O RECOLHIMENTO DE PEDRO BALA AO REFORMATÓRIO:
O CÓDIGO DE MENORES DE 1927 E OS DIREITOS DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.5902/1981369471523Palavras-chave:
Crianças e Adolescentes, Menorismo, Direito e Literatura, Capitães da Areia, Dignidade da Pessoa HumanaResumo
No presente estudo, analisa-se pela ótica jurídico-literária (“direito e literatura”) o tratamento conferido às crianças e aos adolescentes carentes a partir da promulgação do Código de Menores de 1927. Especificamente, busca-se compreender como se construiu o discurso social acerca desses sujeitos para que se tornassem aceitas as práticas repressivas e segregacionistas contra eles, em especial aquelas cometidas no âmbito dos reformatórios. Na sequência, procura-se entender as implicações dessa dinâmica – desde o discurso legitimador até as práticas de violência típicas dessas instituições – para o processo de afirmação de direitos inerentes à condição humana (direitos humanos, direitos fundamentais, direitos da personalidade) de crianças e adolescentes. Para alcançarmos tais objetivos, utilizam-se os métodos da abordagem conhecida como “direito na literatura” aplicados ao romance “Capitães da Areia” (1937), de Jorge Amado.
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