ESTAQUIA DE ÁRVORES ADULTAS DE<i> Paulownia fortunei</i> var. <i>mikado</i> A PARTIR DE BROTAÇÕES EPICÓRMICAS DE DECEPA
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509819617Palavras-chave:
revigoramento, estacas semilenhosas, auxina, anatomia.Resumo
http://dx.doi.org/10.5902/1980509819617
Paulownia fortunei é natural da China e destaca-se pelo crescimento acelerado e baixa densidade da madeira, associada a uma resistência natural ao ataque de agentes xilófagos. Contudo, o baixo poder germinativo das sementes dessa espécie tem incentivado sua reprodução pela propagação vegetativa. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo avaliar o enraizamento e vigor radicial de estacas provenientes de brotações epicórmicas de árvores adultas decepadas, coletadas em diferentes estações do ano e submetidas a diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), bem como verificar a existência de possíveis barreiras anatômicas e histoquímicas à emissão de raízes adventícias. No outono/2011, primavera/2011 e verão/2012 foram confeccionadas estacas semilenhosas com 10-12 cm de comprimento e duas folhas reduzidas a uma superfície aproximada de 78,5 cm² (10 cm de diâmetro), cujas bases foram imersas por 10 segundos nos tratamentos com 0, 500, 1000, 1500 e 2000 mg L-1 de AIB. O plantio foi realizado em tubetes de 110 cm³, preenchidos com vermiculita fina e casca de arroz carbonizada (1:1 em v/v) e acondicionados em casa de vegetação climatizada. Após 60 dias foram avaliadas a porcentagem de estacas enraizadas, número e comprimento de raízes/estaca, porcentagem de estacas com calos e mortalidade. Estacas coletadas de plantas matrizes decepadas no verão apresentaram os melhores resultados para enraizamento (47,5%), comprimento médio das três maiores raízes/estacas (5,65 cm) e porcentagem de estacas com calos (51,25%). Faz-se necessário o uso de AIB para o enraizamento de estacas provenientes de brotações epicórmicas de árvores decepadas de quiri (Paulownia fortunei var. mikado), sendo recomendada a concentração de 2000 mg L-1. Não foram observadas barreiras anatômicas e histoquímicas à emissão de novas raízes.
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