280, jan./mar. 2022.
MESSIAS, P. P.; SILVA, J. S.; SENA, E. L. S.; BOERY, R. N. S. O.; YARID, S. D. Bioética e atendimento a mulheres vítimas de violência sexual: revisão de literatura. Acta Bioethica, Santiago, v. 22, n. 1, p. 91-100, jun. 2016.
MINISTÉRIO PÚBLICO (Distrito Federal). Violência Sexual contra Crianças e Adoles-centes: identificação e enfrentamento. Brasília: MPDFT, 2015.
MOREIRA, L. C.; MOURO, F. R. D. Crianças e adolescentes com deficiência em situação de violência: cruzamento de conectores sociais. Revista Educação Especial, Santa Ma-ria, v. 34, p. e73/1–19, 2021. DOI: 10.5902/1984686X67913.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). World report on violence and health. Geneva: WHO, 2002.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório mundial sobre a deficiência. São Paulo: Lexicus Serviços Linguísticos, 2011.
PEREIRA, A. R.; FERREIRA, C. M. da R. J.; DINIZ, M. O corpo da mulher com deficiência intelectual nos discursos em pesquisas acadêmicas. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 33, p. e71/1–26, 2020. DOI: 10.5902/1984686X48398.
PFEIFFER, L.; SALVAGNI, E. P. Visão atual do abuso sexual na infância e adolescência. Jornal de pediatria, Rio de Janeiro. v. 81, n. 5, p. S197-S204, nov. 2005.
PINEL, H.; COLODETE, P. R.; BRAVIN, R. Discentes descritos com deficiência intelectual (DI): as permissões de suas expressões sexuais na escola e as representações existenci-ais de seus docentes. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 33, p. e57/ 1–23, 2020. DOI: 10.5902/1984686X48341.
REIS, J. G.; ARAÚJO, S. M.; GLAT, R. Autopercepção de pessoas com deficiência inte-lectual sobre deficiência, estigma e preconceito. Revista Educação Especial, Santa Ma-ria, v. 32, p. e103/ 1–16, 2019. DOI: 10.5902/1984686X33882.
SANTOS, C. M. L. S. A. Estatística descritiva. Manual de auto-aprendizagem. Lisboa: Edições Sílabo, 2007.
SANTOS, R. A. A voz dos estudantes com deficiência intelectual: rebatimentos dos tempos de escola na construção identitária. 2017. 196f. Dissertação (Mestrado em Edu-cação) - Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.
SIMÕES, J. Deficiência intelectual, gênero e sexualidade: algumas notas etnográficas em uma APAE do interior do estado de São Paulo - Brasil. Revista de la Faculdad de Medicina, [online], v. 63, spl. 1, p. 143-148, 2015.
SIMÕES, J. Dor, sofrimento e vitimização como técnicas de governo: considerações a partir de casos de abortamento em mulheres com e sem deficiência intelectual. Ayé: Re-vista de Antropologia, Aracape, v. 2, n. 1, 2020.
UNITED NATIONS POPULATION FUND (UNFPA). Women and young persons with disabilities: guidelines for providing rights-based and gender-responsive services to ad-dress gender-based violence and sexual and reproductive health and rights. Nova York: UNPF, 2018a.
UNITED NATIONS POPULATION FUND (UNFPA).Young persons with disabilities: global study on ending gender-based violence, and realising sexual and reproductive health and rights. Nova York: UNPF, 2018b.
WURTELE, S. K. What If Situation Test(WIST-III-R).Disponível em: https://www.academia.edu/3124105/WISTWhatIfSituationsTest. Acesso em: 29 ago. 2022.
WURTELE, S. K; HUGHES, J.; OWENS, J. S. An examination of the reliability of the “What If Situation Test”: a brief report. Journal of Child Sexual Abuse. v. 7, n. 1, p. 41-52, 1998.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Educação Especial
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaramos o artigo a ser submetido para avaliação na Revista Educação Especial (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação Especial (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).
