Anatomia da madeira de <i>Phyllanthus sellowianus </i>Müll. Arg. (Phyllanthaceae)

Autores

  • Luciano Denardi UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil
  • Rômulo Trevisan
  • Edison Rogério Perrando
  • Fabrício Jacques Sutili
  • Talita Baldin
  • José Newton Cardoso Marchiori

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050989294

Palavras-chave:

planta reófila, descrição do lenho, flexibilidade do caule

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/198050989294

O presente estudo teve por objetivos descrever anatomicamente o lenho de Phyllanthus sellowianus Müll. Arg. (Phyllanthaceae), bem como investigar caracteres anatômicos associados à flexibilidade de seus caules, característica desejável para obras de bioengenharia em taludes fluviais. Pertencente ao grupo das reófilas, e com até 3 metros de altura, a espécie ocorre naturalmente no sul do Brasil, Uruguai e Argentina. As exsicatas e as amostras de madeira, provenientes de um exemplar localizado no município de Santa Maria-RS (Brasil), foram acondicionadas no Herbário e Xiloteca da Universidade Federal de Santa Maria, sob os números HDCF 5587 e 5588. Para a confecção das lâminas histológicas de madeira, seguiu-se a técnica padrão. Para a maceração, utilizou-se o método de Jeffrey. A descrição anatômica da madeira seguiu as recomendações do IAWA Committee (1989). A análise microscópica do lenho revelou a presença de poros com pequeno diâmetro (< 60 μm), dispostos em múltiplos radiais de 2 – 4 unidades, e de placas de perfuração simples, oblíquas; parênquima axial ausente, raios heterogêneos, com 1 – 3 células de largura, e fibras gelatinosas. A ausência de parênquima axial e de tubos laticíferos é compatível com o grupo das Phyllanthaceae. A presença de células perfuradas de raio constitui-se, possivelmente, no principal elemento anatômico para a diferenciação de P. sellowianus em relação às demais espécies do gênero. A presença abundante de fibras gelatinosas é seguramente uma das principais características anatômicas relacionadas à elevada flexibilidade de seu caule.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BURGER, L. M.; RICHTER, H. G. Anatomia da madeira. São Paulo: Ed. Nobel, 1991. 154 p.

CABRERA, A. L. et al. Flora de la Província de Buenos Aires: Oxalidáceas a Umbelíferas. Parte IV. Buenos Aires: Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, 1965.

DENARDI, L. Anatomia e flexibilidade do caule de quatro espécies lenhosas para o manejo biotécnico de cursos de água. 2007. 113 f. Tese (Doutorado em Manejo Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.

DURLO, M. A.; SUTILI, F. J. Bioengenharia: manejo biotécnico de cursos de água. Porto Alegre: EST, 2005. 189 p.

IAWA Committee. IAWA list of microscopic features for hardwood identificacion. IAWA Bull., v. 10, n. 3, p. 218-359, 1989.

JUDD, W. S. Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético. 3. ed. Porto Alegre; Artmed, 2009. p. 354-362.

LEMOS, R. C. et al. Levantamento de solos do Estado do Rio Grande do Sul. Recife: Ministério da Agricultura – Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária – Divisão de Pesquisa Pedológica, 1973. 423 p.

MARCHIORI, J. N. C. Estudo anatômico do xilema secundário de algumas espécies dos gêneros Acacia e Mimosa, nativas no estado do Rio Grande do Sul. 1980. 186 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1980.

MARCHIORI, J. N. C. Fitogeografia do Rio Grande do Sul: campos sulinos. Porto Alegre: EST, 2004. 110 p.

MARCHIORI, J. N. C.; MUNIZ, G. I. B.; SANTOS, S. R. Madeiras dório Grande do Sul: Descrição microscópica de 35 espécies nativas. Santa Maria: Anaterra, 2010. v. 2, 70 p.

METCALFE, C. R.; CHALK, L. Anatomy of the Dicotyledons. Oxford: Claredon, 1972. v. 2, 1.500 p.

MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, 1961. 42 p.

MOREY, P. R. O crescimento das árvores. São Paulo: EPU, 1980. 72 p.

RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul: ensaio de monografia natural. 3. ed. São Leopoldo: Unisinos, 2005. 473 p.

RECORD, S. J.; HESS, R. W. Timbers of the new word. New Haven: Yale University Press, 1942. 640 p.

SARTORI, M. da G. B. O clima de Santa Maria, RS: do regional ao urbano. 1979. 167 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Estadual de São Paulo, São Paulo, 1997.

SMITH, L. B.; DOWNS, R. J.; KLEIN, R. M. Euphorbiáceas. In: REITZ, P. R. Flora ilustrada catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1988. 408 p.

SOBRAL, M.; et al. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. São Carlos: Novo Ambiente, 2006. 350 p.

SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas dicotiledôneas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa, São Paulo: Instituto Plantarum, 2005. 640 p.

SUTILI, F. J. Manejo biotécnico do arroio Guarda-mor: princípios, processos e práticas. 2004. 114 f. Dissertação (Mestrado em Manejo Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2004.

SUTILI, F. J.; DURLO, M. A.; BRESSAN D. A. Potencial biotécnico do sarandi-branco (Phyllanthus sellowianus Müll. Arg.) e vime (Salix viminalis L.) para revegetação de margens de cursos de água. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 14, n. 1, p. 13-20, 2004.

TORTORELLI, L. A. Maderas y bosques argentinos. 2. ed. Buenos Aires: Orientación Gráfica Editora, 2009. p. 502-508.

Downloads

Publicado

28-06-2013

Como Citar

Denardi, L., Trevisan, R., Perrando, E. R., Sutili, F. J., Baldin, T., & Marchiori, J. N. C. (2013). Anatomia da madeira de <i>Phyllanthus sellowianus </i>Müll. Arg. (Phyllanthaceae). Ciência Florestal, 23(2), 503–509. https://doi.org/10.5902/198050989294

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 > >>