Estabilidade temporal das estratificações utilizando diferentes variáveis dendrométricas e interpolação geoestatística

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509843274

Palavras-chave:

Amostragem casual estratificada, Eucalipto, Inventário florestal, Manejo florestal

Resumo

A estratificação de uma floresta resulta em inventários mais precisos e mais baratos. Este estudo teve como objetivo selecionar a variável estratificadora que estima inventários mais precisos e estáveis ao longo dos anos para um plantio de eucalipto no estado de Minas Gerais, Brasil. Foi realizado inventário florestal contínuo na área anualmente dos anos 2,7 a 6,8, sendo posteriormente calculados o diâmetro médio aritmético (d), altura (h), altura dominante (Hdom), área basal (G), volume (V) e incremento médio anual em volume (MAI). Foram gerados semivariogramas e os modelos exponencial, esférico e Gaussiano foram ajustados para cada variável estratificadora em cada época de medição. Os modelos foram avaliados pelo erro médio reduzido e seu desvio, sendo o modelo exponencial selecionado. Mapas mostrando a distribuição espacial de todas as variáveis foram construídos para cada idade de medição, utilizando krigagem ordinária. Em seguida, a área de estudo foi dividida em quatro estratos com base em cada variável estratificadora para cada idade de medição. A estabilidade de cada variável estratificadora para cada idade de medição foi avaliada por: 1) área coincidente dos estratos; 2) estabilidade da área total dos estratos; 3) permanência da parcela em cada estrato; e 4) erro de inventário utilizando formulação de amostragem casual estratificada. Todas as variáveis em todas as idades apresentaram estrutura de dependência espacial. G e Hdom foram as variáveis estratificadoras que geraram mais e menos área coincidente entre estratos ao longo dos anos, respectivamente. G e altura (h e Hdom) foram as variáveis estratificadoras que apresentaram menor e maior número de parcelas com mudança de estrato, respectivamente. A mesma tendência foi observada para a estabilidade da área total dos estratos. As estratificações baseadas em MAI e V renderam os menores erros de inventário, enquanto as estratificações baseadas em h e Hdom renderam os maiores erros. G foi selecionada como a melhor variável estratificadora, pois apresentou pequenos erros de inventário e foi a variável mais estável em termos da área coincidente dos estratos, estabilidade da área total dos estratos e permanência das parcelas no mesmo estrato.

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Biografia do Autor

Aliny Aparecida dos Reis, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP

Forestry Engineer, Dr., Postdoctoral Researcher, Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético, Universidade Estadual de Campinas, Rua Cora Coralina, 330, CEP 13083-896, Campinas (SP), Brazil.

Andressa Ribeiro, Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, PI

Forestry Engineer, Dr., Professor of Universidade Federal do Piauí, Av. Manoel Gracindo, Km 01, CEP 64900-000, Bom Jesus (PI), Brazil.

Rafaella Carvalho Mayrinck, University of Saskatchewan, Saskatoon, SK

Forestry Engineer, Master’s degree, PhD candidate of University of Saskatchewan, Campus Drive, 51, S7N 5A8, Saskatoon (SK), Canada.

José Marcio de Mello, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG

Forestry Engineer, Dr., Professor of Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-900, Lavras (MG), Brasil.

Anderson Pedro Bernardina Batista, Instituto Federal do Amapá, Laranjal do Jari, AP

Forestry Engineer, Dr., Professor of Instituto Federal do Amapá, Rua Nilo Peçanha, 1263, CEP 68920-000, Laranjal do Jari (AP), Brazil.

Antonio Carlos Ferraz Filho, Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, PI

Forestry Engineer, Dr., Professor of Universidade Federal do Piauí, Av. Manoel Gracindo, Km 01, CEP 64900-000, Bom Jesus (PI), Brazil.

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Publicado

25-03-2022

Como Citar

Reis, A. A. dos, Ribeiro, A., Mayrinck, R. C., Mello, J. M. de, Batista, A. P. B., & Ferraz Filho, A. C. (2022). Estabilidade temporal das estratificações utilizando diferentes variáveis dendrométricas e interpolação geoestatística. Ciência Florestal, 32(1), 102–121. https://doi.org/10.5902/1980509843274

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