Caracterização de serviços de Intervenção e Estimulação Precoce ofertados pelas APAES do estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X40088Palavras-chave:
Intervenção Precoce, Estimulação Precoce, infância.Resumo
A Intervenção Precoce (IP) ou Estimulação Precoce (EP) pode ser entendida como um conjunto de serviços e apoios, que são necessários à promoção do desenvolvimento pleno de crianças com risco identificado ao nascer ou atraso no desenvolvimento, percebido no decorrer dos primeiros anos, visando melhorar a sua qualidade de vida e de seus familiares. Considerando a importância desse serviço, o presente estudo objetivou caracterizar os serviços de IP/EP ofertados pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES) do estado de São Paulo. Foi elaborado, especialmente para este estudo, um protocolo com questões estruturadas, visando obter dados que permitissem caracterizar o serviço ofertado à comunidade. Os resultados apontaram que EP é a terminologia mais utilizada para denominar os serviços, enquanto na literatura o mais frequente é IP, que foi a utilizada nesse estudo. Os profissionais participantes, responsáveis pelo serviço trabalham com IP/EP há muitos anos, mas nenhum relatou pós-graduação neste campo de atuação. Quanto ao atendimento oferecido, predominou o atendimento de crianças com idade superior a quatro anos, com pequeno número de bebês, mostrando que as crianças chegam muito tarde no serviço. No geral, os programas incluem a participação das crianças semanalmente e seus familiares são atendidos esporadicamente. Há presença de equipe multiprofissional, com atendimento interdisciplinar. Ainda que tenha sido relativamente pequeno o número de instituições ouvidas, espera-se que os resultados obtidos com esse estudo impulsionem outros pesquisadores a dar continuidade às pesquisas nessa área tão relevante para o desenvolvimento integral da criança e qualidade de vida para a família.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Isabel Chaves de et al. Práticas de intervenção precoce baseadas nas rotinas: Um projecto de formação e investigação. Análise Psicológica, Lisboa, v. 29, n. 1, p. 83-98, 2011.
BAIRRÃO, Joaquim; ALMEIDA, Isabel Chaves de. Questões atuais em intervenção precoce. Psicologia, Lisboa, v. 17, n. 1, p. 15-29, 2003.
BOBREK, Andreia; GIL, Maria Stella Coutinho de Alcantara. Atuação e formação em estimulação precoce: Caracterização da percepção dos profissionais em três instituições. Revista Eletrônica de Educação, v. 10, n. 3, p. 121-137, 2016.
BOLSANELLO, Maria Augusta. Concepções sobre os procedimentos de intervenção e avaliação de profissionais em estimulação precoce. Educar em Revista, Curitiba, n. 22, p. 301-313, 2003.
BORTAGARAI, Francine Manara et al. A interconsulta como dispositivo interdisciplinar em um grupo de intervenção precoce. Distúrbios de Comunicação, v. 27, n. 2, p. 392-400, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html. Acesso em: 13 ago. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_estimulacao_criancas_0a3anos_neuropsicomotor.pdf. Acesso em: 05 ago. 2019.
CARNIEL, Camila Zorzetto et al. Influência de fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem e contribuições da estimulação precoce: revisão integrativa da literatura. Revista CEFAC, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 109-118, 2017.
CORREA, Wesley; MINETTO, Maria de Fatima; CREPALDI, Maria Aparecida. Família como promotora do desenvolvimento de crianças que apresentam atrasos. Pensando famílias, Porto Alegre , v. 22, n. 1, p. 44-58, 2018.
DALMAU, Mariona et al . How to implement the family-centered model in early intervention. Análise Psicológica, Murcia, v. 33, n. 3, p. 641-651, 2017.
DUNST, Carl J. Factores de Risco e Oportunidade com Influência no Comportamento e Desenvolvimento da Criança e do Agregado Familiar. In: IV Encontro sobre Intervenção Precoce. Coimbra, 1995.
FEAPAES-SP – Federação das APAES do estado de São Paulo. A federação. Disponível em: http://feapaesp.org.br/federacao.asp?id=1. Acesso em: 07 ago. 2019.
FERREIRA, Tahena Silva et al. Intervenção precoce e a participação da família: relato de profissionais de APAES. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 32, p. 1-20, 2019.
FRANCO, Vitor. Dimensões transdisciplinares do trabalho de equipe em intervenção precoce. Interação em Psicologia, Curitiba, v. 11, n. 1, p. 113-121, 2007.
GARCIA, M. Pilar; MADRID, Dolores; GALANTE, Rafael. Children and Augmentative or Alternative Communication System (AACs): a perceptive vision of the role played by families and professionals. Anales de Psicologia, Murcia, v. 33, n. 2, p. 334-341, 2017.
GARCIA, Patrícia Azevedo et al. Influência de fatores de risco no desenvolvimento neuromotor de lactentes pré-termo no primeiro ano de vida. Revista Movimenta, Goiânia, v. 4, n. 2, p. 83-98, 2011.
GARCIA, Rosalba Maria Cardoso. Políticas para a educação especial e as formas organizativas do trabalho pedagógico. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 12, n. 3, p. 299-316, 2006.
GOLLO, Cristina; GRAVE, Magali Teresinha Quevedo. Incidência de crianças participantes dos programas de estimulação precoce de cinco Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do vale do Taquari. Caderno pedagógico, Lajeado, v. 12, n. 1, p. 221-230, 2015.
HALPERN, Ricardo et al. Fatores de risco para suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de vida. Jornal de Pediatria, v. 76, n. 6, p. 421-428, 2000.
HANSEL, Ana Flávia; BOLSANELLO, Maria Augusta. As abordagens explicativas do desenvolvimento aplicadas à estimulação precoce. In: IX ANPED SUL, Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, p. 1-9, 2012. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2632/675. Acesso em: 13 ago. 2019.
IZIDORO, Isabela Rocha et al. Serviços especializados em intervenção precoce: elegibilidade e atuação multiprofissional. Revista CEFAC, São Paulo, v. 21, n. 4, e4919, 2019.
MARTINS, Paula Cristina. Protecção de Crianças e Jovens em Itinerários de Risco: representações sociais, modos e espaços. 2004. 492 f. Tese (Doutorado em Estudos da Criança) – Instituto de Estudos da Criança, Universidade do Minho, 2004. Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/3238. Acesso em: 05 ago. 2019.
MENDES, Maria Elisabete da Silva Tomé. Avaliação da qualidade em intervenção precoce: Práticas no Distrito de Portalegre. 2010. 314 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Porto, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.26/1549. Acesso em: 05 ago. 2019.
NASCIMENTO, Gabriela Cordeiro Corrêa do et al. Programas de intervenção precoce: caracterização de instituições e profissionais. Revista Educação Especial, Santa Maria, p. 431-446, 2018.
ORTIZ, Marilia Álvares; RIBEIRO, Maysa Ferreira Martins. Intervenção precoce e Síndrome de Down na APAE de Goiânia. Estudos, v. 40, n. 4, p. 461-478, 2013.
PACHECO, Raquel Cabral. Intervenção Precoce na Infância: Uma Abordagem ao Risco Ambiental na Região Autónoma dos Açores. 2013. 121 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação: Necessidades Educativas Especiais – Domínio Intervenção Precoce na Infância) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4061/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Raquel%20Pacheco.pdf. Acesso em: 05 ago. 2019.
PADOVANI, Ricardo da Costa et al . Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Revista brasileira de terapias cognitivas, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 02-10, 2014.
PEREZ-LOPES, Julio. De La estimulacion precoz a La atención temprana: nuevas alternativas de actuación profesional. In: BOLSANELLO, Maria Augusta (Org.) Atenção e estimulação precoce: bebês com deficiência. Anais do I Simpósio Nacional de atenção e estimulação precoce. Curitiba, 2008, pp. 9-20.
PIMENTEL, Júlia Serpa. Avaliação de programas de intervenção precoce. Análise Psicológica, v. 1, n. 22, p. 43-54, 2004.
RAFANTE, Heulalia Charalo; SILVA, João Henrique; CAIADO, Katia Regina Moreno. A Federação Nacional das APAES no contexto da ditadura civil-militar no Brasil: Construção da hegemonia no campo da educação especial. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, v. 27, n. 64, 2019.
RIBEIRO, Débora Gerardo; PEROSA. Gimol Benzaquen; PADOVANI, Flávia Helena Pereira. Mental health, mother-child interaction and development at the end of the first year of life. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 24, p. 331-339, 2017.
RODRIGUES, Olga Maria Piazentin Rolim; BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini. Efeitos da prematuridade sobre o desenvolvimento de lactentes. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 21, n. 1, p. 111-121, 2011.
SAMEROFF, Arnold; FIESE, Barbara F. Transactional regulation and early intervention. In: MEISELS, Samuel J.; SHONKOFF, Jack P. (Eds.). Handbook of Early Childhood Intervention. New York: Cambridge University Press, 1990, pp. 135-159.
SCHMIDT, Carlo et al. Intervenção precoce e autismo: um relato sobre o Programa Son-Rise. Psicologia revista, Belo Horizonte, v. 21, n. 2, p. 414-430, 2015.
SIMEONSSON, Rune J.; PEREIRA, Susana; SCARBOROUGH, Anita A. Documenting delay and disability in early development with the who – ICF. Psicologia, v. XVII, n. 1, p. 31-41, 2003.
SOARES, Diogo Miguel Cordeiro et al. Intervenção Precoce: intervenção junto da criança e da família. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade de Évora, 2012. Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0290.pdf. Acesso em: 13 ago. 2019.
TEGETHOF, Maria Isabel Silva Chaves de Almeida. Estudos sobre a intervenção precoce em Portugal: ideias dos especialistas, dos profissionais e das famílias. 2007. 860 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Porto, 2007. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.12/47. Acesso em: 13 ago. 2019.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaramos o artigo a ser submetido para avaliação na Revista Educação Especial (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação Especial (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).