O papel da formação continuada no trabalho dos professores de química com alunos surdos

Autores

  • Jomara Mendes Fernandes Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Ivoni de Freitas Reis Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X27300

Palavras-chave:

Ensino de Química, Surdez, Formação Continuada.

Resumo

No Brasil, a presença de alunos com deficiência em sala de aula é fato irreversível e amparado por lei. A educação é dever do Estado e direito de todos e é cada vez maior o número dos que fazem jus a esse direito. Explica-se, por isso, o fato da ampliação do número de alunos surdos matriculados em escolas regulares. Porém, não se formam professores, sobretudo de química, capacitados para um trabalho eficiente junto a esses alunos. Esses profissionais têm chegado nas escolas despreparados diante das diversas necessidades educacionais especiais que ali encontram. Assim, o presente artigo tem como objetivo relatar a experiência advinda da aplicação de um minicurso que visou capacitar professores e fomentar discussões referentes ao processo de ensino e aprendizagem de química para alunos surdos. O minicurso, com duração de quatro horas, foi dividido em uma parte teórica e uma parte prática, e contou com quinze participantes. Como resultado, ficou evidente a carência por parte dos professores de informações referentes à educação especial – em particular do aluno surdo, e a necessidade que a temática seja de fato trabalhada a fim de dar um respaldo teórico à prática de professores.

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Biografia do Autor

Jomara Mendes Fernandes, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Química da Universidade Federal de Juiz de Fora, na área de Educação em Química, onde desenvolve projetos ligados ao ensino de química para surdos e cegos. Possui graduação em Química-Licenciatura e Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Exatas e da Natureza pela mesma universidade. Mestre em Educação em Química, desenvolveu projetos ligados a elaboração de estratégias de ensino para alunos surdos e terminologias científicas em Libras. 

Ivoni de Freitas Reis, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Química pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, mestrado e doutorado em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP. Atualmente é professor permanente - adjunto IV - da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, onde atua como sub-chefe do departamento de química e coordena o PIBID - Sub-Projeto Química Presencial - desde 2012. Atual delegada do Conselho Regional de Química de Juiz de Fora, tem experiência na área de Química, na Formação de Professores, ênfase em Educação Química, atuando principalmente nos seguintes temas: Estratégias de Ensino de Química, Educação Inclusiva para Surdos e para Cegos, História da Química e História da Ciência e Ensino.

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Publicado

2019-01-01

Como Citar

Fernandes, J. M., & Reis, I. de F. (2019). O papel da formação continuada no trabalho dos professores de química com alunos surdos. Revista Educação Especial, 32, e7 / 1–16. https://doi.org/10.5902/1984686X27300

Edição

Seção

Artigos – Demanda contínua