Notas sobre o ensino da filosofia na Universidade de São Paulo: sujeição e resistência
DOI:
https://doi.org/10.5902/2448065739779Palavras-chave:
Filosofia, Ensino de filosofia, Arqueologia, UniversidadeResumo
Almejamos através da presente investigação analisar a constituição discursiva sobre a formação filosófica uspiana com intuito de compreender quais foram as condições que permitiram a emergência dos saberes e poderes que sustentaram os objetos de conhecimento no ensino de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL-USP), observando o período de formação (constituição) do curso de filosofia que se estende de 1936 até 1963. A pesquisa utiliza como referencial teórico-metodológico a arqueologia do pensador francês Michel Foucault, na qual o sujeito é fundamentalmente uma produção das práticas discursivas e de relações de saber-poder que o atravessam e o delimitam. Por meio deste procedimento metodológico pretendemos entender a emergência dos modos de subjetivação e objetivação e fornecer visibilidade não só às grandes linhas de continuidade discursiva, mas também das descontinuidades que abrigam os vestígios e arquivos submersos da história oficial.
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