A escrita que vaza. conexões e entrelaçamentos com a experiência

Autores

  • Fabiane Olegário
  • Angelica Vier Munhoz

DOI:

https://doi.org/10.5902/198373486329

Palavras-chave:

Escrita, Experiência, Modos de subjetivação

Resumo

Neste texto ensaístico temos a intenção de problematizar a formatação da escrita acadêmica erigida através de jogos de poder e saber, os quais legitimam a verdade homogeneizadora das práticas de escrita circuncrevendo o pensamento representacional, visto que este estabelece as formas de ser, de pensar e de viver do sujeito, ao moldar e ao capturar as subjetividades. No embate de forças instítuidas, quais são as possibilidades de constituir a si mesmo, enquanto força instituinte, ativa e propulsora de escrita prenhe de vida? Trata-se, portanto, não de um ensejo prescrito e tampouco de apontar a melhor maneira de escrever, ao contrário, o esforço está na tentativa de conversão do olhar, desestabilizando o modo de ver o familiar, através de experimentações que requerem o exercício permanente, atencioso e transformador de si. Para tal empreendimento, nos aproximamos dos escritos de Clarice Lispector sobre o desejo de experiência da escrita.

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Biografia do Autor

Fabiane Olegário

Mestre em Educação pela Universidade de Santa Cruz do Sul, UNISC

Angelica Vier Munhoz

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS

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Publicado

2012-09-05

Como Citar

Olegário, F., & Munhoz, A. V. (2012). A escrita que vaza. conexões e entrelaçamentos com a experiência. Revista Digital Do LAV, (9), 001–011. https://doi.org/10.5902/198373486329