Características físico-químicas e energéticas de duas espécies de ocorrência no semiárido brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5902/198050986624Palabras clave:
Caatinga, madeira, carvão vegetalResumen
http://dx.doi.org/10.5902/198050986624A vegetação nativa da Região Nordeste vem sendo explorada e utilizada de forma intensiva e de maneira inadequada para finalidades energéticas e nas construções rurais, tornando-se evidente a importância dos conhecimentos relativos às características da madeira. Assim, essa pesquisa teve como objetivo avaliar as características físico-químicas e energéticas da madeira, os rendimentos da carbonização e a caracterização do carvão vegetal das espécies Poincianella pyramidalis Tul. L. P. Queiroz (Catingueira) e Handroanthus impertiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Pau-d’arco). Para atender ao objetivo, foram abatidas cinco árvores de cada espécie, amostradas aleatoriamente na Fazenda Santa Bárbara, localizada no município de São Mamede-PB. As árvores foram devidamente identificadas e transportadas para o Setor de Tecnologia de Produtos Florestais (STPF) da Universidade Federal de Campina Grande. De cada árvore, foram retirados toretes de 30 cm de altura a 0 (base), 25, 50, 75 e 100 % da altura comercial do tronco, considerada até 5 cm de diâmetro. Da porção mediana de cada torete, foi retirado um disco de 2,5 cm de espessura, subdividido em quatro partes, em forma de cunha, passando pela medula. Duas cunhas opostas foram utilizadas para a determinação da densidade básica, e as restantes foram reservadas para a realização das análises físicas, químicas e energéticas da madeira, os rendimentos em carbonização e a caracterização do carvão produzido pelas espécies estudadas. A densidade básica foi determinada de acordo com o método da balança hidrostática e para a determinação da densidade básica média de cada árvore utilizou-se como fator de ponderação o volume entre seções de cada disco. Após a secagem ao ar, as amostras destinadas às análises químicas foram transformadas em serragem e feitas determinações quantitativas de extrativos totais, da lignina, das cinzas, e o teor de holocelulose foi estimado por diferença. As amostras destinadas à carbonização foram transformadas em cavacos, e carbonizadas em forno elétrico (mufla) por cinco horas e meia. Foram feitas determinações dos rendimentos dos produtos das carbonizações, e das propriedades físicas e químicas do carvão vegetal. De modo geral, as madeiras estudadas apresentaram características físicas semelhantes. Com relação às características químicas, o pau-d’arco apresentou maior teor de lignina (28,40 %), e não houve diferença significativa entre as espécies para o teor de holocelulose. O poder calorífico superior da catingueira exibiu os menores valores, para a madeira (4.413,50 kcal.kg-1) e carvão vegetal (6.247,80 kcal.kg-1), respectivamente. A catingueira apresentou um maior rendimento em carvão (43,03 %), mas de qualidade inferior. O carvão vegetal do pau-d’arco apresentou o maior teor de carbono fixo (67,68 %). As espécies apresentaram densidade verdadeira do carvão e rendimento em carbono fixo semelhantes. Pode-se concluir que as duas espécies de ocorrência no semiárido Nordestino, apresentam boas características para produção de carvão. De modo geral, o pau-d’arco apresentou as melhores propriedades para fins energéticos.
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