A cultura do trabalho infantil como expressão atual do (neo)colonialismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644473497

Palavras-chave:

Trabalho infantil, Cultura, Educação

Resumo

Este artigo discute como a persistência do trabalho infantil, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos da América, constitui uma face atual do neocolonialismo. Cultivado como atividade educativa e dignificante, o trabalho infantil explorado persiste e é naturalizado como atividade educativa. A escola, a legislação e a religião, fazendo com que a classe trabalhadora passasse a amar e naturalizar aquilo que em épocas pretéritas era entendido como tortura e castigo, atuaram como meios fundamentais de formação de uma nova forma cultural: o amor ao trabalho. Inicialmente, o artigo discute como é historicamente fundada a cultura do trabalho para, depois, argumentar de forma contrária às explicações idealistas e pós modernas que o naturalizam. Entende que a cultura tem uma base material e é ligada à produção e reprodução social da vida. Metodologicamente, realizamos revisão bibliográfica sobre a cultura, o trabalho e o trabalho infantil. Além disso, foram coletados depoimentos de crianças trabalhadoras e familiares no Brasil e nos EUA. Também analisamos dados do IBGE e da Human Rights Watch. A pesquisa conclui com a necessidade de refundar uma nova cultura para uma nova sociedade que, baseada em outras relações sociais e econômicas, permita que a classe trabalhadora se liberte do que a domina e explora.

Biografia do Autor

Soraya Franzoni Conde, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora do Departamento de Estudos Especializados em Educação e dos Programas de Pós Graduação em Educação (PPGE/UFSC) e em Serviço Social (PPGSS/UFSC). Foi professora visitante entre 2020 e 2021 no Programa de Pós Graduação em Psicologia e Educação Urbana da City University of New York (2020) pelo Programa CAPES/PRINT-UFSC e professora convidada na Universitá Degli Studi Di Padova (Itália) em 2022. É membro dos Comitês Editoriais das Revistas Perspectiva (UFSC) e Research on Pre School and Primary Education. Parecerista Ad Hoc da Outlines Journals - (CUNY - NYC); da Revista Katálysys (UFSC) e da ANPED. Coordenou e sub-coordenou o Programa de Pós Graduação em Educação da UFSC entre 2018 e 2020. Também foi chefe do Departamento de Estudos Especializados em Educação da UFSC entre 2017 e 2018. É pós doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela City University of New York (CUNY/ 2021/Bolsa CAPES), doutora em Educação (2012 - Bolsa Fumdes e CNPq) e mestre em Sociologia Política (2007- Bolsa CAPES) pela UFSC com doutorado sanduíche na Universidade de Lisboa (Bolsa CAPES). Graduada em Pedagogia com experiência na educação infantil e na formação de professores da infância e da área Trabalho e Educação

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Publicado

2024-11-19

Como Citar

Conde, S. F. (2024). A cultura do trabalho infantil como expressão atual do (neo)colonialismo . Educação, 49(1), e138/1–25. https://doi.org/10.5902/1984644473497