As Geografias Locais como fonte para a mobilização de processos de raciocínio espacial nos anos iniciais do Ensino Fundamental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236499471903

Palavras-chave:

Ensino de geografia, Pensamento espacial, Cartografia escolar

Resumo

Partindo de um movimento de busca por práticas pedagógicas significativas e pertinentes às realidades dos estudantes, o presente trabalho busca refletir sobre as possibilidades de mobilização de diferentes modos e processos de raciocínio espacial, a partir da problematização das espacialidades locais no âmbito do ensino da Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para isso, apresenta-se os principais resultados de uma pesquisa vinculada a um projeto de extensão universitária que buscou avaliar a pertinência do uso de um conjunto de materiais didático-cartográficos desenvolvidos para esta etapa da escolarização. O estudo de caso ocorreu em uma escola da zona rural do Município de Irati/PR, envolvendo o uso de representações cartográficas, designadas como Mapas-Imagem, do entorno da escola, e confeccionadas com base em imagens de satélite, mobilizando diferentes modos e processos de raciocínio espacial. Concluiu-se que os materiais e encaminhamentos didáticos estudados tendem a potencializar a aprendizagem de conceitos e processos de raciocínio espacial, além de promover uma postura crítica dos estudantes diante de sua espacialidade cotidiana. Além disso, constatou-se que o foco da metodologia de trabalho, designada ao pensamento e noções de ordem generalizante e conceitual, não afastou os estudantes de seu contexto imediato de vivência, demonstrando um claro potencial para a promoção de novas e amplas possibilidades de leitura sobre as geografias de sua comunidade e do mundo que a cerca.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniel Luiz Stefenon, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Professor de prática de ensino do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Campus de Irati/PR; e doutorando pela faculdade de educação da USP.

Julio Manoel França da Silva, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Professor de Geotecnologias, com experiência em projetos de pesquisa e extensão em Modelagem Ambiental e Geodiversidade.

Geógrafo graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Bacharelado (2006) e Licenciatura (2007); instituição onde obteve os títulos de Mestre (2010) e Doutor (2016) em Geografia, ambos na linha de pesquisa Paisagem e Análise Ambiental. Atuou como Consultor Ambiental, Analista de Geoprocessamento, Editor/Supervisor de Cartografia Multimídia e Docente no Ensino Básico, Técnico e Superior. Desde 2012 é professor efetivo da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO); lotado no Setor de Ciências Agrárias e Ambientais / Departamento de Geografia – Campus Irati (SEAA/DEGEO-I). Suas atividades de docência e pesquisa envolvem as seguintes temáticas: Geotecnologias, Geodiversidade e Modelagem Ambiental.

Alex Soares de Oliveira, Universidade Estadual do Centro-Oeste

Graduado em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), campus de Irati/PR (2021). Pós-graduado em Metodologia de Ensino de Geografia (Lato Sensu - 480 h) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi - 2022) e em Alfabetização e Letramento (Lato Sensu - 360 h) pelo Centro Universitário Internacional (Uninter - 2022). Realizou pesquisas de Iniciação Científica na área da Educação e de Ensino de Geografia, com ênfase nos anos iniciais do Ensino Fundamental nos anos de 2018/2019 e 2019/2020. Atuou como estagiário na rede de ensino do Município de Irati/PR (2017 - 2018) e também possui experiência na área de alfabetização de crianças (2019 - 2020). Membro do Conselho Escolar da Escola Rural Municipal Rosa Zarpelon (Irati/PR), na função de Representante da Sociedade Civil (2019 - 2022). Participou como bolsista do Programa Institucional de Residência Pedagógica na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), campus de Irati/PR (2020 - 2021). Trabalhou como professor estagiário de Ensino Fundamental e Educação Infantil na rede de ensino do Município de Imbituva/PR (2021). Atualmente é Agente de Pesquisas e Mapeamento no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). 

Referências

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.

BERNSTEIN, B. A estruturação do discurso pedagógico: Classes, Código e Controle. Petrópolis: Vozes, 1996.

Vertical and horizontal discourse: An essay. British Journal of Sociology of Education, v.20, n. 2, p. 157-173, 1999.

CALLAI, H. C. Do ensinar geografia ao produzir o pensamento geográfico. In: REGO, N.; AIGNER, C.; PIRES, C.; LINDAU, H. (Orgs.) Um pouco do mundo cabe nas mãos: geografizando em Educação o local e o global. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, p. 57-73, 2003.

CÂMARA, G.; DAVIS, C. Introdução ao Geoprocessamento. In: CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A.M.V (Org.). Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2001, p. 1-5.

CASTELLAR, S. M. V.; DE PAULA, I. R. O papel do pensamento espacial na construção do raciocínio geográfico. Revista Brasileira de Educação em Geografia. Vol. 10, n. 19. Campinas: Unicamp, 2020.

COSTA, A. L. Teacher behaviours that enable student thinking. In: COSTA, A. L. (org.). Developing Minds: A Resource Book for Teaching Thinking. Alexandria, Virginia: Association for Supervision and Curriculum Development. 2001, p. 194-216.

DUARTE, R. G. Educação geográfica, cartografia escolar e pensamento espacial no segundo segmento do Ensino Fundamental. 2016. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. doi:10.11606/T.8.2016.tde-10112016-135000. Acesso em: 02/02/2019.

GOODCHILD, M. The fourth R? rethinking GIS education. Arc News Online. Vol. 28, n. 3, s/d., 2006.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mapas Imagem. Disponível: https://www. ibge.gov.br/geociencias/imagens-do-territorio/imagens-corrigidas/10854-mapas-imagem. html. Acesso: 19 abr. 2021.

JO, I.; BEDNARZ, S. Evaluating geography textbook questions from a spatial perspective: Using concepts of space, tools of representation, and cognitive processes to evaluate spatiality. Journal of Geography. Vol. 108, pp. 4-13, s/d, 2009.

JULIASZ, P. C. S. Pensamento espacial e iniciação cartográfica na construção do conhecimento geográfico. Estudos Geográficos. Vol. 17, n. 01, pp. 245-255, Rio Claro, Unesp, 2019.

LESANN, J. Geografia no Ensino Fundamental I. 1 ed. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2009.

MAUDE, A. What might powerful geographical knowledge look like? Geography. Vol. 101, part 2, pp. 70-76, Sheffield: s/d, 2016.

NRC, National Research Council. Learning to think spatially: GIS as a support system in the K-12 curriculum. Washington: National Research Council Press, 2006. ISBN: 0-309-53191-8, 332 p.

YOUNG, M. Para que servem as escolas? Educação e Sociedade. Vol. 28, no. 101, p. 1287- 1302. Campinas, Unicamp, 2007.

O futuro da educação em uma sociedade do conhecimento: o argumento radical em defesa de um currículo centrado em disciplinas. Revista Brasileira de Educação. Vol. 16, n. 48, p. 609-623. S/d, 2011.

Downloads

Publicado

2023-11-17

Como Citar

Stefenon, D. L., Silva, J. M. F. da, & Oliveira, A. S. de. (2023). As Geografias Locais como fonte para a mobilização de processos de raciocínio espacial nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Geografia Ensino & Pesquisa, 27, e71903. https://doi.org/10.5902/2236499471903

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.