O ensino das fases da Lua por meio da literatura para alu-nos com deficiência visual nos anos iniciais
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X85305Palavras-chave:
Cego, Baixa visão, Ensino de CiênciasResumo
Esta pesquisa investigou o ensino das fases da Lua a estudantes com deficiência visual nos anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de uma sequência didática que integrou conteúdos de Ciências da Natureza com a literatura infantil. O estudo foi realizado em uma turma do 4º ano do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, instituição especializada no atendimento a pessoas com deficiência visual. A abordagem metodológica foi qualitativa, utilizando observação participante, entrevistas semiestruturadas, registros em áudio, vídeo e caderno de campo. A proposta pedagógica articulou diferentes gêneros textuais e recursos acessíveis, possibilitando que os alunos construíssem conceitos científicos a partir de seus conhecimentos prévios e experiências sensoriais. Os resultados demonstram que a sequência didática contribuiu significativamente para o engajamento dos estudantes, promovendo curiosidade, questionamentos e maior interesse pelo conteúdo. Evidenciou-se, ainda, a importância do papel mediador do professor na condução do processo de aprendizagem científica, considerando as especificidades dos alunos com deficiência visual e garantindo o direito ao acesso à cultura científica desde os primeiros anos escolares.
Downloads
Referências
ALTENFELDER, Anna Helena. Aspectos constitutivos da mediação docente e seus efeitos no processo de aprendizagem e desenvolvimento. Construção Psicopeda-gógica, São Paulo, v. 23, n. 24, p. 59-76, 2015.Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542015000100006&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 14 fev. 2025.
BEGHINI, Fabiana; BEGHINI, Frederico. Todas as Fases da Lua: coleção universo. Belo Horizonte: Miguilim, 2014. (Coleção universo).
BERNARDO, Fábio Garcia; GARCEZ, Wagner Rohr; SANTOS, Rodrigo Cardoso dos. Recursos e metodologias indispensáveis ao ensino de Matemática para alunos com deficiência visual. Revista de Educação, Ciências e Matemática, v. 9, n. 1, p. 23-42, jan./abr. 2019.
BERNARDO, Fábio Garcia; RUST, Naiara Miranda. A utilização de materiais grafo-táteis para o ensino de ciências e matemática para alunos com deficiência visual. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 8., 2018, São Carlos. Anais. Campinas: Galoá, 2018. (v. 3) p. 1-19.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. Brasília, DF: MEC: SEF, 1997.136 p.
BRASIL. Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n° 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimen-to às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que esta-belece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá ou-tras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 141, n. 232, p. 5-10, 13 dez. 2004. Disponível em: http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/23/2004/5296.htm. Acesso em: 15 abr. 2023.
BRASIL. Lei n°13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclu-são da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 03 mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018a. 598 p. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 03 ago. 2023.
BRASIL. Instrução Normativa nº 145, de 09 de outubro de 2018. Brasília, DF: Ministério da Cultura, 2018b. Disponível em: https://www.gov.br/ancine/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-no-145. Acesso em: 03 ago. 2023.
BRASIL. Lei nº 14.126, de 22 de março de 2021. Classifica a visão monocular como deficiência sensorial, do tipo visual. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 159, n. 55, p. 3, 23 mar. 2021.
BRASIL. Censo Escolar da Educação Básica 2022: Resumo Técnico. Brasí-lia, DF: MEC: INEP, 2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo_escolar_2022.pdf. Acesso em: 04 jun. 2023.
CARVALHO, Renata Cristina de Souza. Análise de uma proposta de se-quência didática: puberdade e adolescência como temas para o estudo da sexualidade. 2015.124 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ci-ências) – Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, 2015.
CEIA, Carlos. Profissão: professor de literatura. EntreLetras, Araguaína, TO, v. 3, n. 1, p. 195-214, jan./jul. 2012.
CORSINO, Patrícia (org.). Travessias da literatura na escola. Rio de Janeiro: 7Letras, 2014.
CRÓS, Chimênia Xavier et al. Classificações da deficiência visual: compreen-dendo conceitos esportivos, educacionais, médicos e legais. Lecturas: Edu-cación Física y Deportes, Buenos Aires, año 10, n. 93, fev. 2006. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd93/defic.htm. Acesso em 10 abr. 2023.
DENZIN, Norman; LINCOLN, Yvonna. Introduction: The discipline and practice of qualitative research. In: DENZIN, Norman; LINCOLN, Yvonna (ed.). The sage handbook of qualitative research. 4th ed. Thousand Oaks, CA: Sage. 2011. p.1-19.
GRIFIN, Harold C.; GERBER, Paul J. Desenvolvimento tátil e suas implicações na educação de crianças cegas. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 5, 1996. Disponível em: https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/658. Acesso em: 14 fev. 2025.
KOBASHIGAWA, Alexandre H. et al. Estação ciência: formação de educadores para o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental. In: SE-MINÁRIO NACIONAL DO PROGRAMA ABC NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA, 4., São Paulo, 2008. Atas [...]. São Paulo: ABRAPEC, 2008. p. 212-217.
LAPLANE, Adriana Lia Friszman de; BATISTA, Cecília Guarneiri. Ver, não ver e aprender: a participação de crianças com baixa visão e cegueira na esco-la. Cadernos Cedes, Campinas, v. 28, n. 75, p. 209-227, maio/ago. 2008. Dis-ponível em: https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v28n75/v28n75a05.pdf. Acesso em: 10 mar. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622008000200005
MAZZOTTA, Marco José da Silveira. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MÓNICO, Lisete et al. A Observação Participante enquanto metodologia de investigação qualitativa. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO EM INVES-TIGAÇÃO QUALITATIVA, 6., Salamanca, Espanha, 2017. Livro de Atas [...]. Salamanca, Espanha: Ludomedia, 2017. (v. 3)
MONTEIRO, Angélica Ferreira Bêta. O uso de tecnologia assistiva para a inclusão do aluno com deficiência visual: um estudo de caso no município de Queimados. 2015. Dissertação (Mestrado em Diversidade e Inclusão) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 2015. Disponível em: http://cmpdi.sites.uff.br/wpcontent/uploads/sites/186/2018/08/Disserta%C3%A7%C3%A3oAng%C3%A9licaFerreiraBetaMonteiro.pdf. Acesso em: 10 nov. 2022.
PAVÃO, A. C. (coord.). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Bási-ca. Ciências: ensino fundamental. Brasília, DF: MEC, 2010. (Coleção Explo-rando o Ensino, v. 18.)
PEDROSA, Maria Isabel; CARVALHO, Ana Maria Almeida. Análise qualitativa de episódios de interação: uma reflexão sobre procedimentos e formas de uso. Psicologia: Reflexão e Crítica, [São Paulo], v. 18, n. 3, p. 431-442, dez. 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-79722005000300018
PLETSCH, Márcia Denise. A formação de professores para a educação inclu-siva: legislação, diretrizes políticas e resultados de pesquisas. Educar em re-vista, Paraná, n. 33, p. 143-156, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602009000100010
QUATRO Luas para Luna - O Show da Luna! Episódio Completo 09 | Primeira Temporada | Kids. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (12 min). Publicado pelo canal OShowDaLuna. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=e7SF0opk274. Acesso em: DD mês. AAAA.
RANGEL, Fabiana Alvarenga; Victor, Sônia Lopes. A brincadeira de faz de conta e sua influência no processo de alfabetização de crianças cegas. Ben-jamin Constant, ano 22, n. 59, p. 43-58, jan./jun. 2016. Disponível em: http://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/746. Acesso em: 08 de out. 2022.
RUST, Naiara Miranda. O Ensino de Ciências da Natureza para alunos com Deficiência Visual: vamos (re) pensar nossas aulas? In: GOMES, Maria Marga-rida Pereira de Lima et al. Construindo práticas de esperança no ensino de Ciências e Biologia. São Paulo: Livraria da Física, 2021. p. 130-143.
SFORNI, Marta Sueli de Faria; GALUCH, Maria Terezinha Bellanda. Aprendi-zagem conceitual nas séries iniciais do ensino fundamental. Educar, Curitiba, n. 28, p. 217-229, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/Jvq7qMk6TmQWgT68cDbPmtg/?format=pdf&lang=t. Acesso em: 11 jul. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602006000200014
VIGOTSKI, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Educação Especial

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaramos o artigo a ser submetido para avaliação na Revista Educação Especial (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação Especial (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).


