O curso de pedagogia entre deliberações
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644435265Palavras-chave:
Formação Inicial de Professores, Pedagogia, Autonomia universitária.Resumo
Num contexto de redefinição dos cursos de licenciatura em nível nacional, posicionamentos e concepções distintas são pautadas e entram em disputa. O presente texto tem como objetivo apresentar e refletir sobre uma destas disputas, o processo de regulação dos cursos de licenciatura, mais especificamente o de Pedagogia, no cenário de aprovação da deliberação 111/12 do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Tal reflexão se dá a partir de nossa experiência como docentes de uma universidade pública paulista. Para tanto iniciamos com a breve contextualização do quadro histórico do referido curso, desde sua fundação com a perspectiva de formação de especialistas, passando pela organização de movimentos de profissionais da educação na luta por uma formação de professores em nível universitário. Com o objetivo de definir uma política para a formação de professores dos anos iniciais e dos anos finais do ensino fundamental das instituições públicas de ensino superior em São Paulo, em 2012 o CEE apresenta uma proposta de deliberação sobre o assunto. Tal apresentação provoca questionamentos diversos, desde o conteúdo voltado para um olhar eminentemente prático para a ação docente, passando pela compreensão de como tal deliberação e o discurso que o acompanhou, via mídia, anunciava uma interferência na autonomia didático-científica da universidade, prevista na Constituição de 1988. Com esta discussão gostaríamos de trazer à tona uma realidade local que reflete e retrata políticas de dimensão nacional no campo da formação de professores.
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