Recepção de Eça de Queirós por Machado de Assis

Autores

  • Marli Fantini Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148512209

Palavras-chave:

Eça de Queirós, O primo Basílio, Atos de fingir, Desnudamento da ficcionalidade, Nova sensação estética

Resumo

Este ensaio visa demonstrar que, não obstante a agudeza de sua recepção crítica ao romance O primo Basílio, de Eça de Queirós, Machado de Assis, de certa forma equivocou-se ao classificar a obra eciana como apenas mais um “romance de tese”, o que contribuiu para estigmatizar essa obra e reduzir-lhe o valor. Diferentemente, acreditamos que o surpreendente desnudamento da ficcionalidade encenado em O Primo Basíliofaz dele menos um romance de tese do que uma tese sobre o novo romance a se inscrever no experimentalismo flaubertiano do metarromance sem telos e sem outra finalidade senão conter, em seu modo de estruturação, o próprio sistema explicativo.

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Biografia do Autor

Marli Fantini, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Professora Associada IV (Graduação e Pós-Graduação) da Faculdade de Letras da UFMG. Mestrado em Estudos Literários (1994), Doutorado em Literatura Comparada (FALE-UFMG (2000); Pós-Doutorado em Literatura Brasileira na USP (2003-2004); na UERJ Pós-Doutorado em Literatura Comparada (2010-2011). Pós-Doutorado em Literatura Comparada na Universidade de Bologna-Itália.

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Publicado

2012-12-01

Como Citar

Fantini, M. (2012). Recepção de Eça de Queirós por Machado de Assis. Letras, (45), 111–125. https://doi.org/10.5902/2176148512209