Funções Executivas e TEA: contextos educacionais e reflexões docentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X87031

Palavras-chave:

Funções Executivas; , Transtorno do Espectro Autista; , Campo educacional.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar as análises contextuais realizadas por professoras sobre o desenvolvimento das funções executivas por estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Pesquisas sobre as funções executivas são realizadas, em sua maioria, pelo campo da Neurociência Cognitiva. Mas, por terem fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos e para o gerenciamento de diferentes aspectos da vida humana, os estudos sobre as funções executivas são, também, de grande relevância para o campo educacional. Por isso, para que fossem realizadas aproximações entre o campo educacional e o da Neurociência Cognitiva, foram adotados dois vieses teóricos: a própria Neurociência Cognitiva, que estuda o desenvolvimento das funções executivas, e a Teoria Histórico-Cultural que, com base nas pesquisas de Lev Vigotski e Alexander Luria sobre o desenvolvimento da fala, explora o assunto a partir do que esses autores descreveram como funções psicológicas superiores. A abordagem de pesquisa que delineou o estudo, de caráter qualitativo, foi a metodologia a pesquisa-ação colaborativa, cujo campo de pesquisa se caracterizou num curso de formação docente, realizado com professoras de duas escolas públicas, de educação básica. Como resultados, destacamos a relevância da formação docente sobre o desenvolvimento das funções executivas e a importância de instrumentalização docente, para que tais funções possam ser estimuladas também nos espaços educacionais, a partir de práticas pedagógicas voltadas para este fim.

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Biografia do Autor

Ingrid Carla Aldicéia Oliveira do Nascimento, Rio de Janeiro State University

Mestra em Ensino e Educação (UERJ); Especialista em Educação Especial (IFMG); Especialista em Neurociências com ênfase em aprendizagem (UFRJ); Especialista em Psicopedagogia (UERJ); Licenciada em Pedagogia (UERJ). Hoje, atuando como professora do Atendimento Educacional Especializado em salas de recursos multifuncionais na rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, tenho como campo de pesquisa o desenvolvimento das funções executivas em estudantes com autismo.

Patricia Braun, Rio de Janeiro State University

Graduada em Pedagogia Habilitação Educação Especial - DM pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, especialista em Psicopedagogia, também pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, mestre e doutora em Educação, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).Atua como Professora Associada do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ) como professora e chefe do Departamento do Atendimento Educacional Especializado (DAEE), professora do Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica (PPGEB). É pesquisadora convidada do Grupo de Pesquisa Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional (ObEE), registrado no CNPq e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc/UFRRJ). Tem experiência na área de Educação, com ênfase sobre formação de professores e os processos de escolarização, ensino e aprendizagem de estudantes com deficiência intelectual e autismo.

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Publicado

2024-11-14

Como Citar

Nascimento, I. C. A. O. do, & Braun, P. (2024). Funções Executivas e TEA: contextos educacionais e reflexões docentes. Revista Educação Especial, 37(1), e31/1–20. https://doi.org/10.5902/1984686X87031