A lógica medicalizante nas políticas públicas de educação

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X29132

Palabras clave:

Educação especial, Medicalização, Política Pública Educacional

Resumen

São inúmeros os avanços das políticas educacionais brasileiras, entretanto, é possível observar a permanência da lógica medicalizante no ideário educacional e no espaço escolar, ao serem reduzidas questões de ordem social, econômica, política e educacional para o campo biomédico. O presente trabalho buscou compreender indícios dessa lógica medicalizante na política brasileira de Educação Especial a partir da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), do Plano Nacional de Educação (2010) e do documento final da Conferência Nacional da Educação (2014), utilizando, para tanto, o paradigma indiciário de Ginzburg (1989). Os resultados revelam a existência de importantes discussões e a criação de estratégias de superação do preconceito contra grupos historicamente marginalizados, inclusive no concernente ao público-alvo da Educação Especial. Contudo, observa-se que a permanência da lógica medicalizante nos documentos analisados, dá-se, sobretudo, em relação às terminologias emprestadas do campo da Saúde, sendo inadequadas para definir aspetos relativos ao processo de escolarização. Assim, perpetua-se o deslocamento de questões de ordem política e institucional para aspectos individuais, medicalizando alunas/alunos, inclusive as/os que frequentam a Educação Especial. Entende-se como necessária a reconfiguração das relações entre os campos da Saúde e da Educação, permitindo a construção de práticas coletivas que possam discutir as problemáticas escolares a partir do diálogo e não da sobredeterminação da Saúde pela Educação. Isso implica, também, esforço da Educação para produzir formas de compreender as/os estudantes e seus processos ensino-aprendizagem fora do eixo patologia/normalidade, afirmando radicalmente a diversidade humana como princípio, meio e fim do trabalho educativo.

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Biografía del autor/a

Kelly Cristina dos Santos Silva, Universidade de São Paulo

Doutorado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo

Título: A lógica medicalizante e as políticas educacionais brasileiras: a educação especial como situação emblemática.

Orientadora: Carla Biancha Angelucci. 

Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil. 

Palavras-chave: Medicalização; Educação; Políticas Públicas.

 

Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde na Infância e na Aolescência pela Universidade Federal de São Paulo - 2011-2013.

Título: O diagnóstico clínico na escolarização de crianças: expectativas de professores e pais.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Cezar de Freitas.

Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil. 

Palavras-chave: Crianças; Diagnóstico; TDAH; Escola.


Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos - 2012-2016

Título: As questões de gênero nas políticas de Educação. 

Orientador: Márcia Regina Onofre.


Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista - 2001- 2005.

Título: Contadores de histórias e Educação Infantil: Interfaces para o desenvolvimento da criança e do  professor da escola púlbica
Orientadora: Elisabeth Gelli Yazlle. 
Bolsista do(a): UNESP/Pro-Reitoria de Graduação, PROGRAD, Brasil.

Carla Biancha Angelucci, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

É professora doutora no Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação - EDF na Faculdade de Educação - FE da Universidade de São Paulo - USP. É professora da graduação nas áreas de Sociologia da Educação e Educação Especial. Atua na pós graduação, orientando mestrados e doutorados na linha de Educação Especial da área de concentração Ciências Sociais: desigualdades e diferenças. Participa do grupo de pesquisa de Políticas de Educação Especial, coordenando a linha Educação especial - táticas de resistência à produção de um não lugar para as diferenças na escola. Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1997); mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (2002); doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2009). A ênfase de seus estudos está na garantia da Educação para todxs e sua interface com as discussões sobre preconceito, atuando principalmente nos seguintes temas: direito à educação por parte de pessoas com diferenças funcionais e de pessoas com sofrimento psíquico intenso; políticas públicas em educação especial e medicalização da educação. Exerceu por dezesseis anos a atividade de psicoterapeuta, com formação winnicottiana.

Citas

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Publicado

2018-08-14

Cómo citar

Silva, K. C. dos S., & Angelucci, C. B. (2018). A lógica medicalizante nas políticas públicas de educação. Revista De Educación Especial, 31(62), 683–696. https://doi.org/10.5902/1984686X29132

Número

Sección

Artigos – Demanda contínua

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