COMPOSIÇÃO FLORÍSTICO-ESTRUTURAL AO LONGO DE UM GRADIENTE DE BORDA EM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALTO-MONTANA EM SANTA CATARINA

Autores

  • Tiago de Souza Ferreira
  • Amanda Koche Marcon
  • Bruna Salami
  • Carla Carolina Chini
  • Alex Ribeiro Mendes
  • Adriel Furtado Carvalho
  • Francieli de Fátima Missio
  • Francieli Pscheidt
  • André Luiz Guidini
  • Rafael da Silva Dornelles Dornelles
  • Ana Carolina Silva
  • Pedro Higuchi

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509821097

Palavras-chave:

Floresta de Araucária, efeito de borda, diversidade biológica.

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509821097

O objetivo desse estudo foi caracterizar a composição florística e a estrutura do componente arbóreo em fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana e avaliar a influência do efeito de borda sobre a organização, estrutura, riqueza e diversidade de espécies. Foram alocadas 50 parcelas permanentes de 10 x 20 m, divididas em cinco transeções distanciadas, no mínimo, 100 m entre si, em um fragmento florestal, no município de Bom Jardim da Serra - SC. As árvores com circunferência ≥ 15,7 cm na altura do peito (CAP) foram mensuradas (CAP e altura total), identificadas e classificadas quanto às guildas de regeneração (pioneiras, climácicas exigentes em luz e climácicas tolerantes à sombra). Os dados foram analisados por meio dos índices de valor de importância (IVI), NMDS (Nonmetric Multidimensional Scaling), modelo aditivo generalizado e regressões lineares simples. Foram observados 1.457 indivíduos arbóreos, distribuídos em 29 famílias, 43 gêneros e 55 espécies. A espécie com maior valor de importância foi Dicksonia sellowiana Hook. Não foi observada influência do efeito de borda sobre a organização, a estrutura (diâmetro médio, altura média e densidade) da comunidade e participação relativa das guildas de regeneração. No entanto, ficaram evidenciados maiores valores de diversidade, riqueza e equabilidade nas áreas de borda. Desta forma, concluí-se que parte das variações dos valores relativos à diversidade de espécies arbóreas na Floresta Ombrófila Mista Ato-Montana foi determinada pela distância da borda.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, M. D. et al. Potencial de uso de espécies arbóreas de uma floresta secundária em Lages, Santa Catarina. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 11, n. 3, p. 238-247, set./dez. 2012.

ALVES JR, et al. Efeito de borda na estrutura de espécies arbóreas em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa, Recife, PE. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 1, n. único, p. 49-56, out.-dez. 2006.

ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 161, n. 2, p. 105-121, 2009.

BENITEZ–MALVIDO, J. Impact of forest fragmentation on seedling abundance in a tropical rain forest. Conservation Biology, Boston, v. 12, n. 2, p. 380-389, 1998.

BROWER, J.; ZAR, J.; VON ENDE, C. Field and laboratory methods for general ecology. Dubuque: McGraw-Hill Science, 1990. 161 p.

ESKUCHE, U. El bosque de Araucaria con Podocarpus y los campos de Bom Jardim da Serra, Santa Catarina (Brasil meridional). Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica, Córdoba, v. 42, n. 3-4, p. 295-308, jul./dez. 2007.

FONTOURA, S.B.; GANADE, G.; LAROCCA, J. Changes in plant community diversity and composition across an edge between Araucaria forest and pasture in South Brazil. Brazilian Journal of Botany, v. 29, n.1, São Paulo, Jan-Mar, p. 79-91, 2006.

FORMENTO, S. et al. Dinâmica estrutural arbórea de uma Floresta Ombrófila Mista em Campo Belo do Sul, SC. Cerne, Lavras, v. 10, n. 2, p. 196-212, jul./dez. 2004.

HECK, K.L.; van BELLE, G.; SIMBERLOFF, D. Explicit calculation of the rarefaction diversity measurement and the determination of sufficient sample size. Ecology, Ithaca, v. 56, p. 1459–1461, 1975.

HELTSHE, J.; FORRESTER, N. Estimating species richness using the jackknife procedure. Biometrics, Arlington, v. 39, n. 1, p. 1-11. 1983.

HERRMANN, B. C. et al. A paisagem como condicionadora de bordas de fragmentos florestais. Floresta, Curitiba, v. 35, n. 1, p. 13-22, jan./abr. 2005.

HIGUCHI, P. et al. Floristic composition and phytogeography of the tree component of Araucaria Forest fragments in southern Brazil. Brazilian Journal of Botany, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 145-157, abr./jun. 2012a.

HIGUCHI, P. et al. Influência de variáveis ambientais sobre o padrão estrutural e florístico do componente arbóreo, em um fragmento de floresta ombrófila mista montana em Lages, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 79-90, jan./mar. 2012b.

HIGUCHI, P. et al. Florística e estrutura do componente arbóreo e análise ambiental de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-montana no município de Painel, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 1, p. 153-164, jan./mar. 2013.

IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012. 271 p.

JARENKOW, J. A.; BAPTISTA, L. R. M. Composição florística e estrutura da mata com araucária na Estação Ecológica de Aracuri, Esmeralda, Rio Grande do Sul. Napaea, Porto Alegre, v. 3, p. 9-18. 1987.

KERSTEN, R. A.; GALVÃO, F. Suficiência amostral em inventários florísticos e fitossociológicos. In: FELFILI, J. M. et al. (Eds.). Fitossociologia no Brasil: Métodos e estudos de casos. Viçosa: Editora UFV, 2011. p. 153-176.

KLAUBERG, C. et al. Florística e estrutura de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Planalto Catarinense. Biotemas, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 35-47, mar. 2010.

KLEIN, R. O aspecto dinâmico do pinheiro brasileiro. Sellowia, Itajaí, v. 12, p. 17-44. 1960.

KOZERA, C. et al. Fitossociologia do componente arbóreo de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana, Curitiba, PR, BR. Floresta, Curitiba, v. 36, n. 2, p. 225-237, mai./ago. 2006.

LAURANCE, W. F.; BIERREGAARD, R. O. Tropical forest remnants ecology management and conservation of fragmented communities. Chicago: Chicago University Press, 1997. 616 p.

LAURANCE, W. F. et al. Rain forest fragmentation and the dynamics of Amazonian tree communities. Ecology, Ithaca, v. 79, n. 6, p. 2032-2040, set. 1998.

LAURANCE et al. Ecosystem Decay of Amazonian Forest Fragments: a 22-Year Investigation. Conservation Biology, Hoboken, v. 16, n.3, p. 605-618, jun., 2002.

LEYSER, G. et al. Regeneração de espécies arbóreas e relações com o componente adulto em uma floresta estacional no vale do rio Uruguai, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 26, n. 1, p. 74-83, jan./mar. 2012.

LINDENMAIER, D. S.; BUDKE, J. C. Florística, diversidade e distribuição espacial das espécies arbóreas em uma floresta estacional na bacia do rio Jacuí, Sul do Brasil. Pesquisas Botânicas, São Leopoldo, v. s. número, n. 57, p. 193-216, 2006.

LINGNER, D. et al. Caracterização da estrutura e da dinâmica de um remanescente de Floresta com Araucária no Planalto Catarinense. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. s. número, n. 55, p. 55-66, jul./dez. 2007.

LÔBO, D. et al. Forest fragmentation drives Atlantic Forest of northeastern Brazil biotic homogenization. Diversity and Distribution, v. 17, n. 2, p. 287-296, mar. 2011.

MEIRELES, L. D. et al. Variações na composição florística e na estrutura fitossociológica de uma floresta ombrófila densa alto-montana na Serra da Mantiqueira, Monte Verde, MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 31, n. 4, out./dez. p. 559-574. 2008.

METZGER, J. P. Tree functional group richness and landscape structure in Brazilian tropical fragmented landscape. Ecological Applications, New York, v. 10, n. 4, p. 1147 - 1161. 2000.

MINCHIN, P. R. An evaluation of the relative robustness of techniques for ecological ordination. Vegetatio, v. 69, n. 1, p. 89-107. 1987.

MOUILLOT, D. et al. Rare species support vulnerable function in high-diversity ecosystem. PLoS Biology, São Francisco, v.11, n.5, p.1-11, 2013.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons, 1974. 547 p.

MULLER, A. et al. Efeito de borda sobre a comunidade arbórea em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista, Rio Grande do Sul, Brasil. Perspectiva, Erechim, v. 34, n. 125, p. 29-39, mar. 2010.

MURCIA, C. Edge Effects in fragmented forests: implications for conservation. Trends in Ecology e Evolution, Amsterdam, v. 10, p. 58-62. 1995.

NASCIMENTO, A. R. T. et al. Estrutura e padrões de distribuição espacial de espécies arbóreas em uma amostra de Floresta Ombrófila Mista em Nova Prata, RS. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 11, n. 1, p. 105-119, jan./jun. 2001.

NASCIMENTO, A. R. T. et al. Estrutura e classificação de um remanescente de floresta ripária no município de Lages, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 2, p. 209-218, abr./jun. 2011.

NUNES, Y. R. F. et al. Variações da fisionomia da comunidade arbóreos em um fragmento de Floresta Semidecidual em Lavras, MG. Acta Botânica Brasílica, Feira de Santana, v. 17, n. 2, p. 213-229, abr./jun. 2003.

OKSANEN, J. et al. Vegan: community ecology package. R package version, v. 1, p. 8-8. 2009.

OKSANEN, J. Multivariate Analysis of Ecological Communities in R: vegan tutorial. 43p. 2013. Disponível em http://cc.oulu.fi/~jarioksa/opetus/metodi/vegantutor.pdf Acesso em 22/10/2013.

OLIVEIRA-FIHO, A. T. et al. Effects of soils and topography on the distribution of tree species in a tropical riverine forest in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, n. 4, v. 10, 483-508, Nov, 1994.

OLIVEIRA-FILHO, A. T. et al. Variações estruturais do compartimento arbóreo de uma floresta semidecídua Alto–Montana na chapada das Perdizes, Carrancas, MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 291-309, abr./jun. 2004.

OLIVEIRA-FILHO, A. T.; FONTES, M. A. L. Patterns of floristic differentiation among Atlantic forests in south-eastern Brazil, and the influence of climate. Biotropica, Lawrence, v. 32, n. 4, p. 793-810. 2000.

OLIVEIRA-FILHO et al. Delving into the variations in tree species composition and richness across South American subtropical Atlantic and Pampean forests. Journal of Plant Ecology, Oxford, online first, 2013.

PHILLIPS, O. L. et al. Resilience of southwestern Amazon Forests to anthropogenic edge effects. Conservation Biology, Boston, v. 20, n. 6, p. 1698-1710. 2006.

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Londrina: Ed. Planta, 2001. 328 p.

R DEVELOPMENT CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna. Disponível em: <(http://www.R-project.org)> Acesso em: 21 de agosto de 2012.

PUTZ, S.; GROENEVEL, J.; ALVES, L.F.; METZGER, J.P.; HUTH, A. Fragmentation drives tropical forest fragments to early successional states: A modelling study for Brazilian Atlantic forests. Ecological Modelling, Amsterdam, Jun, v. 222, n., 12, p. 1986-1997.

RIDLEY, M. Evolução. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 752 p.

RIZZINI, C. T. Tratado de Fitogeografia do Brasil. São Paulo: Ed. Âmbito Cultural, 1997. 747 p.

RODRIGUES, E. Edge Effects on the regeneration of forest fragments in South Brasil. 1998. 172 f. Thesis (PhD in Biology) - Harvard University, Cambridge, 1998.

RONDON NETO, R. et al. Caracterização florística e estrutural de um fragmento de floresta ombrófila mista em Curitiba, PR, Brasil. Floresta, Curitiba, v. 32, n. 1, p. 3-16, jan./jul. 2002.

SAMPAIO, A.B.; SCARIOT, A. Edge effect on tree diversity, composition and structure in a deciduous dry forest in Central Brazil. Revista Árvore, Viçosa, v. 35, n. 5, p. 1121-1134, set./out. 2011.

SCARIOT, A. Forest fragmentation effects on palm diversity in central Amazonia. Journal of Ecology, v. 87, n. 1, p. 66-76. 1999.

SCHEER, M. B. et al. Estrutura arbórea da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de serras do Sul do Brasil. Acta Botânica Brasilica, Feira de Santana, v. 25, n. 4, p. 735-750, out./dez. 2011.

SEGER, C. et al. Levantamento florístico e análise fitossociológica de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista localizado no município de Pinhais, Paraná-Brasil. Floresta, Curitiba, v. 35, n. 2, p. 291-302, mai./ago. 2005.

SILVA, A. C. et al. Relações florísticas e fitossociologia de uma Floresta Ombrófila Mista Montana secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 193-206, jan./mar. 2012.

SWAINE, M. D.; WHITMORE, T. C. On the definition of ecological species groups in tropical rain forest. Vegetatio, v. 75, p. 81-86. 1988.

TABARELLI, M. et al. Forest fragmentation, synergisms and the impoverishment of neotropical forests. Biodiversity and Conservation, v. 13, p. 1419-1425. 2004.

VIANA, V. M.; PINHEIRO, L. A. F. V. Conservação da biodiversidade em fragmentos florestais. Série técnica IPEF, v. 12, n. 32, p. 25-42, dez. 1998.

VIBRANS, A. C. et al. Structure of mixed ombrophyllous forests with Araucaria angustifolia (Araucariaceae) under external stress in Southern Brazil. Revista de Biologia Tropical, San José, v. 59, n. 3, set. p. 1371-1387. 2011.

WILLIAMS-LINERA, G. et al. Microenvironment and floristics of different edges in a fragmented tropical rainforest. Conservation Biology, Boston, v. 12, n. 5, p. 1091- 1102. 1998.

Downloads

Publicado

31-03-2016

Como Citar

Ferreira, T. de S., Marcon, A. K., Salami, B., Chini, C. C., Mendes, A. R., Carvalho, A. F., Missio, F. de F., Pscheidt, F., Guidini, A. L., Dornelles, R. da S. D., Silva, A. C., & Higuchi, P. (2016). COMPOSIÇÃO FLORÍSTICO-ESTRUTURAL AO LONGO DE UM GRADIENTE DE BORDA EM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALTO-MONTANA EM SANTA CATARINA. Ciência Florestal, 26(1), 123–134. https://doi.org/10.5902/1980509821097

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 > >> 

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.