As relações de poder entre as crianças: estado da arte a partir das pesquisas produzidas no Brasil, no período de 2000 a 2019
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644463243Palabras clave:
Relações de poder, Crianças, Educação Infantil.Resumen
O presente trabalho buscou fazer uma síntese do conhecimento produzido no Brasil sobre o tema das relações de poder entre as crianças, com base na análise bibliográfica das dissertações e teses defendidas nos programas de pós-graduação do país e disponíveis na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), dos artigos publicados no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e dos pôsteres e trabalhos apresentados na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), no grupo de trabalho sobre educação de crianças de 0 a 6 anos (GT07), no período de 2000 a 2019. Foi possível concluir que as relações sociais das crianças são atravessadas por desigualdades sociais, econômicas e questões de gênero que, por sua vez, produzem comportamentos e falas infantis que expressam relações de poder na infância. Tanto a família como a escola configuraram-se, a partir da análise dos textos supracitados, como espaços de reprodução de estereótipos e preconceitos, bem como lugar de resistência e transformação. A temática das relações de poder entre as crianças ainda é pouco explorada no país e o número de trabalhos acadêmicos que relacionam as relações de poder às interações que se estabelecem entre as crianças é muito pequeno, se considerarmos a quantidade de pesquisas realizadas no âmbito da educação.
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