MINIESTAQUIA DE ERVA-MATE EM QUATRO ÉPOCAS DO ANO

Autores

  • Francielen Paola de Sá
  • Deborah Cristina Portes
  • Ivar Wendling
  • Katia Christina Zuffellato - Ribas

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835051

Palavras-chave:

clonagem, Ilex paraguariensis, regulador vegetal, ácido indolbutírico.

Resumo

Ilex paraguariensis é uma espécie florestal que apresenta múltiplas potencialidades, sendo utilizada na indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética. Contudo, a propagação seminal da espécie é limitada devido à baixa (inferior a 20%) e desuniforme germinação, além do longo período de estratificação das sementes (de quatro a seis meses) necessário para a quebra da dormência embrionária. Diante do potencial uso da miniestaquia como técnica alternativa para superar tais limitações, objetivou-se avaliar o efeito do ácido indolbutírico (IBA) no enraizamento de miniestacas de erva-mate coletadas nas quatro épocas do ano (de julho/2014 a maio/2015). As miniestacas foram confeccionadas com 6 cm (± 1 cm) de comprimento e duas folhas reduzidas à metade e, a porção basal dos propágulos foi imersa durante 10 segundos em diferentes soluções hidroalcoólicas de ácido indolbutírico (0, 2000, 4000, 6000 e 8000 mg L-1). Após 90 dias da permanência do material vegetal em casa de vegetação climatizada, foram avaliados: porcentagem de enraizamento, número de raízes e comprimento médio das três maiores raízes/miniestaca, porcentagem de calogênese, retenção foliar, brotações desenvolvidas e mortalidade. A primavera foi a época mais promissora, proporcionando aproximadamente 70% de enraizamento e, aliada à aplicação de 8000 mg L-1 de IBA, as miniestacas atingiram o maior comprimento (4,3 cm) e número de raízes (9,1) bem como, a menor taxa de calogênese (0%). A coleta das miniestacas na primavera e a aplicação de 8000 mg L-1 de IBA é a mais indicada para miniestaquia de erva-mate.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALCANTARA, G. B. et al. Efeito da idade da muda e da estação do ano no enraizamento de miniestacas de Pinus taeda L. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, n. 3, p. 399-404, 2007.

ALFENAS, A. C. et al. Clonagem e doenças do Eucalipto. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2009. 500 p.

ASLMOSHTAGHI, E.; REZA-SHAHSAVAR, A. Endogenous soluble sugars, starch contents and phenolic compounds in easy and difficult to root olive cuttings. Journal of Biological & Environmental Sciences, [s. l.], v. 4, n. 11, p. 83-86, 2010.

BADILLA, Y. et al. IBA efficiency on mini-cutting rooting from Teak (Tectona grandis Linn F.) clones. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 40, n. 3, p. 477-485, 2016.

BITENCOURT, J. et al. Enraizamento de estacas de erva-mate (Ilex paraguariensis A. St,-Hill.) provenientes de brotações rejuvenescidas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 11, n. 3, p. 277-281, 2009.

BONA, C. M.; BIASI, L. A. Influence of leaf retention on cutting propagation of Lavandula dentata L. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 57, n. 4, p. 526-529, 2010.

BORTOLINI, M. F. et al. Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn.: enraizamento, anatomia e análises bioquímicas nas quatro estações do ano. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 18, n. 2, p. 159-171, 2008.

BRONDANI, G. E. et al. Enraizamento de miniestacas de erva-mate sob diferentes ambientes. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, n. 57, p. 29-38, 2008.

BRONDANI, G. E. et al. Miniestaquia de Eucalyptus benthamii × Eucalyptus dunnii: (ii) sobrevivência e enraizamento de miniestacas em função das coletas e estações do ano. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 20, n. 3, p. 453-465, 2010.

CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: Embrapa Florestas, 1994. 640 p.

CUQUEL, F. L.; CARVALHO, M. L. M.; CHAMMA, H. M. C. P. Avaliação de métodos de estratificação para a quebra de dormência de sementes de erva-mate. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 5, n. 3, p. 415-421, 1994.

DIAS, C. D. et al. Estaquia e miniestaquia de especiés florestais lenhosas do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. 32, n. 72, p. 453-462, 2012.

DIAS, J. P. T.; ONO, E. O.; RODRIGUES, J. D. IBA e carboidratos no enraizamento de brotações procedentes de estacas radiciais de Rubus spp. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 33, nesp, p. 666-671, 2011.

FACHINELLO, J. C. et al. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. Pelotas: UFPEL,1994. 179 p.

FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C. Propagação de plantas frutíferas. Brasília: [s. n.], 2005. 221 p.

FERRIANI, A. P. et al. Produção de brotações e enraizamento de miniestacas de Piptocarpha angustifolia. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. 31, n. 67, p. 257-264, 2011.

FERRIANI, A. P.; ZUFFELLATO-RIBAS, K. C.; WENDLING, I. Miniestaquia aplicada a espécies florestais. Revista Agro@mbiente on-line, Boa Vista, v. 4, n. 2, p. 102-109, 2010.

FOWLER, J. A. P.; STURION, J. A. Aspectos da formação do fruto e da semente na germinação da erva-mate. Colombo: Embrapa Florestas, 2000. (Comunicado Técnico Embrapa Florestas, n. 45).

GUO, X. et al. Effect of auxin treatments, cuttings`collection date and initial characteristics on Paeonia `Yang Fei Chu Yu`cutting propagation. Scentia Horticulturae, [s. l.], v. 119, n. 2, p. 177-181, 2009.

HARTMANN, H. T. et al. Plant propagation: principles and practices. 8th ed. New Jersey: Prentice Hall, 2011. 915 p.

HUSEN, A.; PAL, M. Metabolic changes during adventitious root primordium development in Tectona grandis Linn. f. (teak) cuttings as affected by age of donor plants and auxin (IBA and NAA) treatment. New Forests, Dordrecht, v. 33, n. 3, p. 309-323, 2007.

IKEUCHI, M.; SUGIMOTO, K.; IWASE, A. plant callus: mechanisms of induction and repression. The Plant Cell, Rockville, v. 25, n. 9, p. 3159-3173, 2013.

LATTUADA, D. S.; SPIER, M.; SOUZA, P. V. D. Pré tratamento com água e doses de ácido indolbutírico para estaquia herbácea de pitangueiras. Ciência Rural, Santa Maria, v. 41, n. 12, p. 2073-2079, 2011.

LIMA, D. M. et al. Capacidade de enraizamento de estacas de Maytenus muelleri Schwacke com a aplicação de ácido indol butírico relacionada aos aspectos anatômicos. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 13, n. 4, p. 422-438, 2011.

LIMA, N. S. et al. Effects of Ilex paraguariensis (yerba mate) treatment on leptina resistance and inflammatory parameters in obese rats primed by early weaning. Life Sciences, Elmsford, v. 115, p. 29-35, 2014.

NASRI, F. et al. Study of indole butyric acid (iba) effects on cutting rooting improving some of wild genotypes of damask roses (Rosa damascena mill.). Journal of Agricultural Sciences, [s. l.], v. 60, n. 3, p. 263-275, 2015.

NEGISHI, N. et al. Hormone level analysis on adventitious root formation in Eucalyptus globulus. New Forest, [s. l.], v. 45, p. 577-587, 2014.

NERY, F. S. G.; ZUFFELLATO-RIBAS, K. C.; KOEHLER, H. Enraizamento de Psycotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra (Rubiaceae) nas quatro estações do ano. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 1, p. 243-250, 2014.

PACURAR, D. I.; PERRONE, I.; BELLINI, C. Auxin is a central player in the hormone cross-talks that control adventitious rooting. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 151, n. 1, p. 83-96, 2014.

PEÑA, M. L. P.; ZANETTE, F.; BIASI, L. A. Época de coleta e ácido indolbutirico no enraizamento de miniestacas de pitangueira. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 5, p. 3055-3068, 2015.

PIRES, P. P.; WENDLING, I.; BRONDANI, G. Ácido indolbutírico e ortotropismo na miniestaquia de Araucaria angustifolia. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 37, n. 3, p. 393-399, 2013.

PIZZATTO, M. et al. Influência do uso de AIB, época de coleta e tamanho de estaca na propagação vegetativa de hibisco por estaquia. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 58, n. 4, p. 487-492, 2011.

REIS, J. M. R. et al. Efeito do estiolamento e do ácido indol butírico no enraizamento de estacas do porta-enxerto Pyrus calleryana Dcne. Ciência Agrotecnologia, Lavras, v. 24, p. 931-938, 2000.

SORIN, C. et al. Auxin and light control of adventitious rooting in Arabidopsis require argonaute. The Plant Cell, Rockville, v. 17, p. 1343-1359, 2005.

SOUZA, A. V. V. et al. Enraizamento in vitro de catuaba (Anemopaegma arvense (Vell.) Stell. Ex de Souza), uma planta medicinal do Cerrado. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v. 17, n. 1, p. 51-58, 2015.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 954 p.

WENDLING, I.; DUTRA, L. F.; GROSSI, F. Produção e sobrevivência de miniestacas e minicepas de erva-mate cultivadas em sistema semi-hidropônico. Pesquisa Agropecuaria Brasileira, Brasília, v. 42, n. 2, p. 289-292, 2007.

WENDLING, I. et al. Seleção de matrizes e tipo de propágulo na enxertia de substituição de copa em Ilex paraguariensis. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 33, n. 5, p. 811-819, 2009.

WENDLING, I.; SOUZA JUNIOR, L. Propagação vegetativa de erva-mate (Ilex paraguariensis Saint Hilaire) por miniestaquia de material juvenil. In: CONGRESSO SUL-AMERICANO DA ERVA-MATE, 3.; FEIRA DO AGRONEGÓCIO DA ERVAMATE, 1., 2003, Chapecó. Anais... Chapecó: Epagri, 2003. CD-ROM.

ZHANG, W. et al. Mechanisms underlying the regulation of root formation in Malus hupehensis stem cuttings by using exogenous hormones. Journal Plant Growth regulation, [s. l.], v. 35, p. 1-12, 2016.

ZUFFELLATO-RIBAS, K. C.; RODRIGUES, J. D. Estaquia: uma abordagem dos principais aspectos fisiológicos. Curitiba: [K. C. Zuffellato-Ribas], 2001. 39 p.

Downloads

Publicado

16-12-2018

Como Citar

Sá, F. P. de, Portes, D. C., Wendling, I., & Ribas, K. C. Z. .-. (2018). MINIESTAQUIA DE ERVA-MATE EM QUATRO ÉPOCAS DO ANO. Ciência Florestal, 28(4), 1431–1442. https://doi.org/10.5902/1980509835051

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>