Efeitos da urina de vaca no manejo agroecológico de insetos e da vassoura-de-bruxa (Moniliophtora perniciosa Stahel Aime & PhillipsMora) do cacaueiro (Theobroma cacao L.)
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X46917Palavras-chave:
Defesa de plantas, Agricultura orgânica, Sistema agroflorestalResumo
A Vassoura-de-bruxa (Moniliophtora perniciosa Stahel Aime & Phillips-Mora) foi constatada na Bahia pela primeira vez em 1989 nas áreas de cultivo de cacau, e imediatamente tornou-se a mais importante doença dessa cultura, responsável por perdas acentuadas de produção, principalmente pelo enfraquecimento das plantas e a redução da área foliar, causando inclusive a morte da planta adulta. Após vários anos de queda na produção de cacau na região Sul da Bahia, os produtores vêm renovando as esperanças na lavoura ao adotar práticas que favorecem o aumento da produtividade, como renovação do stand por meio de material genético autocompatível e com maior resistência a essa doença, melhorando, assim, o manejo cultural do cacaueiro em sistemas agroflorestais. Dentro de um cultivo convencional, para combater essa doença, os agricultores têm recorrido a pesticidas. Entretanto, o seu uso indiscriminado tem levado à contaminação de trabalhadores e do ambiente, que está cada vez mais em desequilíbrio e criando resistência a esse fungo. Métodos alternativos no controle desta doença, como a pulverização com urina de vaca, já estão sendo testados pelos próprios produtores, que já percebem melhorias nos seus cultivos e na própria qualidade de vida, principalmente por serem produtos alternativos, naturais, baratos e de fácil acesso. Neste estudo, avaliou-se o uso da urina de vaca em diferentes concentrações, utilizando 5 tratamentos com 4 repetições cada, em um delineamento inteiramente casualizado. Os resultados demonstraram que a urina de vaca em lactação, nas concentrações de 0,5%, 1,0% e 1,5%, foi tão eficiente quanto o pesticida utilizado como referência no experimento, simulando o tratamento convencional, não sendo observadas diferenças significantes em seus resultados de acordo com o teste de Tukey a 5% de probabilidade.Downloads
Referências
ACHLIYA, G.S.; MEGHRE, V.S.; WADODKAR, S.G.; DORLE, A.K. Antimicrobial activity of different fractions of cow urine. Indian Journal of Natural Products, 20:14-18. 2004.
ALVES, S.A.M. Epidemiologia da vassoura-de-bruxa [Crinipellis perniciosa (Stahel)] em cacaueiros enxertados em Uruçuca, Ba. Dissertação de Mestrado. 70 p. USP, Piracicaba, Dezembro, 2002.
ALTIERI, M.A.; SILVA, E.N.; NICHOLLS, C.I. O Papel da Biodiversidade no Manejo de Pragas. Holos, Ribeirão Preto - SP, 226p. 2003.
ALTIERI, M.A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. 3. ed. Porto Alegre: UFRGS, 110 p. (Síntese Universitária, 54), 2001.
ANDRADE, M.P. Ilhéus: Passado e Presente. 2. ed. Ilhéus: Editus, 2003.
BACKER, R.E.D.; CROWDY, S.H. Studies in the witche’s broom disease of cocoa caused by Marasmius perniciosus Stahel: Introduction, symptoms and etiology. Port-of-Spain: ICTA, 28 p. 1943.
BERGAMIN FILHO, A.; HAU, B.; AMORIM, L.; LARANJEIRA, F.F. Análise espacial de epidemias. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v. 10, p. 155-218, 2002.
BOEMEKE, L.R. A urina de vaca como fertilizante, fortificante e repelente de insetos. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez 2002.
CEPLAC - COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA - Características Gerais do Cacau. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/cacau.htm>. Acessado em: 03.fev.2019.
CLIMATE. Clima de Piraí do Norte. 2019. Disponível no endereço eletrônico: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/bahia/pirai-do-norte-312749/, acesso em 30.mar.2019.
EMBRAPA SOLOS. Sistema brasileiro de classificação de solos. Disponível no endereço eletrônico: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1094003. Acesso em 30.mar.2019. Rio de Janeiro, 2018. 412 p.
EVANS, J.; POORTER, H. Photosynthetic acclimation of plants to growth irradiance: the relative importance of specific leaf area and nitrogen partitioning in maximizing carbon gain. Plant, Cell & Environment, v. 24, n. 8, p. 755-767. 2001.
FREITAS, N.B. Floricultura Tropical no Sul Da Bahia, Semana do Fazendeiro, 27ª, Uruçuca, Agenda. CEPLAC/CENEX/EMARC, 2005.
GADELHA, R.S.S.; CELESTINO, R.C.A.; SHIMOYA, A. Efeito da utilização de urina de vaca na produção da alface. Pesquisa Agropecuária & Desenvolvimento Sustentável, v. 1, n. 2, p. 179-182, 2003.
GARCIA-NAVARRO, C. E. K. Manual de Urinálise Veterinária. São Paulo: Livraria Varela, p.96, 1996.
GONZAGA, A.D; SOUSA, S.G.A; SILVA, N.M; PEREIRA, J.O. Toxicidade de Urina de Vaca e da Manipueira de Mandioca Sobre Pragas Chaves do Abacaxi. Resumos do VI CBA e II CLAA. Rev. Bras. de Agroecologia. Nov. Vol. 4 No. 2, pág. 1565 – 1567, 2009.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pirai do Norte. 2019. Disponível no endereço eletrônico: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/pirai-do-norte/panorama, acesso em 30.mar.2019.
INNECCO, R; CARDOSO, S.S; SANTOS, L.R.R. Métodos alternativos de controle de pragas e doenças. Belém - UFPA, p43, 2008.
LUZ, E.D.M.N.; BEZERRA, J.L; RESENDE, M.L.V.; OLIVEIRA, M.L. Doenças do cacaueiro. In: VALE, F.X.R.; ZAMBOLIM, L. (Eds.) Controle de doenças de plantas. Viçosa: UFV/Imprensa Universitária, pp. 611-616, 1997.
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cultivo do cacaueiro no Estado da Bahia, 1ª Ed. CEPC, p126, 2017.
MAMÉDIO, J.E.S. Análise do uso de agrotóxicos na lavoura cacaueira em propriedades de agricultores familiares no município de Piraí do Norte - BA. Paper apresentado ao curso de Especialização em Agroecologia, IFPR, 2012.
MENDES, A.A. et al. Produção de Frangos de Corte. Campinas, FACTA, Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Agrícola, Cap. 8, p.117- 119. Cap. 11, p.171173, 2004.
Oliveira AP, Paes RA, Souza AP & Dornelas CSM. Rendimento de pimentão adubado com urina de vaca e NPK. In: 43 Congresso Brasileiro de Olericultura, Recife. Resumos, SOB. CD-ROM. 2003.
PARANÁ. Secretaria da Agricultura e do Planejamento. Agrotóxicos - Inseticidas. 2013. Disponível no endereço eletrônico:
<http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/defis/DFI/Bulas/Inseticidas/DECIS_25_EC.pdf> Acesso em: 10.jun.2019
PESAGRO - RIO. Utilização de urina de vaca. Disponível no endereço eletrônico: http://www.pesagro.rj.gov.br/urinavaca.html. Acesso em 02.mar.2019.
PESAGRO-RIO (2002) Urina de vaca: alternativa eficiente e barata. Rio de Janeiro, Documentos, n. 96. 8p. 2002.
PINAZZA, L.A.; ALIMANDRO, R. Uma longa crise. (In) Revista de Agronegócios da FGV. Agroanalysis; Rio de Janeiro, p. 59, setembro de 2001.
SANTOS FILHO, L.P.S.; FREIRE, E.S; CARZOLA, I.M. Estimativas de Perdas de Produção de Cacau Causadas por Vassoura-de-Bruxa (Crinipellis Perniciosa (Stahel) Singer) na Bahia. Agrotrópica, v. 10, nº 3, Ilhéus, BA, Brasil, CEPLAC/CEPEC, 1998.
SILVA, K.E.; NÁPOLES, F.A.M.; SOUZA, G.A.V.S.; MONTENEGRO, F.T.; FERREIRA, T.C.; SOUZA, J.T.A. Controle agroecológico do ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus, Banks) no pinhão manso (Jatropha curcas L) com diferentes dosagens de urina de vaca e manipueira. Resumos do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia - Fortaleza/CE. Cadernos de Agroecologia, Vol. 6, No. 2, Dez 2011.
SINK, C. A. Urinálise e Hematologia: laboratorial para o clínico de pequenos animais. São Paulo: Roca, p128, 2006.
SOARES, E.S. Impactos causados à saúde do trabalhador rural que manipula agrotóxicos na Região Cacaueira do sul da Bahia. Mestrado em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social - Universidade Católica do Salvador, 2011.
SPINOSA, H., GORNIAK, S., BERNARDI, M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, Cap.35, p. 441-447, 2006.
VAN DEN BROEK, R. Controle alternativo de oídio (Erysiphe cichoracearum) em quiabeiro (Hibiscus esculetum). Revista Ecossistema, v.27, n.1,2, jan.-dez. 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Para acessar a DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS clique aqui.
Diretrizes Éticas para Publicação de Revistas
A revista Ciência e Natura está empenhada em garantir a ética na publicação e na qualidade dos artigos.
A conformidade com padrões de comportamento ético é, portanto, esperada de todas as partes envolvidas: Autores, Editores e Revisores.
Em particular,
Autores: Os Autores devem apresentar uma discussão objetiva sobre a importância do trabalho de pesquisa, bem como detalhes e referências suficientes para permitir que outros reproduzam as experiências. Declarações fraudulentas ou intencionalmente incorretas constituem comportamento antiético e são inaceitáveis. Artigos de Revisão também devem ser objetivos, abrangentes e relatos precisos do estado da arte. Os Autores devem assegurar que seu trabalho é uma obra totalmente original, e se o trabalho e / ou palavras de outros têm sido utilizadas, isso tem sido devidamente reconhecido. O plágio em todas as suas formas constitui um comportamento publicitário não ético e é inaceitável. Submeter o mesmo manuscrito a mais de um jornal simultaneamente constitui um comportamento publicitário não ético e é inaceitável. Os Autores não devem submeter artigos que descrevam essencialmente a mesma pesquisa a mais de uma revista. O Autor correspondente deve garantir que haja um consenso total de todos os Co-autores na aprovação da versão final do artigo e sua submissão para publicação.
Editores: Os Editores devem avaliar manuscritos exclusivamente com base no seu mérito acadêmico. Um Editor não deve usar informações não publicadas na própria pesquisa do Editor sem o consentimento expresso por escrito do Autor. Os Editores devem tomar medidas de resposta razoável quando tiverem sido apresentadas queixas éticas relativas a um manuscrito submetido ou publicado.
Revisores: Todos os manuscritos recebidos para revisão devem ser tratados como documentos confidenciais. As informações ou ideias privilegiadas obtidas através da análise por pares devem ser mantidas confidenciais e não utilizadas para vantagens pessoais. As revisões devem ser conduzidas objetivamente e as observações devem ser formuladas claramente com argumentos de apoio, de modo que os Autores possam usá-los para melhorar o artigo. Qualquer Revisor selecionado que se sinta desqualificado para rever a pesquisa relatada em um manuscrito ou sabe que sua rápida revisão será impossível deve notificar o Editor e desculpar-se do processo de revisão. Os Revisores não devem considerar manuscritos nos quais tenham conflitos de interesse resultantes de relacionamentos ou conexões competitivas, colaborativas ou outras conexões com qualquer dos autores, empresas ou instituições conectadas aos documentos.