Diretrizes de acessibilidade de interfaces digitais para pessoas com Transtorno do Espectro Autista: uma revisão integrativa de literatura
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X62649Palavras-chave:
Diretrizes de acessibilidade, Transtorno do Espectro Autista, Tecnologia Digital.Resumo
Estudos evidenciaram que pessoas com TEA apresentam grande afinidade e interesse por recursos tecnológicos. Sites, aplicativos e softwares destinados a estes usuários têm sido desenvolvidos em grande escala. Todavia, pouco se sabe sobre suas interfaces e se são desenvolvidas com base em evidências empiricamente testadas e que assegurem a sua acessibilidade. Neste sentindo, a identificação e análise de diretrizes de acessibilidade podem fazer com que as interfaces tecnológicas sejam mais acessíveis a esta camada da população. O objetivo deste trabalho foi mapear na literatura pesquisas empíricas que avaliaram diretrizes para acessibilidade digital envolvendo pessoas com TEA. Trata-se de uma revisão integrativa pautada no protocolo PRISMA. A partir dos critérios de exclusão e com base na análise do título e resumo, foram designados, para compor o corpus final de análise, sete artigos. Os resultados apresentados evidenciam que ainda existe uma lacuna importante na literatura no que diz respeito à avaliação de diretrizes de acessibilidade digital para pessoas com TEA. Constatou-se que os poucos estudos empíricos experimentais existentes focam em adultos com TEA leve, o que torna muito difícil alcançar generalizações. Apesar de representar um passo importante no caminho da inclusão digital de pessoas com TEA, as diretrizes de acessibilidade ainda caminham de maneira tímida e carecem de pesquisas empíricas e testagens.
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