Docências descafetinadas: movimentos de criação no ensino das artes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734888275

Palavras-chave:

Docência em artes, Pesquisa, Cafetinagem, Pasearse, Criação

Resumo

Este artigo explora o entrelaçamento teórico, filosófico, artístico e experimental de um projeto de doutorado em Educação e Artes que investiga os movimentos e afetos surgidos no fazer investigativo e na docência, sob a ótica das filosofias da diferença. Aliado às obras de Suely Rolnik, Sandra M. Corazza, Gilles Deleuze e Félix Guattari, o cerne deste estudo reside na desconstrução da figura convencional do “ser-docente-pesquisador” para um “estar-docente-pesquisador”, talvez mais fluído e criativo, capaz de criar novos caminhos e experiências educacionais. Para isso, é preciso resistir às forças que cafetinam (Rolnik, 2018) a potência criativa das/dos docentes e pesquisadores em diversos processos, o que acarreta uma despotencialização e um constrangimento, afastando-nos da nossa essência germinativa (Rolnik, 2018). Afirma-se, assim, a necessidade de uma docência-pesquisa da diferença (Corazza, 2009) que questione a si mesma em seu fazer-se e que permita explorar outras possibilidades, com uma atitude paseandeira em seus percursos inventivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcela Bautista Nuñez, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Artes Visuais - Licenciatura Plena em Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria (2017). Trabalhou como bolsista de Iniciação à Docência no Subprojeto Pibid Artes Visuais (2014-2017). Atualmente cursa a Especialização em Gestão Educacional e Mestrado em Educação na Universidade Federal de Santa Maria.

 

Cristian Poletti Mossi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando junto ao Departamento de Ensino e Currículo e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) na linha de pesquisa Arte, Linguagem e Currículo. Possui Doutorado em Educação (2014) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), na linha de pesquisa Educação e Artes e Mestrado em Artes Visuais (2010) pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGART), na linha de pesquisa Arte e Cultura, ambos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS) e com financiamento integral da CAPES. Graduação em Desenho e Plástica - Bacharelado e Licenciatura Plena (2004/2007) e Pós-graduação - Especialização em Design para Estamparia (2008) na mesma instituição. Desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de Artes Visuais e Educação e atualmente foca suas investigações na interface desses campos com as Filosofias da Diferença, tendo interesse especial pelas inter-relações entre processos de criação/invenção, docência e pesquisa em educação. É membro pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte, Educação e Cultura (GEPAEC) e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Arte e Docência - ARTEVERSA, ambos vinculados ao CNPq. Coordena o Grupo de estudos Povoar: arte, educação, filosofia e outros afetos.

Referências

BATISTA, Bruno Nunes. Algumas maneiras pós-estruturalistas de responder às perguntas: Como escrever? Como ser autor? Revista Digital do LAV, v. 12, n. 3, p. 072–090, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revislav/article/view/39475.

Acesso em: 20 jun. 2024.

CARVALHO, Alexandre Fiordi; GALLO, Silvio. Do sedentarismo ao nomadismo: intervenções para pensar e agir de outros modos na educação. Educação Temática Digital, v. 12, n. 1, p. 280–302, 2010.

CLARK, Lygia. Caminhando. <https://portal.lygiaclark.org.br/acervo/189/caminhando> Acesso: 08/05/2024.

CORAZZA, Sandra M. O docente da diferença. Revista Periferia, vol. 1, nº 1. jan./jun. 2009.

CORAZZA, Sandra M. Didaticária de criação: Aula cheia. Editora UFRGS, ISBN 856630800X. Ano 2011.

DELEUZE, Gilles. Proust e os signos. Trad. de Roberto Machado. São Paulo: Editora 34, 2022.

DELEUZE, Gilles. Crítica e Clínica. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1997.

DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 2. Trad. Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Claudia Leão. Editora 34, 2011.

GARLET, Francieli Regina. Pesquisar andarilho: pensar a docência desde outros lugares. In: OLIVEIRA, Marilda Oliveira de. (Org.) Arte, Educação e Cultura. 2 ed. rev. e ampl. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2015. p. 183-198.

GALLO, Silvio. Em torno de uma educação menor. Educação & Realidade. Pag. 169 –178. Jul/dez, 2002.

GARCIA, Everton da C. NEBEL, Letícia. O quanto vale a dor? Estudo sobre saúde mental de estudantes de póa-graduação no Brasil. Revista Polis (Santiago). Vol. 17. Nº 50, ago. 2018.

LARROSA, Jorge. O ensaio e a escrita acadêmica. Educação e Realidade. Jul/dez, 2010.

LOPONTE, Luciana Gruppelli. Tudo isso que chamamos de formação estética: ressonâncias para a docência. Revista Brasileira de Educação, v. 22, n. 69, abr./jun. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v22n69/1413-2478-rbedu-22-69-0429.pdf.> Acesso em: 20/05/2024.

MOSSI, Cristian Poletti. Povoamentos e resistências entre docência e criação no ensino das artes. Educação em Revista. Belo Horizonte. Vol.36. Ano 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/edur/a/85GXkj7hGcgXJMWJvgkBfds/>

Acesso em: 09/05/2024.

NUÑEZ, Marcela B. Encontros de Orientação Coletiva - Pasearse por agenciamentos coletivos e produções de pesquisa a n-1. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2020.

ROLNIK, Suely. Esferas da Insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: N-1 edições, 2018.

ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo (2a. ed.). Porto Alegre: UFRGS, 2016.

SPINOZA, Baruch. Ética. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

VALENTIM, Igor. Cafetinagem acadêmica, Assédio moral e Autoetnografia. [Edição eletrônica] Rio de Janeiro: Compassos Coletivos, 2022.

ZOURABITCHVILI, François. Abecedário de Deleuze. Tradução: André Telles. Ediouro, 2009.

Downloads

Publicado

2024-09-19

Como Citar

Nuñez, M. B., & Mossi, C. P. (2024). Docências descafetinadas: movimentos de criação no ensino das artes. Revista Digital Do LAV, 17(1), e24/1–17. https://doi.org/10.5902/1983734888275