n. 45: (Dez. 2012) – História e identidade na narrativa ficcional portuguesa - Homenagem a Maria Luíza Ritzel Remédios
Quem, de algum modo, conhece o trabalho intelectual de Maria Luíza Ritzel Remédios, sabe o quanto seu foco esteve constantemente às voltas com essa tradição de crítica social que, em se tratando de literatura, nem sempre é evidente ou de fácil solução. Em sua atividade, de longa data voltada à prosa literária de extração lusófona, encontramos, constantemente, a zelosa compreensão de que a eficiência do cru-zamento entre texto literário e sintagma social depende de abordá-los como partes semelhantes, porém, distintas. E isso ela soube fazer pacientemente, como atestam as dezenas de artigos, livros e teses orientadas que nos legou. A carreira acadêmica de meio século que pontuou a existência de Maria Luíza, na verdade, tratou de buscar as nuanças da narrativa para melhor entender o alcance e a difusão da lusofonia. Já com esse objetivo, na fase inicial, emprestou envergadura à cadeira de Literatura Portuguesa no Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Reconhecidos ao seu talento e dedicação infatigáveis, pensamos o presente número como uma homenagem em vida à autora. Infelizmente, isso não foi possível. Porém, seu falecimento, ocorrido no dia 5 de maio de 2012, quando as subscrições de artigos ainda vigiam, somente aumentou, para nós, seus amigos, o compromisso de tornar o presente número da revista Letras qualificado e adequado à estatura profissional e ética da professora, mestra e amiga.