Influência da exploração florestal de impacto reduzido sobre as fases de desenvolvimento de uma floresta de terra firme, Pará, Brasil

Autores

  • Luciana Maria de Barros Francez Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • João Olegário Pereira de Carvalho
  • Fábio de Jesus Batista
  • Fernando Cristóvam da Silva Jardim
  • Edson Marcos Leal Soares Ramos

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509812358

Palavras-chave:

dinâmica da floresta, monitoramento florestal, parcelas permanentes, clareiras

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509812358

Avaliou-se a influência da exploração florestal de impacto reduzido nas fases de desenvolvimento de uma floresta de terra firme, submetida a duas intensidades de colheita de madeira na região de Paragominas, PA. Os dados foram coletados em 36 parcelas permanentes de 0,25 ha, distribuídas aleatoriamente entre os tratamentos (T1 - floresta explorada com colheita apenas do fuste comercial das árvores e T2 - floresta explorada com colheita do fuste e dos resíduos lenhosos) e testemunha (T0 - floresta não explorada). Foram consideradas três fases de desenvolvimento da floresta: madura (DAP > 40 cm); em construção (10 cm < DAP < 40 cm); e clareiras (ocorrência de uma abertura no dossel e pouca ou nenhuma árvore com DAP > 10 cm). Para verificar a homogeneidade de variâncias das subparcelas entre tratamentos, fases e anos, recorreu-se ao teste de Bonferroni, a partir das estatísticas de Bartlett e Levene. Foi aplicada uma análise de variância para o número de subparcelas por fases, anos e tratamentos, ao nível de significância de 5%. Foi realizado, também, o teste Tukey para contrastar as médias da interação entre as fases e ano. Antes da exploração, a floresta encontrava-se com 57,0% da área em estádio de construção, 38,9% em estádio de floresta madura e apenas 4,1% em fase de clareira. A exploração reduziu a área de floresta madura e em construção, ocasionando o aumento do número de clareiras, entretanto, esse aumento não apresentou diferença estatística. Um ano após a exploração foi observado o aumento da área de floresta madura (38,4%) e de construção (53,1%) e a redução das áreas de clareiras (8,4%). Três anos após a exploração os percentuais observados (Floresta madura: 37,1%; Floresta em construção: 57,9%; Clareira: 5,0%), foram semelhantes aos encontrados antes da exploração florestal. As fases de desenvolvimento da floresta não foram influenciadas pela exploração florestal, ao longo do período estudado, independente do tratamento empregado. A floresta em estudo demonstrou capacidade de se regenerar, proporcionando o fechamento do dossel, apesar do curto espaço de tempo.

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Publicado

13-12-2013

Como Citar

Francez, L. M. de B., Carvalho, J. O. P. de, Batista, F. de J., Jardim, F. C. da S., & Ramos, E. M. L. S. (2013). Influência da exploração florestal de impacto reduzido sobre as fases de desenvolvimento de uma floresta de terra firme, Pará, Brasil. Ciência Florestal, 23(4), 743–753. https://doi.org/10.5902/1980509812358

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