ASPECTOS DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE <i>Drimys brasiliensis</i> Miers (WINTERACEAE) EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, SUL DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509816598Palavras-chave:
fenologia, polinização, dispersão de sementes, biologia floral.Resumo
http://dx.doi.org/10.5902/1980509816598
Drimys brasiliensis Miers, conhecida como cataia ou casca-de-anta, é uma árvore nativa da Floresta Ombrófila Mista. Sua casca tem sido utilizada medicinalmente a partir da exploração de árvores em populações naturais. O objetivo deste trabalho foi a realização de estudos de biologia reprodutiva de Drimys brasiliensis visando fundamentar estratégias de exploração sustentável e conservação, possibilitando a geração de renda a partir da exploração deste recurso florestal não madeireiro. Foram realizados estudos de fenologia reprodutiva (296 árvores acompanhadas por 30 meses), ecologia de polinização e dispersão de sementes, e biologia floral. O período de florescimento ocorre durante o verão, com pico em janeiro. Frutos verdes estão presentes o ano inteiro, amadurecendo com o aumento das temperaturas. Ocorre uma sobreposição das fenofases fruto verde e fruto maduro oriundas de florescimentos de anos diferentes. Com isso, frutos maduros estão disponíveis o ano inteiro para a fauna. Os himenópteros são os visitantes florais com maior potencial de fluxo gênico via pólen, porém, a sua frequência é baixa, assim como a dos demais visitantes, apesar da alta produção de flores e da alta viabilidade dos grãos de pólen. Com isso, a alta produção de frutos observada é possivelmente decorrente da autofecundação. Os dispersores primários de frutos são raros, tendo sido observados pássaros. Entretanto, a dispersão secundária das sementes que chegam ao solo por barocoria é alta.
Downloads
Referências
ABREU, C.A. et al. Caracterização morfológica de frutos e sementes de cataia (Drimys brasiliensis MIERS. - WINTERACEAE). Revista Brasileira de Sementes, v. 27, n. 2, p. 67-74, 2005.
AIZEN, M. Habitat fragmentation, pollinator decline, and plant pollination. In: Pollination bees: the conservation link between agriculture and nature (P.G. Kevan. & V.L. Imperatriz-Fonseca). Brasília, MMA, p.317. 2006.
ARMESTO, J.J. et al. Seed rain of fleshy and dry propagules in different habitats in the temperate rainforests of Chiloé Island, Chile. Austral Ecology, v. 26, p. 311-320. 2001.
BADER, F.W. Die Verbreitung borealer und subantarktischer Holzgewächse in den Gebirgen dês Tropengürtles. Nova Acta Leop, v. 23, n. 148, p. 1-544. 1960.
BAWA, K.S. Breeding systems of trees species of lowland tropical community. Evolution, v. 28, p. 85-92. 1974.
BAWA, K.S.; PERRY, D.R.; BEACH, J.H.; Reproductive biology of tropical lowland rain forest trees. 1. Sexual systems and incompatibility mechanisms. American. Journal of. Botany, v. 72, n. 3, p. 331-345. 1985.
CRUDEN, E.W. Pollen-ovulo ratios: a conservative indicator of breeding systems in flowering plants. Evolution, v. 31, p. 32-46. 1977.
FANTINI, A.C. et al. Sustained yield management in tropical forest: a proposal based on the autoecology of species. Sellowia, v. 42/44, p. 25-33. 1992.
FOURNIER, L.A. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas en árboles. Turrialba, v. 24, n. 1, p. 422-423. 1974.
FOURNIER, L.A., CHARPANTIER, C. El tamaño de la muestra y la frecuencia de las observaciones en el estudio de las características fenológicas de los árboles tropicales. Turrialba, v. 25, n. 1, p. 45-48. 1975.
FOURNIER, L.A. El dendrofenograma, una representación gráfica del comportamiento fenológico de los árboles. Turrialba, v. 26, n. 1, p. 96-97. 1976.
GOMES, F.P. Curso de estatística experimental. Piracicaba, Nobel. 1990.
GOTTSBERGER, G. The reproductive biology of primitive angiosperms. Taxon, v. 37, p. 630-643. 1988.
GOTTSBERGER, G., SILBERBAER-GOTTSBERGER, I., EHRENDORFER, F. Reproductive Biology in the Primitive Relic Angiosperm Drimys brasiliensis (Winteraceae). Plant Systematics and Evolution, v. 135, p. 11-39. 1980.
GRESSLER, E., PIZO, M.A., MORELLATO, L.P.C. Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 29, n. 4, p. 509-530. 2006.
IBARRA-MANRÍQUEZ, G., OYAMA, K. Ecological correlates of reproductive traits of mexican rain forest trees. American. Journal of Botany, v. 79, n. 4, p. 383-394. 1992.
KEARNS, C.A., INOUYE, W. Techniques for pollination biologists. University Press of Colorado, Colorado. 1993.
KEARNS, C.A., INOUYE, D.W., WASER, N.M. Endangered mutualisms: the conservation of plant-pollinator interections. Annu. Rev. Ecol. Syst., v. 29, p. 83-112. 1998.
MANHÃES, M.A. Dieta de Traupíneos (Passeriformes, Emberizidae) no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Iheringia, Sér. Zool., v. 93, n. 1, p.59-73. 2003.
MARIOT, A., MANTOVANI, A., REIS, M.S. Uso e conservação de Piper cernuum Vell. (Piperaceae) na Mata Atlântica: I. Fenologia reprodutiva e dispersão de sementes. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 5, n. 2, p. 1-10. 2003.
MATSUKI, Y. et al. Pollination efficiencies of flowers-visiting insects as determined by direct genetic analysis of pollen origin. American Journal of Botany, v. 95, n. 8, p. 925-930. 2008.
MORELLATO, P.C. As estações do ano na floresta. In: Ecologia e preservação de uma floresta tropical urbana: reserva de Santa Genebra. (H.F. Leitão Filho & P.C. Morellato, P.C., eds.). Campinas, SP: Ed. UNICAMP. 1995.
NABHAN, G.P., BUCHMANN, S.L. Services provided by pollinators. In: Nature's Services: societal dependence on natural ecosystems (G.C. Daily, ed.), Pp. 133-150. 1997.
NASON, J.D., HAMRICK, J.L. Reproductive and genetic consequences of forest fragmentation: two case studies of neotropical canopy trees. Journal of. Heredity, v. 88, p. 264-276. 1997.
NEWSTROM, L.E. et al. Diversity of long-term flowering patterns. Chapter 11. In: La selva: Ecology and natural history of a neotropical rain forest (L.A. McDade, H.A. Bawa, H.A. Hespenheide & G.S. Hastshorn, eds.) University Chicago Press. Chicago, ILL. Pages 142-160. 1994.
PINHEIRO-MACHADO, C. et al. Brazilian bee surveys: state of knowledge, conservation and sustainable use. In: Pollination bees: the conservation link between agriculture and nature (P.G. Kevan, V.L. Imperatriz-Fonseca) Brasília: MMA, p.317. 2006.
PROCTOR, M, YEO, P., LACK, A. The Natural History of Pollination. Timber Press, Portland, Oregon. 1996.
REIS, M.S. Manejo sustentado de plantas medicinais em ecossistemas tropicais. In: Plantas Medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar (L.C. Di Stasi). São Paulo, UNESP. p.199-215. 1996.
RIDLEY, H.N. The dispersal of plants throughout the world. Ashford: L. Reeve & Co. 1930.
SCHEMSKE, D.W. Breeding system and habitat effects on fitness components in three neotropical Costus (Zingiberaceae). Evolution, v. 37, n. 3, p. 523-539. 1983.
SMITH-RAMÍREZ, C., ARMESTO, J.J. Flowering and fruiting patterns in the temperate rainforest of Chiloé, Chile – ecologies and climatic constraints. Journal of Ecology, v. 82, p.353-365. 1994.
TRINTA, E.F., SANTOS, E. Flora Ilustrada Catarinense: Winteráceas. Itajaí, Herbário Barbosa Rodrigues. 1997.
WEBERLING, F. The problem of generalized flowers: morphological aspects. Taxon, v. 56, n. 3, p. 707-716. 2007.
WONG, M., VENTOCILLA, J. Un dia en la isla de Barro Colorado, Panama: guía para el sendero natural interpretativo de la isla. Smithsoniam Tropical Research Institute. 135 p. 1987.
ZAR, J.H. Biostatistical analysis. Prentice-Hall, New Jersey. 1986.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.