A cultura do trabalho infantil como expressão atual do (neo)colonialismo
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644473497Palavras-chave:
Trabalho infantil, Cultura, EducaçãoResumo
Este artigo discute como a persistência do trabalho infantil, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos da América, constitui uma face atual do neocolonialismo. Cultivado como atividade educativa e dignificante, o trabalho infantil explorado persiste e é naturalizado como atividade educativa. A escola, a legislação e a religião, fazendo com que a classe trabalhadora passasse a amar e naturalizar aquilo que em épocas pretéritas era entendido como tortura e castigo, atuaram como meios fundamentais de formação de uma nova forma cultural: o amor ao trabalho. Inicialmente, o artigo discute como é historicamente fundada a cultura do trabalho para, depois, argumentar de forma contrária às explicações idealistas e pós modernas que o naturalizam. Entende que a cultura tem uma base material e é ligada à produção e reprodução social da vida. Metodologicamente, realizamos revisão bibliográfica sobre a cultura, o trabalho e o trabalho infantil. Além disso, foram coletados depoimentos de crianças trabalhadoras e familiares no Brasil e nos EUA. Também analisamos dados do IBGE e da Human Rights Watch. A pesquisa conclui com a necessidade de refundar uma nova cultura para uma nova sociedade que, baseada em outras relações sociais e econômicas, permita que a classe trabalhadora se liberte do que a domina e explora.
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