Sobre o exercício do ofício de professor de filosofia: algumas problematizações conceituais e atitudinais
DOI:
https://doi.org/10.5902/2448065741010Schlagworte:
Educação, Ofício, Formação, Ensino de FilosofiaAbstract
Este artigo tem como objetivo refletir a respeito do ofício do professor de filosofia na cultura. Para tanto, identificou-se no pensamento de Nietzsche uma perspectiva inicial de uma antieducação, na medida em que entendia que o ofício do filósofo era de contrapor-se ao modelo educativo tradicional. Tendo como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, recorreu-se à seleção de textos e obras que abordaram a temática da educação nas três fases do pensamento de Nietzsche. Na primeira fase, considerou-se os textos: “Sobre o futuro dos nossos estabelecimentos de ensino” (1872) e a “Terceira Consideração extemporânea: Schopenhauer como educador” (1874). A fim de problematizar o ensino de filosofia como exercício de um ofício, buscamos apontar cinco considerações relativas ao ensino deste nos processos educativos. Para isso, percorremos um caminho teórico para considerar a importância do amateurismo do professor (MASSCHELEIN, SIMONS, 2017); a importância do filosofar e do reconhecimento de que a filosofia é multifacetada (SAVATER, 2001; CERLETTI, 2009); problematizamos também um caminho metodológico (GALLO, 2007), que auxilia pensar a docência como o exercício de um ofício. Conclui-se que o ensino da filosofia é um oficio reflexivo, de proposição de outros (novos) pensamentos em nossos processos educativos que não só formam, mas também (trans)formam consciências e seus modos de viver e de agir.
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