Desigualdade educacional no ensino médio brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644464040

Palavras-chave:

Desigualdade educacional, Ensino Médio, Sistema de Avaliação da Educação Básica

Resumo

Este artigo tem como objetivo examinar a relação entre o desempenho escolar e os indicadores de desigualdade social e econômica (PIB, IDH, Índice de Gini) das unidades federativas (UF). O estudo aborda os regimes desigualitários a partir do enfoque de Thomas Piketty (2004, 2012), para compreender como as instituições políticas extrativistas legitimam, justificam e estruturam as desigualdades econômicas, sociais e educacionais. Para tanto, fundamenta-se em Pedro Herculano Guimarães Ferreira Souza (2018), Daron Acemoglu e James Robinson (2012). Enquanto procedimento metodológico, utilizou-se a abordagem quantitativa, empregando-se como técnica estatística a correlação de Pearson e a regressão linear múltipla entre as variáveis: proficiência média em Língua Portuguesa e Matemática dos alunos do 3° ano das UF nas edições do SAEB de 2011, 2013 e 2015 e os indicadores de desigualdade econômica e social. Conclui-se que as instituições econômicas e políticas extrativistas presentes no Brasil favoreceram uma histórica desigualdade estruturada em um sistema econômico, social e educacional, e não garantiram os padrões mínimos de qualidade e equidade para assegurar o acesso, permanência e o sucesso dos estudantes concluintes da Educação Básica.

Biografia do Autor

Fábio Alexandre Ferreira Gusmão, Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe

Doutor pela Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil.

Simone Silveira Amorim, Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe

Professora Doutora na Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil.

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Publicado

2022-11-23

Como Citar

Gusmão, F. A. F., & Amorim, S. S. (2022). Desigualdade educacional no ensino médio brasileiro. Educação, 47(1), e108/1–29. https://doi.org/10.5902/1984644464040

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