A dimensão subjetiva implicada nas disputas pertinentes à educação especial inclusiva

Autori

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X84814

Parole chiave:

Subjetividade, Educação especial, Análise documental

Abstract

O artigo objetiva analisar a dimensão subjetiva implicada na elaboração, divulgação, suspensão, revogação do Decreto nº 10.502/2020, nova Política Nacional de Educação Especial: equitativa, inclusiva e aprendizagem ao longo da vida. A análise fundamenta-se na Teoria da Subjetividade, com ênfase na categoria subjetividade social, considerando seu valor heurístico para compreender os processos sociais na sua dimensão subjetiva configurada no âmbito da atuação de indivíduos, grupos e instituições. O estudo está orientado por um processo construtivo-interpretativo das informações e dos registros documentais identificados no processo de elaboração e divulgação do documento, da suspensão pelo Supremo Tribunal Federal, da revogação em 2023 e das tentativas atuais de retomada no Congresso Nacional. Esses são atos políticos, legais e sociorrelacionais atravessados por relações de poder, valores, crenças, interesses que expressam a subjetividade social de grupos e instituições partícipes das disputas pertinentes à perspectiva inclusiva da Educação Especial, no contexto da agenda regressiva em curso no Brasil.

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Biografie autore

Geandra Cláudia Silva Santos, State University of Ceará

Possui graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Regional do Cariri (1994), Mestrado em Educação Especial pela UECE e doutorado em Educação pela Universidade de Brasília. Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual do Ceará, atua na graduação (cursos de licenciaturas) e atuou no Programa de Pós-graduação em Educação da UECE - PPGE, na área de educação especial/inclusiva. Foi Coordenadora de área do Pibid da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e Docente Orientador do Programa Residência Pedagógica da CAPES. Líder do Grupo de Pesquisa Educação Especial na UECE, vinculado ao CNPq. Tem publicações na interface educação especial/inclusiva e subjetividade, com ênfase na formação e atuação de professores.

Luciana de Oliveira Campolina, University Center of Brasília

Doutora em Educação pela universidade de Brasília - UnB, com período de doutorado sanduíche na Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires. Professora assistente do Curso de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), colaboradora do curso de Mestrado em Psicologia, Linha de Pesquisa Psicologia e Educação. Realiza pesquisas sobre a inovação educacional, desenvolvimento humano, subjetividade e teoria histórico-cultural. Possui mestrado em Psicologia na área de Desenvolvimento humano em Contexto Sociocultural (2007) pela UnB e graduação em Psicologia (2000) por essa mesma universidade. Tem atuado como professora de magistério superior no campo da Psicologia escolar, do Desenvolvimento humano e da pesquisa qualitativa. Tem experiência na área de Psicologia e Educação, com ênfase em Psicologia Escolar e do desenvolvimento e estudos e pesquisa sobre a subjetividade, a criatividade e a inovação educativa.

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Pubblicato

2023-12-14

Come citare

Santos, G. C. S., & Campolina, L. de O. (2023). A dimensão subjetiva implicada nas disputas pertinentes à educação especial inclusiva. Revista Educação Especial, 36(1), e66/1–28. https://doi.org/10.5902/1984686X84814

Fascicolo

Sezione

Dossiê – Educação Especial na perspectiva inclusiva no contexto de ameaças, contradições e retrocessos democráticos: críticas e proposições