A educação e o processo de reestruturação produtiva: a incapacidade civilizatória sob a égide do Capital
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644435982Palavras-chave:
Trabalho, Educação, Reestruturação produtiva do capital.Resumo
O presente artigo tem como objetivos investigar os limites da promessa de inserção dos trabalhadores em um mercado cada vez mais competitivo e discutir as possíveis implicações dessa inserção para a classe trabalhadora no contexto atual. Trata-se de um estudo bibliográfico-documental, no qual como questão metodológica, torna-se imperativo analisar as mudanças advindas no interior da produção e suas conexões com a educação escolar. Os documentos analisados foram obtidos por meio das seguintes instituições oficiais: a Agência de notícias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE e do Censo de Ensino Superior de 2014. Além disso, são apresentados dados existentes no relatório Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2017, da Organização Internacional do Trabalho-OIT, entre outros considerados pertinentes. A análise aqui apresentada está subsidiada na epistemologia marxiana, já que essa nos possibilita a compreensão do princípio da totalidade, o que implica pensar as múltiplas relações existentes neste contexto e as vinculações objetivas dessas com o objeto da análise. Entendemos que os acontecimentos históricos em questão são expressão dos desafios enfrentados pelos trabalhadores diante das contradições nas relações de trabalho engendradas no modo de produção capitalista. Ressalta-se com base nos dados levantados, que o ideário da educação escolar como panaceia para a resolução da desigualdade social, trata-se em última instância, de uma falácia teórica produzida no bojo do próprio sistema.
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