Denúncia da Encruzilhada: a moral como droga do nosso tempo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734883752

Palavras-chave:

Psicologia, Redução de Danos, Moral, Formação

Resumo

O que se lê são narrativas de um processo formativo na encruzilhada produzida pelo encontro entre psicologia e redução de danos; entre uma formação escolarizada (prima-irmã da ciência ‘laboratorizada’) e uma estratégia de cuidado territorial junto a pessoas em situação de rua, que fazem uso de drogas; entre um corpo e a moralidade que lhe constitui. A literatura infanto-juvenil é utilizada como intercessor justo por fabular com palavras, por desdizê-las, por transgredir sua sina desenvolvimentista e moral. Cansado/as de tragar gozando por padecer, tragamos gozando e padecendo. Assim, saberemos, ao final desse ensaio, que se a ver com a droga da moral custa uma vida para criar outra – inumana.

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Biografia do Autor

Robert Santos do Carmo, Universidade Federal de Sergipe

Mestrado em Psicologia (PPGPSI/UFS) e doutorado em andamento (PPGED/UFS). Foi coordenador do Programa de Redução de Danos da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju/Sergipe. 

Michele de Freitas Faria de Vasconcelos, Universidade Federal de Sergipe

Professora do Departamento de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia e em Educação da UFS. 

Simone Mainieri Paulon, Federal University of Rio Grande do Sul

Professora do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da UFRGS.

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Publicado

2023-10-31

Como Citar

Carmo, R. S. do, Vasconcelos, M. de F. F. de, & Paulon, S. M. (2023). Denúncia da Encruzilhada: a moral como droga do nosso tempo. Revista Digital Do LAV, 16(1), e29/1–21. https://doi.org/10.5902/1983734883752