A corporeidade criança vai à escola?
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644442535Palavras-chave:
Corpo, Educação, Educação Física, Ensino FundamentalResumo
Este artigo versa resultados e discussões oriundos de recortes de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo investigar se a criança que vai à escola vivencia a corporeidade. O escrito pautou-se na abordagem qualitativa, com enfoque fenomenológico e objetivo descrito e, foi realizado em três escolas públicas de Uberaba-MG, tendo como sujeitos 65 crianças matriculadas no primeiro ano do Ensino Fundamental. Foi usada a observação não participante e, para as anotações seis diários de campo. Os achados permitiram refletir sobre três pontos centrais: 1. A corporeidade criança em evidência na sala de aula - destacando as ações e atitudes dentro da sala de aula; 2. Ser criança de corpo inteiro - apontando as relações, experiências nas aulas de educação física escolar; 3. Crianças inspiradoras – tecendo reflexões sobre a existência da corporeidade criança no ambiente escolar. O estudo nos permitiu refletir que a criança vivencia sua liberdade, criação, criatividade e intersubjetividade em quase todos os momentos, tanto na sala de aula quanto nas aulas de educação física escolar. Mas, há manifestações que sinalizam tentativas de silenciar sua corporeidade.
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