Movimento #EleNão: reconhecimento e afirmação do ato de fala das mulheres na política

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644436458

Palabras clave:

Mulheres, Fala, Reconhecimento.

Resumen

O foco deste artigo está em discutir a emergência de vozes das mulheres brasileiras na contemporaneidade – da condição de silêncio e inferiorização das “subalternas” até as fraturas e, por consequência, as falas e manifestações nas redes digitais e nas ruas. No artigo, propõe-se um debate sobre as seguintes questões: como tem se dado a passagem entre o silêncio e a fala das mulheres nos espaços públicos? A partir de que condições? Como corpus das análises, utilizamos o movimento #EleNão (2018). O percurso teórico-metodológico para a análise é inspirado na perspectiva foucaultiana do acontecimento discursivo. Das análises, destacamos que o movimento #EleNão reatualiza a luta do reconhecimento do outro da política – Elas. #EleNão emerge como política de performatividade, de ações corporais e gestuais de resistência, de exposição do direito de falar, de aparecer no sentido de existir, de lutar contra as precariedades das existências. #EleNão produz sentidos de ação política no imaginário social brasileiro, isto é, reposiciona certa saída da condição das mulheres como subalternas que não falam. #EleNão surge como espaço para tensionar/pensar o feminismo nos interstícios de suas igualdades e diferenças no campo das relações de gênero.

Biografía del autor/a

Maria Simone Vione Schwengber, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, Rio Grande do Sul.

Doutora em Educação (UFRGS). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências.

Naira Leticia Giongo Mendes Pinheiro, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências.

Citas

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Publicado

2020-06-24

Cómo citar

Schwengber, M. S. V., & Pinheiro, N. L. G. M. (2020). Movimento #EleNão: reconhecimento e afirmação do ato de fala das mulheres na política. Educación, 45(1), e59/ 1–17. https://doi.org/10.5902/1984644436458

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