DATAPOLÍTICA, GOVERNAMENTALIDADE ALGORÍTMICA E A VIRADA DIGITAL: UMA GENEALOGIA DA MODULAÇÃO COMPORTAMENTAL ATRAVÉS DAS PLATAFORMAS DIGITAIS
DOI:
https://doi.org/10.5902/1981369485510Palavras-chave:
Governamentalidade, Plataformização, Virada OntológicaResumo
O artigo apresentado decorre de uma pesquisa teórica orientada pela analítica foucaultiana, propondo uma genealogia das transformações ocorridas no século XXI através da emergência das plataformas digitais. A investigação teve como objetivo examinar a incidência desses dispositivos eletrônicos nas formas de interação e comunicação, bem como no acesso à informação, ponderando sobre um novo modo de subjetivação que resultaria da plataformização e de sua capacidade de modulação comportamental. A partir da investigação realizada, sugerimos que a intensificação do uso de plataformas digitais teria culminado com a passagem da governamentalidade biopolítica para a governamentalidade algorítimica, o que implicaria no nascimento da datapolítica como efeito da virada digital. O texto foi organizado em cinco seções, além da introdução e considerações finais: na primeira parte, apresentamos um panorama acerca da invenção do computador até chegar a sua atual configuração com a internet de plataforma; na segunda, foi apresentado o diagnóstico de Shoshana Zuboff sobre o capitalismo de vigilância, que extrairia massivamente os dados de seus usuários com o objetivo de utilizá-los para fins preditivos, modulando o comportamento humano; na terceira, foram questionados alguns dos apontamentos proferidos pela autora através das análises de Nick Srnicek sobre o capitalismo de plataforma; na quarta, sucederam-se críticas à virada ontológica e sua negligência acerca do colonialismo digital que culminou com a plataformentalização, para que na; quinta parte, fosse possível evidenciar a passagem da biopolítica para a datapolítica.
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