O significante comum na agenda política educacional contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644448133Palavras-chave:
Comum, Currículo, Política educacionalResumo
Este texto se propõe a buscar outras possibilidades de entendimento do termo comum e seus efeitos para enfrentar os debates curriculares no Brasil. O campo empírico dessa análise consistiu em duas coletâneas sobre a BNCC: Base Nacional Comum: projetos curriculares em disputa (2015) e A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas (2018). Tendo como interlocução privilegiada a abordagem discursiva pós-fundacional (DARDOT; LAVAL, 2017, LACLAU; MOUFFE, 2004, LACLAU, 1990, 2008, 2011, MARCHART, 2009), optou-se por analisar os sentidos do significante comum mobilizados e fixados nos textos que compõem as duas coletâneas selecionadas. Ao se constatar a hegemonia do sentido de comum no domínio exclusivo do jurídico, propõe-se um deslocamento do sentido desse termo para o domínio do político, defendendo-o como um princípio político que se manifesta pela instituição do inapropriável. Essa proposta se inscreve em uma perspectiva de pensar escola, currículo e conhecimento em uma perspectiva radicalmente democrática.Referências
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