A Graduação em Educação Básica em Portugal como pré-requisito para o acesso a mestrados que habilitam para a docência nos seis primeiros anos de escolaridade
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644485301Palavras-chave:
Graduação em Educação Básica, Portugal, Formação inicial de professoresResumo
A criação do Espaço Europeu do Ensino Superior, decorrente do Processo de Bolonha implicou alterações na formação inicial de professores que, em Portugal, passou a ser obtida através de mestrado. No caso da formação para lecionar aos primeiros seis anos de escolaridade, o acesso aos mestrados profissionalizantes requer uma Graduação em Educação Básica. É tendo esta situação por referência que o artigo dá conta de um estudo que responde às seguintes questões de investigação: i) que perceções têm estudantes finalistas desta Graduação sobre o curso?; ii) que importância atribuem estes estudantes à componente curricular de Iniciação à Prática Profissional? iii) que influência atribuem os estudantes a esta componente de formação para a escolha do percurso profissional futuro? Os dados foram recolhidos através de um questionário online cujas respostas foram tratadas por estatística simples e por análise de conteúdo. Esses dados permitiram as seguintes conclusões: de um modo geral, os estudantes consideram que o curso de Graduação em Educação Básica oferece uma preparação teórica sólida para a futura atuação como educadores ou professores; no entanto, muitos deles expressaram apenas uma satisfação moderada, ou até nenhuma satisfação, com o curso, particularmente na relação entre a componente prática e o que se espera de um desempenho profissional futuro; os estudantes atribuem grande importância, e até alguma influência, aos professores que, nas escolas, os recebem e os apoiam na socialização com a futura atividade profissional.
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