Estratégias de estudo e de aprendizagem com tecnologias por universitários cegos
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X86814Palavras-chave:
Estudantes cegos, Práticas de estudo, Ensino SuperiorResumo
O artigo apresenta resultados de uma pesquisa qualitativa que teve como objetivo identificar e analisar os usos que estudantes universitários cegos fazem de tecnologias digitais e da tecnologia assistiva em suas atividades de estudo e na elaboração de suas estratégias para aprendizagem. A partir de um questionário enviado para núcleos de acessibilidade de 6 universidades do Rio de Janeiro e região metropolitana, chegou-se a 14 estudantes que se disponibilizaram a participar da pesquisa por meio de entrevista semiestruturada. A entrevista buscou compreender o acesso e o percurso de estudantes cegos no ensino superior, com foco nas estratégias de aprendizagem adotadas por eles para minimizar barreiras atitudinais, técnicas e pedagógicas que dificultam seus processos de aprendizagem. Como resultado, destaca-se a fundamental relevância das tecnologias assistiva e digitais na aquisição dos conteúdos curriculares por estudantes cegos, impactando a permanência no curso, o desempenho acadêmico e sua trajetória no ensino superior. A análise descreve como as técnicas e práticas desenvolvidas pelos participantes da pesquisa para os estudos estão ligadas ao uso dessas tecnologias e a grande relevância da aprendizagem por pares e da tutoria no acesso a materiais de estudo e, principalmente, na realização de tarefas acadêmicas. Constata-se que as estratégias de aprendizagem desses estudantes são potencializadas pelo letramento digital.
Downloads
Referências
ALMEIDA, A. M. F. P. M. Um estudo sobre a avaliação da aprendizagem em um curso superior de ciências agronômicas. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2009, 281p.
BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre, 2017. Disponível em: http://www.assistiva.com.br/IntroducaoTecnologia_Assistiva.pdf. Acesso: 7 ago. 2023.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 12 set. 2023.
BRASIL. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Brasília, DF, 2004. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm. Acesso em: 12 set. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Programa Incluir, Programa de Acessibilidade na Educação Superior. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2005.
BRASIL. Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2010.
BRASIL. Portaria Normativa nº 389, de 9 de maio de 2013. Cria o Programa de Bolsa Permanência — PBP. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Braília, DF, 13 mai. 2013. Seção 1, p. 12.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília-DF, 7 jul. 2015.
BRASIL. Lei nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016. Altera a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, para dispor sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Brasília, DF, 2016. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13409.htm. Acesso em: 12 set. 2023.
DELLA LÍBERA, B.; JURBERG, C. Compreender para atuar: o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participantes de pesquisa com deficiência visual. Benjamin Constant, v. 1, n. 61, p. 55-69, 2020.
FERNANDES, W. L.; COSTA, C. S. L. da. Possibilidades da tutoria de pares para estudantes com deficiência visual no ensino técnico e superior. Rev. bras. educ. espec., v. 21, n. 1, p. 39-56, mar. 2015.
FIOR, C. A. Contribuições da monitoria e da tutoria entre pares para a permanência do estudante no ensino superior: análise de publicações do CLABES de 2011 a 2014. In: CONGRESOS CLABES, 15 nov. 2017.
GALVÃO, A.; CÂMARA, J.; JORDÃO, M. Estratégias de aprendizagem: reflexões sobre universitários. R. Bras. Est. Pedag., v. 93, n. 235, p. 627-644, 2012.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GOODLAD, S.; HIRST, B. Peer tutoring: a guide to learning by teaching. Kogan Page, 1989.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISA EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopse Estatística da Educação Superior 2022. Brasília, DF: Inep, 2023.
MARTINS, L. M. S. M. Práticas e formação docente na UFRN com vistas à inclusão de estudantes cegos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016.
MASCARENHAS, S.; FERNANDES, F. S. Avaliação dos hábitos de estudos na universidade: uma investigação com estudantes da UFAM. Revista Amazônica, v. 2, n. 3, p. 32-43, 2009.
OLEGÁRIO, M. O. Narrativas dos jovens com deficiência visual sobre filmes com audiodescrição. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2015.
OUTINI, I. The impact of social media on the social lives of people with visual impairment: Facebook groups as a case study. (Thesis of Master) – University of Arkansas, 2020.
PANSANATO, L. T. E.; SILVA, C. E.; RODRIGUES, L. Uma experiência de inclusão de estudante cego na educação superior em computação. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAÇÃO. 32., Curitiba, 2012.
PAZ-MALDONADO, E.; SILVA-PEÑA, I.; LARA, C. A. S. Desafíos y reflexiones en la formación de docentes universitarios inclusivos: una indagación narrativa autobiográfica. Revista Brasileira de Educação Especial, n. 29, e0008, 2023.
PIECZKOWSKI, T. M. Z.; GRAPILHA, J. Avaliação da aprendizagem de universitários com deficiência visual (cegos ou baixa visão). In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (EDUCERE). 13., 2016.
PÔNCIO, E. R. Acessibilidade atitudinal nas instituições de ensino: o caso do IFRS. Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2019.
SANT’ANNA, N. F. S. Inclusão de deficientes visuais na universidade. Congreso Iberoamericano de Ciencia, Tecnología, Innovación y Educación, n. 157, 2014.
SILVA, A. M. Informação e inclusão acadêmica: um estudo sobre as necessidades socioinformacionais dos universitários cegos e com baixa visão do campus I da UFPB1. Revista Benjamin Constant, v. 1, n. 57, p. 52-66, 2014.
SIMÃO, A. M. V. et al. Tutoria no ensino superior: concepções e práticas. Sisifo: Revista de Ciências da Educação, v. 7, p. 75-88, 2008.
SONZA, A. P.; SANTAROSA, L. M. C. Ambientes digitais virtuais: acessibilidade aos deficientes visuais. Renote, v. 1, n. 1, 2003.
SOUSA SILVA, D., ROSSATO, M., & SOARES CARVALHO, E. N. (2019). A narrativa de universitários cegos acerca de suas experiências acadêmicas. Revista Educação Especial, 32, e41/ 1–20. https://doi.org/10.5902/1984686X32390
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Educação Especial
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaramos o artigo a ser submetido para avaliação na Revista Educação Especial (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação Especial (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).