Educação do campo, lugar e currículo: instrumentos legais e percepções dos professores de geografia da rede de ensino de Agrestina–PE
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236499488038Palavras-chave:
Lugar, Currículo, Ensino de geografia, Educação do campoResumo
Esta pesquisa qualitativa compreende um estudo de caso, que envolve a análise documental, o desenvolvimento de oficinas e a aplicação de questionário com um Grupo Focal formado por professores de Geografia do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Agrestina, em Pernambuco. Buscamos analisar os documentos curriculares vigentes e os livros didáticos da rede de ensino, destinado ao Componente Curricular Geografia nas turmas de Anos Finais do Ensino Fundamental, do campo e da cidade, para identificar as abordagens e as referências de lugar de vivência dos estudantes, enfatizado pela Geografia cultural, a partir das percepções docentes. Constata-se que, apesar das lutas e conquistas pela consolidação de uma Política de Educação do Campo, as escolas do campo ainda sofrem não somente com as nucleações e os fechamentos de unidades em todo país, mas também com a falta de atenção, valorização e reconhecimento de sua identidade. Na rede de ensino investigada, além da precariedade do vínculo empregatício dos professores de Geografia, e baixo percentual de formação na área da disciplina ministrada, constata-se que as escolas localizadas em áreas rurais adotam currículo e livro didático que não contemplam o lugar enquanto espaço de vivência e dotado de significados e sentimentos entre os sujeitos e os espaços de vida. Esse cenário pode ampliar as desigualdades e semear a desvalorização e a topofobia aos lugares de vivências.
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