Cobertura Pedológica em Topossequência de Vertentes na Área Experimental do Departamento de Solos/ Campus da Universidade Federal de Santa Maria
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X12572Resumo
O estudo e a representação cartográfica tridimensionais da cobertura pedológica permitem estudar os processos biogeodinâmicos, o sentido e a evolução da pedogênese, possibilitando assim a reconstituição dos mecanismos responsáveis pelas diferenciações pedológicas. A cobertura pedológica é um sistema estrutural complexo que apreende transformações progressivas das organizações, tanto vertical quanto lateralmente no sentido da vertente, estando intimamente relacionada com os outros elementos da paisagem, especialmente o relevo. Nesta perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo geral caracterizar a cobertura pedológica ao longo de uma topossequência de vertentes na tentativa de caracterizar a dinâmica dessas vertentes a partir do comportamento dos volumes pedológicos. Tem como objetivos específicos (1) estabelecer uma compartimentação em uma topossequência de vertentes desde o divisor orográfico até o talvegue demonstrando o comportamento da cobertura pedológica nas secções de vertente; (2) descrever os volumes pedológicos nas secções de vertente e (3) caracterizar algumas propriedades desses volumes pedológicos para avaliar a morfogênese das vertentes. Nesse sentido, considerou-se uma compartimentação numa topossequência constituída por um ARGISSOLO VERMELHO Distrófico arênico situada na área experimental do Departamento de Solos, no Campus da Universidade Federal de Santa Maria. Foram selecionadas duas topossequências e caracterizadas as coberturas pedológicas, bem como o levantamento expedito da topografia das vertentes. O detalhamento da estrutura da cobertura pedológica das vertentes foi realizado através da identificação e caracterização de perfis em trincheiras e por sondagens a trado, de onde foram retiradas amostras. Os horizontes pedogenéticos Ap e A constituíram o volume 1; o horizonte pedogenético E o volume 2; o horizonte pedogenético Bt o volume 3; e, os depósitos aluvionais do talvegue o volume 4. Observou-se um perfil côncavo-convexo, ao considerar-se a conformação da topossequência. Esse perfil evolui de um perfil côncavo, na porção superior da vertente, para um perfil convexo, no setor médio da vertente, evidenciando uma perda por denudação no segmento convexo, fazendo-o evoluir para um perfil convexo. O volume 2 deixa de existir no trecho intermediário da vertente, sendo que, neste setor, se constatou uma ruptura na encosta sugerindo o ponto no qual aflora o fluxo subsuperficial da água. Isso sugere que o volume 2 funciona como facilitador no processo de exfiltração nesse setor da vertente. O setor onde o volume 3 está situado mais próximo da superfície indica a remoção do volume 1 configurando um declive convexo nesse segmento da vertente. Concluiu-se que a maior perda por denudação acontece nos segmentos côncavos das vertentes. Pode ainda concluir que a concavidade apresentada nos segmentos do perfil da vertente está relacionada com a exfiltração da água em face das propriedades apresentadas pelos volumes pedológicos. Por fim, conclui-se que a cobertura pedológica exerce influência na conformação do perfil dessas vertentes.Downloads
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