Recurso tecnológico multissensorial para construção de gráficos por alunos cegos
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X84012Palavras-chave:
Deficiência visual, Construção de gráficos, Recursos multissensoriaisResumo
No ensino de Ciências, por uma escolha social, é comum o uso de gráficos através de representações visuais. O ensino de gráficos para pessoas cegas, é geralmente realizado com modelos de gráficos prontos texturizados, que são previamente elaborados pelo professor, permitindo ao aluno apenas a interpretação dos dados ali expressos. Contudo, a autonomia do aluno no processo de construção de gráficos ainda é pouco incentivada, por causa da escassez de ferramentas acessíveis ou pelo seu alto custo. Considerando esta necessidade, foi desenvolvido um protótipo multissensorial para construção de gráficos por alunos com deficiência visual, que além do sentido do tato, também explora a audição. Neste trabalho são apresentadas as etapas de idealização e elaboração desse recurso, e os testes realizados com um revisor cego, com o objetivo de identificar suas impressões quanto às possíveis contribuições na construção autônoma de gráficos por pessoas cegas. A metodologia utilizada para a concepção desta pesquisa foi a qualitativa, tendo como principal fonte as discussões sobre o conceito da multissensorialidade no ensino de pessoas com deficiência visual. Para analisar os dados obtidos foram utilizadas as ferramentas de análise de conteúdo. As análises iniciais demonstraram que o aprimoramento dessa ferramenta com o acréscimo do som pode ter ampliado e aperfeiçoado a habilidade da pessoa com deficiência visual em utilizar, compreender e construir gráficos, de forma independente. Espera-se que o produto educacional aqui desenvolvido possa ser mais uma ferramenta efetiva no processo de ensino de pessoas com deficiência visual.
Downloads
Referências
ARIDE, A.S . Design inclusivo: livro ilustrado multisensorial para crianças deficientes visuais e videntes. Dissertação (Curso de Comunicação Visual Design) – Universidedade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: 1ª ed. Edições 70, 2016.
BERSCH, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil [CEDI], 2008.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Decreto nº11.063 de 4 de maio de 2022. Brasília, DF, 2022. Disponível:https://www.planalto.gov.br/ccivil03/Ato2019-2022/2022/Decreto/D11063.htm#art1. Acesso em: 04 dez. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2016. Disponível: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio. Acesso em: 07 dez. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEB/SEESP, 1994. Disponível em: https://inclusaoja.files.wordpress.com/2019/09/polc3adtica-nacional-de-educacao-especial-1994.pdf. Acesso em: 10 dez. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde (BR), Conselho Nacional de Saúde, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução n 466 de 12 de dezembro de 2012: diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília (DF): MS; 2012. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf. Acesso em: 05 dez. 2023.
BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE, 2009a. 138 p. Disponível em: http://www.galvaofilho.net/livro-tecnologia-assistiva_CAT.pdf. Acesso em: 07 dez. 2023.
CAMARGO, E. P.; SILVA, D. Atividade e material didático para o ensino de Física à alunos com deficiência visual: Queda dos objetos. Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 4., 2003, Bauru. Anais... Bauri, 2003.
CARVALHO, E. L; ROSA, P. I; CRUZ, V. S. Construtor de Gráficos: uma proposta para autonomia na construção e interpretação de gráficos por alunos cegos. Revista Benjamin Constant, 61, 2020.
CERQUEIRA, J. B.; FERREIRA, E. M. B. Os recursos didáticos na educação especial. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro, 5, 1996.
CRUZ, V.S; ROSA, P. I. Um Estudo Quantitativo Preliminar Sobre a Percepção de Alunos com Deficiência Visual Utilizando Recursos Gráficos para o Ensino da Cinemática. VII Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Pernambuco. 2014.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 2013.
MANZINI, E. T. Tecnologia assistiva para educação: recursos pedagógicos adaptados. In: Ensaios Pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília: SEESP/MEC,2005, p.82-86. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ensaiospedagogicos.pdf. Acesso em: 02 dez. 2023.
MIRANDA, T.G. Aplicação das tecnologias assistivas, de informação e comunicação em educação especial. In: MENDES, E. G., ALMEIDA, M. A., & INNOCENTINI, M. Temas em educação especial: conhecimentos para fundamentar a prática. Araraquara, SP: Junqueira & Marin. Cap. 9, 2008, p. 134- 144.
OLIVEIRA, M.M de. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2016.
SOLER, M. A. Didáctica multisensorial de las Ciencias: un nuevo método para alumnos ciegos, deficientes visuales, y también sin problemas de visión. Barcelona: Editora Paidos Ibérica, 1999. v. 40.
VYGOTSKY, L. S. Los problemas fundamentales de La defectología contemporánea. En L. S. Vygotski, Obras Escogidas V: Fundamentos de defectología. Madrid: Visor, 1997a.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Educação Especial
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaramos o artigo a ser submetido para avaliação na Revista Educação Especial (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação Especial (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).