A água pode correr para cima no mapa? A importância da cartografia escolar para o ensino de geomorfologia
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X73328Palavras-chave:
Hipsometria, Alfabetização cartográfica, Bacias hidrográficasResumo
O objetivo da pesquisa é apresentar um relato de atividades de ensino de Geomorfologia que envolve maquetes, anáglifos, mapas de hipsometria e de rede de drenagem. As atividades relatadas neste artigo são parte de um projeto maior, que ocupa-se da elaboração de atlas geoambientais de municípios do Centro-Oeste do Rio Grande do Sul e da criação de materiais didáticos para dar suporte aos professores dessas redes municipais. A atividade foi aplicada em escolas de ensino fundamental de Jari e Nova Esperança do Sul, RS. A maioria dos alunos tinham conhecimentos prévios e conseguiram visualizar os conceitos através das imagens anáglifos e das maquetes. Porém, no que se refere à interpretação de mapas, menos de 25% dos estudantes conseguiram identificar pontos de alta e baixa altitude, assim como a direção de escoamento da água, o que está ligado à carência de noções de alfabetização cartográfica: dificuldades em criar e ler legendas; dificuldades em inserir símbolos no mapa; memorização dos pontos cardeais, já que 17% dos alunos indicou que a água só pode ir para o sul - porção denominada como “para baixo” do mapa. Salienta-se que é importante pensar em um ensino de Geomorfologia voltado para o local, com o uso de estratégias diversificadas e pautadas nas noções de alfabetização e letramento cartográfico.
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