Resgate vegetativo, estabelecimento <i>in vitro</i> e estaquia de <i>Drimys brasiliensis</i> Miers
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509869093Palabras clave:
Propagação vegetativa, Rejuvenescimento, Cultivo in vitro, Espécie nativaResumen
Drimys brasiliensis Miers, conhecida popularmente por cataia, é uma espécie arbórea nativa da Mata Atlântica que apresenta importância fitoquímica, fitoterapêutica, aromática e econômica, com amplo uso na medicina popular. É considerada uma espécie de difícil multiplicação via sementes, apresentando dormência por imaturidade embrionária. Assim, objetivou-se com este estudo analisar o resgate vegetativo, estabelecimento in vitro e a propagação via estaquia de Drimys brasiliensis. Para o resgate, realizou-se a aplicação das técnicas de anelamento a 30 e 90 cm do solo, semianelamento a 30 cm do solo e galhos podados acondicionados vertical e horizontalmente, sendo avaliada a capacidade de emissão de brotações. Com as brotações obtidas pelo resgate vegetativo, foram confeccionados os explantes utilizados para o estabelecimento in vitro, avaliando diferentes tempos de imersão em hipoclorito de sódio 1,0 % (v/v) (0, 10, 15 e 20 minutos). Foram avaliadas as percentagens de contaminação total, bacteriana, fúngica e oxidação fenólica. Na estaquia foram testadas brotações oriundas do resgate vegetativo, da parte aérea de indivíduo adulto e de galhos destacados e acondicionados em mini-túnel. Avaliaram-se a porcentagem de sobrevivência das estacas, porcentagem de estacas com calos e porcentagem de enraizamento. Em relação ao resgate vegetativo, a técnica de galhos podados resultou na indução de brotações, destacando os galhos acondicionados verticalmente (100%). No estabelecimento in vitro, a imersão em hipoclorito de sódio (1%) por 20 minutos se mostrou eficiente no controle da contaminação por fungos, entretanto, não foram observadas diferenças significativas em relação ao controle de contaminação bacteriana. Na estaquia, o uso de estacas provenientes de galhos podados ou anelamento/semianelamento mostrou potencial para estas técnicas na clonagem da espécie, obtendo resultados próximos a 10% de enraizamento. No geral, a espécie apresenta potencial de propagação vegetativa, contudo, são necessários ajustes nos protocolos de estabelecimento in vitro e estaquia.
Descargas
Citas
ABREU, D. C. A. et al. Caracterização morfológica de frutos e sementes de cataia (Drimys in vitr Miers. - Winteraceae). Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 27, n. 2, p. 67-74, 2005.
AGUIAR, N. S. et al. Ácido indolbutírico na estaquia de Calliandra brevipes e Calliandra tweedii. Advances in Forestry Science, Cuiabá, v. 8, n. 1, p. 1327-1333, 2021.
ALMEIDA, F. D. et al. Vegetative propagation of selected Eucalyptus cloeziana F. Muell. trees through cutting technique. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 3, p. 445-453, 2007.
ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.
BACKES, A.; NARDINO, M. Árvores, arbustos e algumas lianas nativas no Rio Grande do Sul. São Leopoldo: UNISINOS, 1998, 202 p.
BADILLA, Y. et al. Eficiência do AIB no enraizamento de miniestacas de clones de Teca (Tectona grandis Linn F.). Revista Árvore, Viçosa, v. 40, n. 3, p. 477-485, 2016.
BARRUETO CID, L. P.; ZIMMERMANN, M. J. A. Contaminação in vitro de plantas. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, p. 20, 2006.
BITENCOURT, J. et al. Enraizamento de estacas de erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hill) provenientes de brotações rejuvenescidas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 11, p. 277-281, 2009.
CARVALHO, G. C. M. W. Resgate de matrizes e propagação vegetativa de Pathymenia reticulata Benth. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2020.
DIAS, P. C. et al. Vegetative rescue of Anadenanthera macrocarpa trees. Cerne, Lavras, v. 21, n. 1, p. 83-89, 2015.
ERIG, A. C.; SCHUCH, M. W.; Tipo de explante e controle da contaminação e oxidação no estabelecimento in vitro de plantas de macieira (Malus domestica Borkh.) cvs. Galaxy, Maxigala e Mastergala. Revista Brasileira Agrociência, Pelotas, v. 9, p. 221-227, 2005.
FERREIRA, M. G. R. et al. Propagação in vitro de cupuaçuzeiro. Saber Científico, Porto Velho, v. 2, n. 2, p. 37-44, 2021.
FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 38, n. 2, p. 109-112, 2014.
FERRIANI, A. P. et al. Sprouts production and rooting of Piptocarpha angustifolia minicuttings. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. 31, n. 67, p. 257-264, 2011.
FOLADORI-INVERNIZZI, S. et al. Estado da arte da propagação vegetativa por estaquia de espécies arbustivo-arbóreas. Revista Eletrônica Científica da UERGS, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 50-63, 2021.
GEORGE, E. F. Plant propagation by tissue culture - Part 1: The technology. Westbury: Exectics, 1993. 574p.
HARTMANN, H. T. et al. Plant propagation: principles e practices. 8. ed. Boston: Prentice Hall, p. 915, 2011.
HUSSAIN, I. et al. Cutting types collected at different seasons on Blackberry multiplication. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 39, n. 3, 2017.
SANTOS JUNIOR, C. F. S. et al. Resgate vegetativo de Cedrela fissilis Vell. por enraizamento de estacas de brotos epicórmicos e de copa. Ciência Rural, Santa Maria, v. 51, n. 8, p. 6, 2021.
LUZ, J. M. Q. et al. Estabelecimento in vitro e aclimatização de Lippia alba (Mill.) NE Brown. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 16, p. 444-449, 2014.
MARCHIORI, J. N. C. Dendrologia das angiospermas: das magnoliáceas às acurtiáceas. Santa Maria: UFSM, p. 271, 1997.
MENEGUZZI, A. Resgate vegetativo e propagação in vitro de Persea willdenovii Kosterm. Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2017.
MURASHIGE, T., SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 15, p. 473-497, 1962.
NADHA, H. K. et al. Identification and elimination of bacterial contamination during in vitro propagation of Guadua angustifolia Kunth. Pharmacognosy Magazine, Bangalore, v. 8, n. 30, p. 93-97, 2012.
OLIVEIRA, N. P. et al. Controle de contaminação e oxidação no cultivo in vitro de oliveira (Olea europaea L.) cv. “Koroneiki”. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 10, n. 5, p. e30710514929-e30710514929, 2021.
PORFÍRIO, S. et al. Reviewing current knowledge on olive (Olea europaea L.) adventitious root formation. Scientia Horticulturae, v. 198, p. 207-226, 2016.
SIMÕES, C. M. O. et al. Plantas da medicina popular no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. da Universidade/ UFRGS, p. 147, 1986.
SOUZA, J. C. A. V. et al. Propagação vegetativa de cedro australiano (Toona ciliata M. Roemer) por miniestaquia. Revista Árvore, Viçosa, v.33, p.205-213, 2009.
STUEPP, C. A. et al. Vegetative propagation and application of clonal forestry in Brazilian native tree species. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.53, p. 985-1002, 2018.
TEIXEIRA, J. B. Limitações ao processo de cultivo in vitro de espécies lenhosas. Brasilia: Embrapa – Recursos. Genéticos e Biotecnologia Brasília, 2005.
TOSTA, M. S. et al. Ácido indolbutírico na propagação vegetativa de cajaraneira. (Spondias sp). Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, p. 2727-2740, 2012.
WENDLING, I. et al. Maturation in Corymbia torelliana × C. citriodora stock plants: effects of pruning height on shoot production, adventitious rooting capacity, stem anatomy, and auxin and abscisic acid concentrations. Forests, v. 6, p. 3763-3778, 2015.
WENDLING, I; BRONDANI, G. Vegetative rescue and cuttings propagation of Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze. Revista Árvore, Viçosa, v. 39, p. 93-104, 2015.
WENDLING, I. et al. Maturation and related aspects in clonal forestry – Part II: reinvigoration, rejuvenation and juvenility maintenance. New Forests, v. 45, n. 4, p. 473-486, 2014.
WENDLING, I. et al. Vegetative propagation of adult Ilex paraguariensis trees through epicormic shoots. Acta Scientiarum, Maringá, v. 35, n. 1, p. 117-125, 2013.
WENDLING, I.; XAVIER, A. Gradiente de maturação e rejuvenescimento aplicado em espécies florestais. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 8, p. 187-194, 2012.
WENDLING, I. et al. Indução de brotações epicórmicas ortotrópicas para a propagação vegetativa de árvores adultas de Araucaria angustifolia. Agronomía Costarricense, San José, v. 33, n. 2, p. 309-319, 2009.
XAVIER A. et al. Silvicultura clonal: princípios e técnicas. 2. ed. Viçosa, MG: Ed. da UFV, 2013. 279 p.
YOSHIKO, A. S.; TEIXEIRA, H. C. D. Micropropagação de Celtis sp: controle da contaminação e oxidação. Cerne, Lavras, v. 7, n. 2, p. 117-123, 2001.
ZHANG, W. et al. Mechanisms underlying the regulation of root formation in Malus hupehensis stem cuttings by using exogenous hormones. Journal Plant Growth Regulation, v. 36, n. 1, p. 1-12, 2016.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Ciência Florestal
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.