Formação de professores de creche e Transtorno do Espectro Autista: resultados de um curso presencial e a distância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X70212

Palavras-chave:

Educação Especial, Formação de professores, Educação a Distância

Resumo

As leis brasileiras ao longo da história educacional apresentam a inclusão de pessoas com deficiências como desafio a ser superado na educação de qualidade para todos. No entanto, apontamentos na literatura indicam que a formação dos professores e as condições existentes nas práticas escolares não estão adequadas para tal movimento, especialmente em Creches. Sendo assim, essa pesquisa teve como objetivo elaborar, desenvolver e avaliar os resultados de um curso de formação para professores de creche voltado para alunos com Transtorno do Espectro Autista nas modalidades presencial e a Distância. Apresenta-se como hipótese que um modelo didático individualizado, que incorpore aspectos fundamentais para formação de professores para educação inclusiva seja possível de replicação em modelos educacionais diferenciados e eficazes para uso por/para professores. Para tal, foi conduzida uma pesquisa de abordagem qualitativa, de natureza aplicada e com objetivos exploratórios presencialmente e, em seguida, em modelo EaD. Em ambas formações foi utilizado o Sistema Personalizado de Instrução (PSI) como modelo didático. Os resultados indicaram que o modelo se mostrou eficaz para formação de professores de creches nas duas modalidades. Portanto, a elaboração de um curso que tem como base o conhecimento da demanda dos professores, o uso de recursos multimídias, a divisão dos conteúdos em pequenas etapas e avaliações progressivas do repertório dos alunos-professores representa um recurso importante para formação de professores para inclusão de crianças com TEA, tanto no curso presencial, quanto no modelo EaD.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Vilas Boas Garcia, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, RR

Professor doutor da Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, RR, Brasil.

Fatima Elisabeth Denari, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP

Professora doutora da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.

Referências

ALMEIDA, Maria Amelia. Formação do professor para a educação especial: história, legislação e competências. Revista de Educação Especial, n. 24, 2004.

ALMEIDA, Onília Cristina de Souza de. et al. Evasão em Cursos a Distância: Fatores Influenciadores. Revista Brasileira de Orientação Profissional, v. 14, n. 1, p. 19-33, 2013.

APORTA, Ana Paula. Ensino de professores para o uso de Instrução com Tentativas Discretas para crianças com Transtorno do Espectro Autista. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2015.

ARIOSI, Cinthia Magda Fernandes. Contributos da Formação para a (re)definição da Identidade Docente na Creche: tensões e conquistas. Revista Humanidades e Inovação, v. 4, n. 1, 2017.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 1999. Disponível em: http://www.camara.gov.br/-sileg/integras/344503.pdf. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de Fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília: CNE, 2002a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res1_2.pdf. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais de qualidade para educação superior a distância. Brasília: MEC, 2007a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) - 2007. Brasília: MEC, 2007b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Parecer CEB nº 20, de 28 de janeiro de 2009. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: CNE/CEB, 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/programa-curriculo-em-movimento-sp-1312968422/legislacao. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília, DF: 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso em: 08 jul. 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Censo Escolar da Educação Básica 2016: Notas estatísticas. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Brasilia: DF, 2017a.

BRASIL. Resolução CNE/CP nº 1, de 09 de agosto de 2017. Altera o Art. 22 da Resolução CNE/CP nº 2. Brasília: CNE/CP, 2017b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/agosto-2017-pdf/70141-rcp001-17-pdf/file. Acesso em: 08 jul. 2018.

BUENO, José Geraldo Silveira; MELETTI, Silvia Márcia Ferreira. As políticas de escolarização de alunos com deficiência na educação infantil: uma análise dos indicadores educacionais brasileiros. Linhas críticas, v. 17, n. 33, p. 367-383, Maio-Ago. 2011.

CALHEIROS, David dos Santos; MENDES, Enicéia Gonçalves; LOURENÇO, Gerusa Ferreira. Considerações acerca da tecnologia assistiva no cenário educacional brasileiro. Revista Educação Especial, v. 31, n. 60, p. 229-244, jan./mar. 2018.

CALHEIROS,David dos Santos; MENDES, Enicéia Gonçalves; MENDONZA, Babette de Almeida Prado. Desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem para apoiar o uso da tecnologia assistiva por professores. Revista teias, v. 17, edição especial, p.225-239, 2016.

CAMPOS, Mariana de Lima Isaac Leandro; MENDES, Enicéia Gonçalves. Formação de professores para a educação inclusiva em cursos a distância: um estudo de campo documental. Revista Cocar, Belém/Pará, Edição Especial, n.1, p. 209-227, jan-jul. 2015.

CANDAU, Vera Maria; LELIS, I. A. A Relação Teoria-Prática na Formação do educador. In:CANDAU, V. M. (Org.). Rumo a uma Nova Didática. 10 ed. Petrópolis: Vozes. 1999. p.56-72.

CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho. et al. Perfil e avaliação dos participantes de um curso de formação continuada em práticas educacionais inclusivas na modalidade a Distância. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 6, n. 1, p. 79-89, jan.-jun. 2011.

COELHO, Maria de Lourdes. A formação continuada do docente universitário em cursos a distância via internet: Um estudo de caso. 2003. Disponível em: http://www.abed.org.br/seminario2003/texto06.htm. Acesso em: 08 jul. 2018.

CORTEGOSO, Ana Lucia; COSER, Danila Secolim. Elaboração de programas de ensino: Material autoinstrutivo. São Carlos: EdUFScar, 2011.

COSTA, Vanderlei Balbino da; DENARI, Fatima Elisabeth. Identidade, diferença e diversidade: alguns desafios da escola inclusiva. In: EIXO TEMÁTICO ATENÇÃO À DIVERSIDADE, 5., Guadalajara, Espanha, 2010. Anais [...]. Espanha: Universidade de Alcalá de Henares, 2010.

DENARI, Fátima Elisabeth. Saúde, assistência social & adultos deficientes; e agora?. In: LEMES, S. S.; MONTEIRO, S. A. I.; RIBEIRO, R. (Orgs.). A hora dos direitos humanos na educação. São Carlos: RiMa, 2009.

FRIZON, Vanessa. et al. A Formação de Professores e as Tecnologias Digitais. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 12., Curitiba, 2015. Anais [...]. Curitiba: PUCRS, 2015.

GATTI, Bernardete. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação e Sociedade, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, 2010.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas em pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2011.

GLAT, Rosana; NOGUEIRA, Mario Lucio de Lima. Políticas Educacionais e a Formação de Professores para a Educação Inclusiva no Brasil. Comunicações: Caderno do Programa de Pós-Graduação em Educação, v. 10, n. 1, Jun. 2003.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. 8. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 17. ed. São Paulo: Loyola, 2001.

LIBÂNEO, José Carlos. Diretrizes curriculares da pedagogia: imprecisões teóricas e concepção estreita da formação profissional de educadores. Educação e Sociedade, v. 27, n. 96, p. 0-26, 2006

LLOBERA, Fatima Vega. et al. Avaliação do ensino da linguagem oral em sala de aula: utilizando a ferramenta EVALOE no Brasil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 12, n. 2, p. 1085-1103, 2017.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1994.

MOORE,Michael Grahame. KEARSLEY, Greg. Educação a distância: sistemas de aprendizagem on-line. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

NAGLIATE, Patrícia de Carvalho. et al. Programação de ensino individualizado para ambiente virtual de aprendizagem: elaboração do conteúdo de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 21, n. 9, p. 1-9, jan.-fev. 2013.

OLIVEIRA, Débora Regina de; MIGUEL, Ana Silvia Bergantini. A nova concepção de creche pós-LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96). Revista Fafib On-line, v. 5, n. 5, p. 1-8, 2012.

MAHL, Eliane. et al. Desafios e ações para a efetiva inclusão educacional: algumas considerações. Revista Exitus, v. 2, n. 01, p. 157-166, jan.-jun. 2012.

NUNES, Débora Regina de Paula; AZEVEDO, Mariana Queiroz Orrico de; SCHMIDT, Carlo. Inclusão educacional de pessoas com Autismo no Brasil: uma revisão da literatura. Revista Educação Especial, v. 26, n. 47, p. 557 -572, 2013.

OMOTE, Sadao. Inclusão e a questão das diferenças na educação. Perspectiva, v. 24, n. Especial. Florianópolis, p. 251-272, 2006.

PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: PIMENTA, Selma Garrido (Org). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez Editora, 1999.

POLLARD, Joy. et al. An evaluation of an interactive computer training to teach instructors to implement discrete trials with children with autism. Journal of Applied Behavior Analysis, 2014.

RODRIGUES, Leda Maria Borges da Cunha; CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho. educação A distância e formação continuada do professor. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 18, n. 4, p. 615-628, Out.-Dez., 2012.

SANTOS, Vivian; ELIAS, Nassim Chamel. Caracterização das Matrículas dos Alunos com Transtorno do Espectro do Autismo por Regiões Brasileiras. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 24, p. 465-482, 2018.

SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, v. 14, n. 40, jan./abr. 2009.

TODOROV,João Claudio; MOREIRA, Márcio Borges; MARTONE, Ricardo Corrêa. Sistema Personalizado de Ensino, Educação a Distância e Aprendizagem Centrada no Aluno. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 25, n. 3, p. 289-296, jul.-set. 2009.

Downloads

Publicado

2023-04-28

Como Citar

Garcia, R. V. B., & Denari, F. E. (2023). Formação de professores de creche e Transtorno do Espectro Autista: resultados de um curso presencial e a distância. Revista Educação Especial, 36(1), e19/1–28. https://doi.org/10.5902/1984686X70212

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.